Capítulo 20 - Parte 1

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Revisado por Olemberg
Boa leitura 💛

Onze horas de voo, onze horas ininterruptas sentada em uma poltrona de avião. E como se isso não fosse o suficiente, assim que chegaram ao aeroporto seu voo teve duas horas de atraso, o avião que era para sair às oito acabou saindo às dez da noite. Não conseguiu pregar os olhos no avião com a ansiedade lhe corroendo a alma aos poucos, estava acabada de tão cansada e também estava faminta. Odiava comida de avião, então segurou as pontas com duas barrinhas de cereal por todo o percurso.

E agora, às quatro e pouca da manhã, depois de ter passado pelo desembarque, procurava a irmã no meio do aeroporto enorme e movimento demais para aquele horário.

Duusu ao seu lado estava tão tranquila quanto geralmente era, olhando as coisas de forma quase dispersa pelo cansaço. Em tal estado, por algum motivo começou achar tudo fascinante demais, mesmo que não conseguisse realmente ter pensamentos longos ou focar verdadeiramente em algo. Trixx tinha dado um tempo do seu mau humor, estava cansada e não tinha forças nem para abrir a boca, apesar de manter a cara enfezada. Geralmente não era assim, costumava ter um persona adorável, mesmo que forte, mas ainda não tinha digerido cem por cento toda a enxurrada de informações e mudanças bruscas. Precisava de mais um tempo pra se conformar, apenas isso.
 
Vitória estava sentada não muito distante dali, tinha desistido de esperar em pé depois de meia hora andando de um lado para o outro. Estava ansiosa, cansada e com sono. Levantou de novo apenas para esticar as pernas quando começaram a doer depois de tanto tempo sentada, estava lá há mais de três horas apenas esperando, o atraso do voo  aumentando seu tempo de espera consideravelmente. Tinha ido sozinha, já que pretendia voltar para casa de táxi e se mais alguma das garotas a acompanhasse não teria lugar suficiente no carro.

Quando Sofia avistou a irmã foi impossível não sorrir, mesmo que minimamente. Vitória vestia uma calça jeans extremamente folgado para seu corpo e uma blusa preta também folgada que ao invés de estar presa dentro da calça para que pudesse dar um ar arrumado e bonito a roupa, estava solta só redor de seu corpo chegando quase ao meio da coxa, se perguntou se ela ainda tinha o costume de só usar esse tipo de roupa como fazia quando tinha por volta dos treze a quinze anos. Sempre grande demais para seu corpo com a desculpa de que era confortável quando na verdade tinha vergonha de se mostrar demais, apesar de sempre ter sido particularmente preguiçosa para se arrumar.

— Porca — gritou sem vergonha alguma de chamar a atenção de algumas pessoas ali e principalmente de Vitória que olhou em sua direção rápido demais, os olhos arregalados quando finalmente a encontrou. As duas apressaram o passo, passando a quase correr e Sofia não teve tempo nem de raciocinar muito bem o que estava acontecendo antes de um corpo se chocar contra o seu a abraçando com força. Retribuiu o abraço na mesma intensidade, soltando a alça da sua mala para ficar com as duas mãos livres.

Vitória a abraçou com e mesma urgência e fragilidade de quando criança, quando tinha pesadelos recorrentes e sempre corria para os braços de irmã em busca de consolo e proteção, era uma boa alusão daquele tempo, porque sua vida estava um pesadelo no momento, e depois de anos voltava a fugir dos seus pesadelos e encontrar um pouco de proteção no mesmo abraço.       
 
Sofia percebeu, pois, apesar da distância física e emocional que os últimos anos proporcionaram, ainda eram muito próximas, mas achou que era apenas pela saudade maçante, e mesmo sem ter certeza, tratou de oferecer consolo naquele abraço e na mesma proporção recebendo aquele conforto.

Foi um abraço bom, depois de anos foi um abraço muito bom. Vitória não era de chorar, mas diante de tudo, se sentiu tão aliviada que sentiu seus olhos marejados, diante disso se afastou de abraço e logo abriu um sorriso grande, dos seus característicos.

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