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01/04 Maratona

𝘼𝙉𝙔 𝙂𝘼𝘽𝙍𝙄𝙀𝙇𝙇𝙔 𝙉𝘼𝙍𝙍𝘼𝙉𝘿𝙊:

Eu nunca achei que a primeira vez que eu voltasse a vê-lo de novo eu iria reagir da forma como fiz.

Eu treinei tanto isso mentalmente diversas vezes, principalmente nas aulas chatas da professora Robinson. Eu tinha tudo em mente,mostrar para ele que eu havia superado, que ele fez em bem em seguir adiante e que eu também havia feito o mesmo.

Eu até aceitei a ter uma amizade colorida com o Kyle que no começo era apenas meu amigo. Eu achava que tudo estava bem,mesmo que as vezes eu ainda deixava meus pensamentos viajarem para quando ainda estávamos juntos.

Mas minha reação ao vê-lo saiu totalmente do meu controle,ele era a última pessoa que eu esperava encontrar aqui um dia e eu deixei tudo sair ainda mais dos meus planejamentos, quando deixei ele me ver com os olhos inchados de tanto chorar e ele sabe que o motivo era ele.

Agora estou aqui sentada em minha cama segurando o cartão de visitas que ele me deu sem saber o que eu faço. Eu me sinto a velha Any outra vez e eu achei que tinha me tornado diferente,mas agora acho que não.

Os aplicativos do meu celular ficam indo e voltando para a tela inicial inicial e eu me lembro que preciso trocar de telefone o mais rápido possível.

Respiro fundo,olho para os números que ele escreveu no verso do cartão de visitas e disco cada um deles devagar, tentando pensar no que eu vou dizer quando ele atender.

Mas assim que o telefone começa a chamar,eu acabo desistindo. Tomara que ele não retorne ou algo assim. Eu me deito na cama e coloco meu telefone de lado.

-Você é mesmo uma idiota, Any!

Eu digo pra mim mesma. Então eu começo a chorar novamente, já nem sei mais o motivo. Ele me deixa assim, eu fico tão vulnerável perto dele e eu não sei mais o que fazer.

Por que você tinha que aparecer justo agora?

E eu choro ainda mais.

Acho que acabo dormindo. Porque acordo e vejo que já são quase dez da manhã.

Me levanto,tomo um banho,a água quente desce peo meu corpo,mas não me faz sentir melhor, eu me sinto diferente.

Eu estou com aquela sensação de falta que eu sempre sentia quando morava ao lado dele.

Talvez seja porque eu sei que ele está aqui,na mesma cidade que eu, mesmo que haja alguns quilômetros de distância entre nós.

Enquanto tomo café,olho meu celular sobre a mesa. Eu não vou ligar para ele, eu tenho o meu orgulho. Mas não posso negar que tenho vontade de fazer isso.

Resolvo deixar meu telefone no quarto para não cair em tentação e acabar fazendo algo que eu me arrependa depois.

Fico vendo o canal gastronômico para ver se fico com apetite e tenha vontade de preparar alguma coisa para o almoço.

Alguém está batendo na porta deve ser  alguem da minha turma querendo saber o que eu consegui resolver com o professor Thompson.

Abro a porta e ele ergue os olhos com aquele sorriso que eu adoro, fazendo meu coração pular dentro do peito.

Ele diz:

-Oi Gabrielly.

Apenas respondo:

-Josh?

Ele ainda me olha meio sem jeito,bem parecido como eu estou,eu acho,então diz:

-Eu...Bem...Eu acabei minha parte de apresentação no seminário e vim até aqui pra te convidar para almoçar comigo.

Eu não gosto de como não nos sentimos mais confortáveis perto um do outro. Mas eu tambem não quero dizer não e que ele vá embora.

Então respondo:

_Está bem. Pode me dar uns minutos?

Eu entro e digo:

__Entre.

Ele me segue, eu me viro e digo:

-Eu só vou colocar um jeans e trocar minha camiseta.

Ele fica me esperando.

Como a simples presença dele já me deixa assim tão animada? Eu nunca vou conseguir entender isso.

-Estou pronta.

Ele me olha de cima a baixo e eu nunca vou me cansar de ver ele me olhando assim.

Apesar de tudo o que aconteceu esse tempo todo em que estivemos longe um do outro,ainda posso ver um pouco do que tínhamos quando ele me olha assim.

Estamos caminhando em direção ao restaurante que fica perto da minha casa e eu pergunto mais por educação mesmo:

Você ainda continua em Toronto?

-É,continuo sim.

Andamos mais alguns passos em silêncio e então eu finalmente digo:

-Me desculpe por ontem.

Ele me olha e eu continuo:

-Eu não deveria ter reagido daquela maneira.

Ele apenas olha para a frente,respira fundo e diz:

-Eu entendo.

Me sinto mais confortável depois de dizer isso.

-O que vão pedir?

-Eu ainda não decidi...

Ele me interrompe sugerindo:

-Que tal Estrogonofe?

Acho que pelo meu olhar nostálgico, ele compreende que eu quero isso sim e faz o pedido.

Durante o almoco falamos apenas sobre como estou indo em meu curso e um pouco sobre o trabalho dele. Lauren,minha mãe e Ed também dão assuntos que nos mantém distante da conversa que eu acho que nos dois estamos adiando.

Ele me leva até em casa e se despede dizendo que ainda precisa participar de uma reunião com algumas professores que estavam no seminário.

Assim que ele vai embora,eu me jogo no sofá e já não sei mais como eu me sinto. Esta tudo tão confuso aqui dentro,mas eu também tenho um sorriso bobo por lembrar que eu estava com ele minutos atrás.

-Não mãe,não preciso ir ao hospital, é só um mal estar.

-Tem certeza, querida?

-Tenho mãe. Eu acho que vou pra cama agora. Boa noite.

-Certo. Boa noite. Qualquer coisa me liga,está bem?

-Okay, mãe.

Eu desligo o telefone e vou até a cozinha pegar um copo de água,mas acabo desistindo de tomar porque a dor no meu estômago está aumentando.

Volto pra cama e me deito ali agora já gemendo de dor.

Eu pego meu telefone e mais uma vez disco aqueles números que agora já sei de cor de tanto olhar para aquele cartãode visitas.

E a covardia toma conta de mim outra vez. Eu não sei o que dizer e resolvo desligar antes que ele atenda.

Coloco o celular de lado. Tomara que eu melhore ficando quietinha aqui,não quero ter que ir para o hospital.

Acordo com batidas na porta e percebo que estou suando,passo a mão em meu cabelo e me levanto ainda sentindo dores coloco a mão na barriga e sigo até lá.

Abro a porta.

-Josh? O que você está fazendo...

Mas eu nem termino de responder e sinto aquela ânsia me consumindo.

Eu coloco a mão na boca e corro até o banheiro.

𝐍𝐎𝐓𝐀𝐒 𝐅𝐈𝐍𝐀𝐈𝐒:

-Está acabando...

-Meta:60 Votos,60 comentários.

O Cara ao Lado -Adaptação Beauany Where stories live. Discover now