16- Bras and money.

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Sábado de manhã. Está frio de mais e acabo acordando cedo.
Ponho um moletom e pulo a janela com dois cigarros na mão. Agora não tenho mais a preocupação de trancar a porta ou não, já que Luce já sabe.
Observo a vista enquanto tragava o sabor acentuado da canela e assim que olho para baixo, sem surpresa alguma, vejo ela na rua, a caminho da minha casa.

Era o esperado.

De longe, ela me vê também e a vejo suspirar fundo enquanto exalo a fumaça. A garota se treme de frio. Desvio o olhar por alguns segundos, o suficiente para ela se aproximar ainda mais da escada que leva ao telhado.
Quando ela chega, já havia pego um cobertor para ela no quarto.

O cabelo está descabelado e a maquiagem um tanto borrada.

Estamos sentados um ao lado do outro, sem trocar nenhuma palavra. Sina pega o cigarro algumas vezes e numa dessas, a assisto posicionar o cigarro nos lábios e o tragar. Ela está acabada, sem dúvidas. O lábio está um pouco inchado e o pescoço com um chupão do lado direito.

- Aniversário difícil? Você não fuma. - Afirmo.

- Eu te odeio, e estou aqui. Já não faz diferença.

- Mentirosa. - Sussurro para mim mesmo.

- Porque entrou no time de futebol?

- Para te foder.

- Poderia ter feito isso sem entrar no time. Era só pedir.

Reviro os olhos.

- Vai se foder. - Arranco o cigarro dela.

- Há dois segundos atrás era você quem queria me foder.

- Você está bêbada ou algo assim?

- Não.

- Então porque fala tanta merda?

Ela ri.

- Fingir que não quer me comer não vai fazer a vontade passar, Noah.

- Porque me provoca tanto? Não é como se você quisesse e não é como se fosse acontecer.

- Porque sei que só um talvez para você já o suficiente.

- Brigou com o seu namorado de novo? Parece rotina. Toda vez que algo dá errado, vem me implorar para te foder.

- Eu nunca imploro, e não. Estamos ótimos.

- Então vai para casa, Sina.

- Não posso.

- Não dou a mínima. Já passou a época que eu ligava.

- Não posso porque Jason está com uma mulher em casa, porra. Já passei lá e vi. Surtei. Nunca tinha visto antes.

- Oh.

- É. - Ela suspira. - Acende o outro. - Sina aponta para o segundo cigarro.

- E porque não foi na casa de alguma cheerleader? Várias moram mais perto de você.

- Teria que usar minha personalidade de miss simpatia. Estou cansada, foda-se.

- Está admitindo ser uma vadia, então.

- Interprete como quiser. - Ela põe o cigarro na boca enquanto apertava o isqueiro na ponta.

- Porque voltou com ele, Sina?

- Cameron?

- É.

- Status, imagem. Tenho que preservar isso.

- Ele te bateu.

- Uma vez, nunca mais aconteceu.

- Não importa.

happy ending | noartWhere stories live. Discover now