Capítulo 16

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Hector Verônica e o médico estão no quarto faz horas. Will e eu estamos do lado de fora, o médico só permitiu a entrada de Verônica, parece que eles se conhecem pelo bem do meu ódio.

– O que houve com a sua mão? – Will pergunta preocupado pegando meu pulso

– Nada... Eu só... Me cortei. – minto

– Deixa eu ver? – ele diz tentando tirar minha blusa da mão mas eu recuo

– Eu já disse que não e nada. – digo séria

– Olha... Alguma coisa esta acontecendo com você, e eu vou descobrir o que é.

– Não se preocupe comigo.

A porta se abre mas eu permaneço na porta, Hector esta acordado do lado de Verônica

– Como ele esta? – pergunto fria para o médico

– Ele vai ficar bem – o médico responde – Agora... Entre precisamos cuidar da dua mão.

– Não... Não precisa. – digo

– Cecília – Hector diz – entre.

Reviro os olhos e entro no quarto de Hector encarando feio Verônica. Me sinto naqueles filmes em que a heroína não é reconhecida pelo l seu trabalho duro.

– Temos que saber quem fez isso com você. – Verônica diz acariciando o cabelo de Hector

– Me deixe a sós com Cecília por favor. – Hector fala carinhosamente com ela

Verônica encara o medico e eu Will que permanece na porta. Assim que todos saem Hector se senta na cama com um pouco de dificuldade. Hector pega meu pulso e sorri sem mostrar os dentes.

– Você foi incrível. – ele diz

– É, só isso? – digo indo ate a porta para sair do quarto

– O que foi? Por que esta... Chateada?

– Chateada? – buffo – você me algemou em uma sala vazia e fria e me deixou na ponta dos pés encima de uma pedra escorregadia. Eu poderia ter deixado você morrer!

– Mas não deixou – ele me encara – por que? E como conseguiu sair?

– Ah mas isso pouco me importa, o que aconteceu ontem foi culpa daquela mulher que estava aqui, ela me induziu a beber, e eu não duvido nada de que foi ela que colocou veneno na sua bebida!

– Verônica não faria isso. – ele sacode a cabeça

– Não faria igual ela me disse que só ficou com você por interesse? – digo e ele levanto as sobrancelhas – você é burro? – franzo a testa – ela não gosta de você, ela não gosta do que você tem de baixo dessa sua cueca! Ela gosta do seu dinheiro!

Hector me olha assustado. Ele nunca esperaria que eu dissesse isso, e para falar a verdsde nem eu.

– Ah e me desculpa por ter te ofendido – olho para cima – a minha língua também faz parte daquela porcaria de escravidão não é mesmo? – Héctor gargalha alto balançando a cabeça

– Eu também só estou usando ela. – ele diz – assim como ela faz comigo.

– Ah é claro, pra na hora que você for envenenado por aquela ordinária você ficar gemendo " Veronica?" "Veronica?" – digo tentando imita–lo enquanto me debato como uma convulsão – eu achei que você era mais inteligente Hector, eu estou começando a entender as coisas agora!

Hector se levanta furioso e vem ate a mjm. Ele agarra meus dois braços com força e fixa seus olhos nos meus

– Eu acho que você quer ficar pendurada de novo.

– Por tanto que você não seja envenenado para mim ter que cortar meus pulsos pra conseguir sair de lá... Tudo bem. – digo saindo do quarto

– Qual e o seu problema? – ele revira os olhos

– Você, é o seu problema! – digo saindo do quarto e batendo a porta atrás de mim.

O resto da tarde eu fiquei em meu quarto. Hector não veio falar comigo e nem Will e nem Hall, pela primeira vez na vida eu estou tendo privacidade. Talvez Hector não veio me ver com medo que eu diga mais verdades já que eu tenho a plena certeza de que ninguém faz isso por ele, e não ver Hector... É a melhor coisa que esta me aconteceu.

.... .... ... ... ...

Acordo no meio da noite suspirando alto e vejo Hector sentado na minha frente me olhando sério. Me sento na cama em um pulo tentando esconder o meu pijama grande. Hall também esta aqui, inclusive mexendo no meu guarda roupa. A minha mao esta costurada e eu fico me perguntando como.

– Você realmente tem um sono pesado. – Hector diz baixo

Ah desculpe, é que eu estava cansada depois de horas pendurada.

– O que esta fazendo aqui? – pergunto e ele coloca os dois pés no puf em sua frente

– Hall esta arrumando suas coisas. – ele diz

– Eu tô livre? – sorrio – vai me dar... A carta de alforria liberdade sei lá esse troço?

– Acha mesmo que eu seria tão generoso? – ele cruza os braços

– Hum... – abaixo os ombros – então porque Hall esta arrumando minhas coisas?

– Vamos viajar para São Paulo – ele diz – mandei reservar um restaurante lá, você vai gostar, e também tenho uma pequena reunião com os negociadores de Exy. –

Exy é a robô de Hector, para quem esqueceu.

– Esta querendo fazer as pazes comigo?

– Você é complicada – ele diz – ninguém nunca alterou o tom de voz como você fez comigo hoje mais cedo.

– Ninguém também nunca me colocou pendurada com os braços abertos nas pontas dos pés em uma pedra gelada.

– Sabe... Eu estava pensando agora na sua carta de alforria. – ele olha para cima – sabe quando pretendo te dar?

– Quando? – pergunto ansiosa

– Nunca. – ele sorri – e não estou tentando fazer as pazes com você, quero me redimir com a mídia depois daquele ridículo escândalo que você fez, se fomos em algum restaurante talvez algum paparazzi nos veja, sei lá.

– Eu não estou muito afim de sair hoje. – digo me deitando

– Cecília – ele encara o chão e a mim – sabe o que irá acontecer com você se eu desistir de você como escrava? – nego – algo muito ruim – ele diz – você é a pessoa que mais sabe da minha vida, acha que se eu te libertasse você poderia sair por ai saltitante e feliz como você parece ser?

– Saltitante e feliz nessa casa com você? Me perdoe Hector, mas feliz aqui dentro eu não sou nunca – sorrio – e outra... Eu não sei nada sobre a sua vida.

– Exatamente.

– Ok, ok – digo – eu sei que de qualquer jeito eu terei que ir, mas eu só vou de boa vontade, fazer o meu papel como boa esposa, por uma condição.

– Qual? – ele diz sério

– Que a gente passe na 25 de março.

– Definitivamente não. – ele diz e se levanta

– Por favor – digo indo ate ele – eu tô com muita saudade de um pastel com caldo de cana! Olha... Você me mostra como é acostumado com a sua vida, e eu te mostro como era a minha.

– Me reconheceriam se eu saísse por ai andando no meio das pessoas, e você também.

– Iremos disfarçados, por favor... – digo e ele me olha de relance

– Vou pensar sobre isso – ele diz – vamos ver como é ter uma vida de Hector normal.

.... .... .... .... ..

Chegamos no hotel de São Paulo e eu fico maravilhada de como as coisas são lindas. O hotel é luxuoso enorme e espaçoso, e dou graças a Deus que cheguei rápido porque voar de avião não é tão bom quanto eu pensei.

Hall também veio conosco, vou ate o quarto e visto o vestido que ela escolheu enquanto Hector esta no quarto se trocando. Ele com certeza esta querendo se redimir comigo, e sei que desculpas não é a cara dele de pedir.

Uso um vestido longo preto e um salto não muito alto.



– Posso entrar? – Hector diz da porta e eu assento – só vim lhe entregar esse presente. – ele diz me dando uma sacolinha azul.

Abro lentamente enquanto me sento na cama e tenho uma surpresa. É uma caixinha preta, e assim que abro tem um frasco de perfume, ele esta deitado em uma espuminha vermelha e o vidro é todo brilhante



– Uau... – digo cheirando a tampa – isso deve ter sido uma fortuna Hector...

– Ótimo jeito de agradecer – ele sorri – o nome dele é Clive, e é o segundo perfume mais famoso do mundo, as bordas são de ouro e... aqui – ele diz apontando na tampa do perfume – são diamantes por isso tome cuidado.

Abro o frasco com delicadeza e borrifo duas vezes no meu pescoço

– O cheiro é perfeito. – digo ele sorri e sai do quarto

Depois de dar um jeito no meu cabelo e passar um rímel leve nos cílios, vou para sala onde Hector esta me esperando.

– Você está bonita. – ele diz me dando o braço

Hector esta lindo, ele usa um termo todo preto, e seu cheiro bom paira no ar.




– Obrigada. – digo e saímos do hotel

Assim que chegamos no restaurante fomos muito bem recebidos. Alguns paparazzi nos barram da porta e fomos obrigados a tirar fotos e mais fotos

– Senhorita Adams, como se sente depois daquele escândalo no evento do seu marido por causa de bebida? – um fotógrafo pergunta

– Eu realmente confesso que extrapolei – digo – não sou acostumada a beber aquela foi a primeira vez acreditem, peço desculpas aos de mais e principalmente pro senhor Champagnat, não foi aquela minha intenção.

Sobre Champagnat foi isso.

– Senhor Adams como foi a sua atitude com sua esposa depois daquilo? – uma repórter mulher pergunta

– Eu literalmente a entendi – ele mente descaradamente – Cecília também é humana, ela nunca tinha bebido antes, eu para falar a verdade achei uma coisa muito engraçada, quem é que não extrapola na bebida de vez enquando? Mas agora ela aprendeu o contexto da palavra moderação e isso não vai mais acontecer. Agora precisamos entrar, foi um prazer. – ele diz e entramos no restaurante

– Agora virei sua esposa alcoólatra. – digo e ele sorri

– Criaram até uma pagina no facebook sua pra isso. – ele diz – Cecília: eu bebo pra esquecer se fosse pra lembrar eu anotava.

– Que... Ridículo! – contenho o riso

– Sua mesa esta ali senhor Adams. – a garçonete diz e nos a guiamos até uma mesa que fica no meio do restaurante. Eu não preciso nem descrever como ele é realmente, porque é muito lindo, fino e luxuoso.

Hector puxa a cadeira para mim e eu me sento.

– Nem parece aquele que prendeu meus braços em duas algemas. – digo e ele espreme os lábios

– Podia falar mais alto, quem sabe não escutam você?

Pegamos no menu e eu leio várias comidas inglesa

– Que porcaria é essa? – sussurro – se estamos em são Paulo por que diabos eu iria comer Guananciele? Ou... Que nojo! Risoto de canoa blarg! – Hector gargalha baixo e me encara

– Quando provar tenho certeza que vai amar. – ele diz e a garçonete novamente se aproxima – de bebida vinho branco por favor, o melhor da casa.

– Tudo bem – ela diz enquanto anota – antes de perguntar a comida... Posso tirar uma foto com você, eu não queria incomodar mas...

– É claro. – Hector diz gentilmente e ela rapidamente tira o seu celular.

A mulher se aproxima de Hector e tira uma selfie com ele beijando sua bochecha

– Ah... Obrigada! – ela diz empolgada – de comida o que vão querer mesmo?

– Traga dois pratos de Tartare de Salmão . – ele diz e ela assente se afastando da mesa comendo Hector com os olhos

– É... Você arrasa com a mulherada.

– Acho que mais é pela fama – ele diz

– Como conheceu Verônica? – pergunto e ele me encara

– Não vamos falar sobre isso.

– Você não me fala nada sobre você. – franzo o cenho

– Ok... – ele cerra os dentes – tenho uma irmã que mora em Boston, um irmão mais novo que eu não faço a mínima ideia de ontem esteja. Meu pai mora em... Eu também não sei e muito menos minha mãe. – ele diz e volta a sua atenção para o menu – o que vamos querer de sobremesa?

– Espera... Você não sabe nada da sua família? – franzo a testa

– Não – ele diz – meu pai sempre duvidou da minha capacidade, era ignorante bêbado e vivia espancando minha mãe, minha mãe é rica, ela trabalhava mais ligava mais para homens. Quando eu cheguei nos meus 6 anos meu vô me colocou em uma escola rigorosa da China, lá eu aprendi diversas coisas e eu era muito esforçado, então eu pedi a ele um cargo baixo na empresa da Apple depois de crescido, eu fazia curso e trabalhava lá dentro somente anotando coisas, atendendo ligações... Quando eu formei no curso eu subi de dois cargos graça o meu vô que me empurrou, ai foi um curso atrás do outro, nisso... Ele me colocou dentro do Windows e a minha vida começou a ficar corrida. Eu tenho um perfeito cargo lá, mas a minha vida esta na Apple.

– E as idéias de criar robô?

– Eu conheci um dos funcionários que trabalham de engenheiro na empresa robótica, ele também trabalha na Apple, o cargo dele era bem abaixo do meu, assim que ele me apresentou a empresa robótica fui logo ir la para me apresentar, eu já fui com idéias e expectativas, eles me aceitaram e eu fiz alguns cursos, terminei com 23 anos, agora eu tenho 29.

– 29? – surto – o google falou que era 28.

– Ah é. – ele sorri – o google também falou que eu era bonzinho.

– Seu vinho senhor e senhora Adams. – a mesma garçonete diz nos servindo

– Prove? – ele diz assim que ela se vai. Provo um gole pequeno do vinho e relaxo os ombros

– Oh meu Deus... – digo – é a melhor coisa que eu já bebi na minha vida!

– É um vinho bom, mas não o melhor. – ele diz

– E parte da sua vida você morou com seu vô?

– O que? Não – ele sorri – eu morei parte do meu tempo na Califórnia próximo a Apple sozinho – ele diz – não sou tão famoso quanto meu vô.

– E quando surgiu a ideia de você vir pro Brasil?

– Ha dois anos atrás quando eu descobri que aqui os recursos são bem baixo. – ele diz e eu levanto as sobrancelhas – eu quero fazer história aqui, quero ser lembrado, quero fazer sucesso. Você deveria saber quando eu cheguei assim que meu avião pousou aqui, foi muito falado.

– Quando chegou aqui já tinha a sua casa em Brasília?

– Sim, eu mandei que comprassem a rua já que não tinha quase nada de casa, as pessoas que moravam la eu banquei dando casa em outro lugar, arquitetei aquela mansão e... Vualá. – ele diz e toma um gole do seu vinho

– E sua irmã... Ela mora com quem?

Hector estreita os olhos e nessa mesma hora a comida chega.

– Por que quer tanto saber da minha vida? – ele diz assim que a garçonete vai

– Porque talvez é o meu instinto de escrava e esposa querer saber. – digo fitando a comida toda colorida – Tem um pingo de comida em um prato enorme!

– tartare de salmão – ele diz colocando um pouco de comida na boca – e caramba... Esta muito bom. – ele fecha os olhos



– Tartare? – levanto a sombrancelhas – ansiosíssima pra amanhã no 25 de março.

– Não estou nem um pouco animado. – ele diz – só vou porque eu prometi a você. – no avião vamos dizer que eu consegui convencê–lo

– Ok. – digo enquanto pego um pouco de comida

– Esta fazendo errado – ele diz – você não se deve encher o garfo de comida, faça assim – ele diz usando somente a ponta do garfo para a comida.

– Entendi. – digo fazendo o mesmo –É bom... Só é um pouco picante.

– É perfeito. – ele diz

– Só é muito Pouco também né! Eu gosto de encher o prato sabe, arroz feijão batata frita.

– Você não vai viver muito – ele diz – sabe que esta comendo 10 de comida e 90 de gordura né?

– Nada a ver. – reviro os olhos

Assim que terminamos de comer, a sobremesa chega

– Pão com sorvete?



– Sticky toffee pudding. – ele diz e eu gargalho baixo – o que por que esta rindo?

– Que mané se estique toffe pudim o que Hector, isso é pão com sorvete cara! – gargalho e ele permanece sério – pão integral com sorvete!

– Eu não quero nem saber o que me espera amanhã. – ele diz pegando do seu pão

– Você com certeza vai adorar! – digo e ele revira os olhos





TUDO POR UM CONTRATO - Vol 1 - +18Where stories live. Discover now