10- Over.

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Pela primeira vez em todo meu relacionamento com Sina, tive vontade de literalmente, em todos os sentidos, a dar a porra de um soco.

- Repete.

- O carro está vendido. - Ela diz de peito cheio.

Fecho minhas mãos e foco toda a minha raiva nos dedos que pressionavam minha própria palma.

- Você não fez isso.

- A aposta acabou, Noah. - Ela diz, determinada. - Ele está para vender faz algumas semanas, e hoje já não está nem mais comigo.

Eu me levanto e me agacho bem na sua frente.

- Se prepare para ver seu book de fotos com o Doodle na internet hoje á noite.

Empurro seu estojo aberto todo para fora da carteira, ouvindo o barulho de cada caneta encontrando o chão. Ela engole seco, mas não se deixa mostrar desesperada.

- Tem até a noite para me dar o dinheiro do carro. Se não, suas fotos com o nerdzinho da matemática estão oficialmente vazadas.

- Porque eu te daria o dinheiro se estamos empatados?

- Porque a partir de agora não é mais uma opção. Quis vender o carro achando que isso acabaria a aposta, e foi aí que errou. Você acabou de me fazer ganhar.

- Quem determinou isso?!

- Aquele que tem o seu futuro inteiro nas mãos.

- Porque eu sinto que toda essa sua raivinha é porque eu ainda sou tecnicamente virgem?

- Porque você é maluca, caralho! Foda-se que você é virgem, acabou de foder com a aposta e isso sim, me deixa puto.

- Então porque foi embora todo putinho da minha casa ontem?

- Não saí puto, só desconfortável. Até porque nunca quis transar com você mesmo.

- Ah, sim. Com certeza. Queria tirar meu vestido só pra olhar, claro.

- Eu não estava pensando direito e nem você. Eu nunca quis e nunca vou querer fazer sexo com você.

- Você não faz sentido! Se não quer tanto assim porque caralhos das duas vezes que nos beijamos, foi você quem começou? Você quem pagou a mediadora dos desafios para me beijar e você que voltou na minha janela pra me beijar de novo! Se quer se pagar de machão, não se perca no personagem!

Ela bate no meu ombro antes de sair da sala.

Olho para o chão, sentindo o sangue subir pelo meu corpo.

- Droga! - Chuto a cadeira.

{...}

Aqui estamos nós, eu e Mason, sentados um ao lado do outro para ver o jogo. Nós contra a escola do lado que nunca lembro o nome.

Nesse exato momento, as líderes de torcida estão entrando na borda da quadra pra fazer uma dancinha chata, com a mesma música chata.

E adivinha a surpresa no final! O mascote se junta á elas e dança a parte mais fácil de toda a coreografia.

- Por que isso sempre tem que ser tão óbvio?! Tudo igual, literalmente!

- Eu também não sei qual a graça que o americano tanto vê nesse tipo de coisa.

- O pior é quem está ali dentro... Jesus.

- Realmente.

A dança prossegue, e quase riu quando Lany se confunde e esquece que Sina é a principal e para no centro de todo mundo, exatamente no lugar que Sina fica. A cara dela olhando enquanto Lany se posiciona em seu lugar, era quase assustador.

happy ending | noartWhere stories live. Discover now