22- Through the window.

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Noah Urrea

Minha confissão para Sina não tem sido fácil de engolir, de verdade. Está tudo meio bizarro na minha cabeça.

Hoje já fazem dois dias. Ontem não teve treino, então o máximo que vi dela foi no intervalo, numa mesa bem longe da minha.
Mas hoje não escapo dela. Tem aula de história e nosso treino.

- Cara, é sério... - Mason diz de boca cheia. - Estou apaixonado. Apaixonadíssimo. Tipo... Pra morrer, tá ligado?

- Por quem mesmo?

- Juliah. - Ele diz com a mão no peito. - Vai tomar no cu... Que coisa mais linda. - Ele aponta para ela do outro lado do corredor exatamente quando ela o olhava.

- Acho que ela está olhando bem aqui. Dá um oizinho. - Sussurro disfarçadamente.

Mason faz um oi com as mãos do jeito mais retardado e torto, e a menina corresponde sorrindo antes de ir embora. Fofinho.

- E da onde veio a paixonite mesmo?

- Eu já te disse milhares de vezes que estou no time de natação agora, Noah. Milhares. Ela é de lá.

- Eu esqueço, cara. As vezes esqueço que eu mesmo sou do time... Acho que crescemos muito sedentários pra ser tão atletinhas agora.

- É, faz sentido. Só sei que a garota nada que nem sereia. Daquelas que sai da água com o cabelo todo brilhoso, sabe? O bagulho é assustador.

- Não tem que usar uma touca?

- Mano, cala a boca. Só imagina.

- Ok. - Rio. - Vai logo pra aula, cabrón. Te amo.

- Eu não. - Ele mostra a língua.

O dou um empurrão e entro na sala sem perceber que era exatamente a que eu mais estava evitando. História. Sina.

Merda.

Sento na tão odiada carteira logo atrás dela e observo a cadeira desocupada. Espero que ela entrasse antes do professor, mas ela nunca chega. Saiba com toda a certeza do mundo que isso não é normal. Sina não é uma pessoa de faltar em qualquer aula que for, se não por um motivo seríssimo. E sei que ela está na escola, a vi na entrada.

Ai tem coisa, com certeza.

Peço permissão para sair da sala para procura-la. Não que eu estivesse desesperado para a ver, mas eu odeio história, então qualquer oportunidade que eu tiver pra me livrar desse inferno, eu vou dar um jeito.

- Sina? - Sussurro ao redor dos corredores.

Até que demorou para ouvir a voz dela em algum lugar. Bom, na verdade era a voz dela, e do Cam, no canto do ginásio.

Pareciam estar em uma discussão. Uma das feias. Escolho me esconder no corredor de uma maneira que ainda conseguisse ouvir perfeitamente o que diziam.

- Você só pode estar brincando!

- Não, não estou.

- Você e eu tínhamos concordado que isso seria o melhor para ambos! O que deu em você?!

- Eu só não quero mais, Cameron. Consegue entender isso?

- Não, porra, não consigo. Quero uma explicação, se não vou pensar exatamente no que você sabe que vou pensar e as coisas vão ficar feias.

O que ele vai pensar sou eu. Eu sou o problema. Merda, merda.

- A explicação é que isso não é um relacionamento e nunca foi. Acho que você já tem o que quer em questão de reputação, assim como eu. Não é para tudo isso, de qualquer maneira.

happy ending | noartWhere stories live. Discover now