Capítulo 13

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Sinto as mãos de Hector apertar minha cintura. Nossos corpos estão bem próximos agora, ele esta atrás de mim e eu me sinto intimidada por isso.

– Ok – ele diz – você ficará na minha frente assim, e eu atrás de você, não coloque a mão na cintura, não coloque a perna na frente para parecer que o corpo é mais bonito, isso é vulgar – ele diz – você irá flexionar o joelho relaxar os ombros e colocar as mãos nas coxas ok?

– Assim? – digo fazendo tudo o que Hector disse

– Isso. – ele diz. Uma mão sua esta na minha cintura e a outra solta

– Ficaram um lindo casal senhor Adams. – Hall diz

Hector me vira ficando de frente para mim

– Você nunca irá sorri ok? Seu sorriso deve ser um mistério, bendito seja aquele que te faça mostrar os dentes – ele diz – dê um sorriso delicado somente, para elogios, piadas, seja lá o que for, só ria realmente se achar algo engraçado, não fale alto, não ria alto, não feche a cara, e tente ser o mais possível carismática.

– Como é ser carismática? – pergunto

– Ser doce, gentil, agradecer, saber elogiar... E o mais importante, eles irão fazer certas perguntas como... Onde nos conhecemos, a quanto tempo estamos juntos, esses tipos de perguntas deixe que eu respondo, agora... Se eles perguntarem algo pra você que a resposta seja sim ou não, olhe para mim, duas piscadas para sim, três para não – ele diz e eu assento – mas não olhe para mim e responda o não ou um sim disparado, olhe discretamente para mim, sorrir, e responda: hum... Não.

– Tudo bem.

– Evite tualets, não quero que fique sozinha no meio de um monte de paparazzi ok?

– Tudo bem. – digo e ele sorri – ótimo. Temos que cortar esse cabelo. – ele diz dando de ombros

– Quê? – pego meu cabelo – por que?

– Prefiro mulheres com cabelo curto.

– Verônica tem o cabelo comprido. – digo sem pensar. Ele me encara e sorri sem mostrar os dentes

– Por isso prefiro mulheres com cabelo curto. – ele diz subindo as escadas – treine bastante nesse salto, precisa estar craque nisso.

– Tudo bem. – digo

... .... .... .... ...

É a noite, e um dia já se passou, estou vendo Hector somente agora ja que novamente ele teve que viajar. Estamos na sala de jantar e ele esta com o notebook encima da mesa. Hall esta em pé atrás da gente com a mesma cara de sempre e eu nem toquei no meu camarão.

– Não vai comer? – ele pergunta mastigando sem tirar os olhos do notbook

– Não – digo com a cara fechada – não gosto de camarão.

– Do que você gosta? – pergunta desinteressado

– Pizza, lasanha, macarrão, hambúrguer, sanduíche, misto quente...

– Vai ficar gorda desse jeito. – ele sorri

– Desde ontem você sumiu, me deixou no quarto com Hall o dia todo!

– Sinto muito senhorita Cecília. – Hall diz

– Sou um homem ocupado. – ele diz e eu revido os olhos. Ainda uso o salto agulha, aprendi bastante

– Estou nervosa pra amanhã. – digo

– Será coisa simples. – ele diz

Uso um vestido florido ate os joelhos e um pouco decotado. Meu cabelo esta em um coque alto, esse foi o luke que Hall me deu.

– Alô? – Hector diz atendendo o celular – oi... – ele susurra – não... Estou em casa. Não posso me sujeitar a isso. Porque não. Então tá, mas... Somente para conversarmos. – ele desliga o celular e se levanta

– Quem era? – pergunto curiosa

– Somos casados somente por um contrato, não se esqueça. – ele sai da sala enorme me deixando sozinha.

Jogo o prato com o camarão longe e me levando tirando o salto alto.

Subo as escadas e vou para o corredor que eu estou fiscalizando desde ontem, eu quero muito saber o que tem lá, mas Hector me proibiu, sem pensar duas vezes atravessou a linha do meu limite.

Olho para todos os lados para me certificar se alguns dos robôs de Hector esta atrás de mim.

– Senhorita Cecília? – Hall me chama e eu corro para ela não me achar

entro em vários corredores sem fim e paro em um sem saída. Provavelmente deve ser o quarto de hóspedes, assim que me viro para sair daqui escuto um barulho de... Televisão em um dos quartos.

Ando lentamente até o quarto e espio da fresta da porta, não vejo quase nada. Sem pensar duas vezes abro a porta de vagar mas acaba fazendo barulho. Um garoto esta encima da cama jogando videogame. Ele me encara mas logo dá um sorriso largo. Ele aparentemente deve ter a minha idade, ele é alto, magro, e tem o cabelo platinado



– Oi – ele diz – pode entrar se quiser.

– Não posso. – digo – só estava vendo um negócio.

– Ah qual é... Vem cá! – ele abre um sorriso largo – me deixa conhecer você?

– Quem é você?

– Sou o primo de consideração de Hector – ele diz – cheguei ontem aqui, não tinha ninguém como sempre. – ele revira os olhos

– Eu estava aqui o tempo todo. – digo

– É... Eu não te vi – espreme os lábios – é esposa dele ne? Vi nos jornais.

– Anham. – digo. Héctor provavelmente irá me matar se souber que estou conversando com esse garoto

– Você é muito bonita Cecília – ele diz – o que acha de jogar uma partida de videogame comigo?

– Não da tenho que ir. – digo saindo do quarto mas ele se levanta

– Por que? Calma... Parece assustada...

– Senhorita Cecília? – Hall diz vindo em direção ao quarto e eu sem pensar duas vezes me escondo atrás da porta – Oi senhor Will, desculpe incomodar, mas acho que a senhorita Cecília esta por aqui.

– Cecília? – vejo da fresta da porta ele franzir a testa – não... Ninguém entrou aqui não  – suspiro baixo de alívio

– Vou procurar em outros aposentos. – Hall diz – até mais.

Ela sai do quarto e Will tranca a porta

– Prazer, eu sou Will – ele aperta minha mão. Seu sotaque é diferente igual ao de Hector. – mas pode me chamar do que quiser inclusive nenê ou amor, eu não ligo. – ele dá um sorriso de lado

Ele se senta na cama pega a sua manete e volta a sua atenção para o videogame, acho que com ele posso conseguir arrancar algumas informações.

– De onde você veio? – pergunto curiosa

– Boston. – ele sorri – e você? Pensei que tinha que ir.

– Hã... De um lugar distante. – sorrio. Hector não me deu esses tipos de informações ainda

– Ok, não quer falar – ele diz encarando a tela de videogame – entendi.

– Tudo isso é algo novo para mim. – digo – essa casa imensa, esses cômodos, parece que estou dentro de um labirinto.

– É verdade – ele diz – aqui custa encher, somente em festas mesmo o que é bem raro, Hector costumava fazer mais festas quando ele estava junto com Verônica, ele já te falou dela ne?

– Sim... – digo querendo me aprofundar mais nisso – acho que ele ainda gosta dela.

– Me desculpe, sei que é esposa dele mas... É, é verdade. Ele a ama muito isso tenho que admitir.

– O termino deles foi uma catástrofe. – digo. Certamente se eu falar para ele que não sei o motivo que Verônica é Héctor não estão mais juntos ele não iria querer me falar.

– E verdade, ele descobriu tudo.

– Sim... – digo me sentando ao lado dele – mas espera... Descobriu o que?

– Ue... Que ela é interesseira! – ele revira os olhos – ela estava querendo dar um golpe nele, não um golpe de... "Assim que eu me casar com ele vou matá–lo", eta um golpe extremamente bolado, ela queria todo o dinheiro e poder dele.

– Como ele descobriu isso?

Wil me encara e desliga o videogame

– Não sabia disso né? – ele franze a testa

– Não... – sorrio e ele também

– Não é a esposa dele né?

– Por que não seria?

– Você não tem nada a ver com ele.

– Ata...

– Mas tem a ver comigo. – Will diz e puxa minha nuca para um beijo

Ele se aproxima de mim puxando meu lábio inferior e eu permaneço intacta com os olhos arregalados fitando meus lábios fazer movimentos que nem eu sabia

– Esta maluco? – digo o empurrando

– Nossa... Você... Tem um beijo muito gostoso. – ele sorri

– Otário! – digo saindo do quarto mas ele vem atrás de mim

– Espera – ele segura meu braço – fica mais um pouco?

– Definitivamente não! – surto – idiota!

Saio do quarto as pressas passando os dedos entre os cabelos, meu primeiro beijo, com... Droga!

Ando pelos corredores atordoada não tirando aquele beijo da minha cabeça, onde fui me meter, se Hector descobrir certamente estarei...

–  Hector... Isso... – Verônica?

Ando nas pontinhas do pés ate onde a voz dela vai e paro na frente de um quarto. A porta é enorme e por sorte esta fechado. Sem pensar duas vezes espio na fechadura da porta e vejo Hector completamente nú de costas, se eu não me engano Verônica esta de quatro.

– Ixxxx... – ele geme – Verônica... – coloco as mãos na boca ouvindo e vendo essa cena

– Ei... O que ta fazendo? – Will diz vindo atrás de mim

– Sai daqui! – digo para ele mas ele ignora vindo ate a mim. Ele me da um empurrão de leve e espia também na fresta da porta

– Caralho! – ele diz – Verônica? É ela que ta ai?

– É. – digo e cruzo os braços

– Que tenso... Não vai entrar ai e fazer barraco?

– Hector... – Verônica geme alto – ah... meu Deus!

– É obvio que não! – digo – não vou me rebaixar a isso.

– Sabia que não era a esposa dele. – Will sorri – vem vamos descer antes que eles nos pegam aqui.

– Não. Vá sozinho. – digo me soltando da sua mão

– Você se importa com isso? – ele diz apontando pra porta

– Arrrr.... – Valeria geme e eu reviro os olhos

– Não, eu não me importo. – digo e ouço a pulseira de Hector apitar três vezes dentro do quarto – merda! – arregalo os olhos

– Que barulho esse? – Will disse olhando para todos os lados

O silencio no quarto de Hector reina. Sem pensar duas vezes, pego o braço de Will e saímos correndo dali.


TUDO POR UM CONTRATO - Vol 1 - +18Onde as histórias ganham vida. Descobre agora