Capítulo 17 e 18

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– Senhor Hector Adams, preparado para um desafio? – digo em um microfone sem fio e obviamente desconectado em uma das lojinhas da 25 de março.

O sol acabou de se por, e só eu sei o quão difícil foi trazer Hector ate aqui. Ele usa um bone e um óculos maior que o seu rosto para ninguém o reconhecer. Seus seguranças estão por toda parte, e ele usa uma roupa social, roupa social para andar na 25 de março, ok né. Ele me fez sair com um vestido rodado verde e eu também uso um óculos totalmente inapropriado para o meu rosto.

– Não fala o meu nome assim – ele diz sussurrando e pegando o microfone da minha mão – não sabia que aqui tinha tanta gente dessa forma, vamos embora!

– E ele esta com medo! – digo cantarolando

– Com medo? – ele buffa – se essas pessoas descobrirem que sou eu nem a minha roupa sobra no corpo.

– Não vão descobrir.

– Como tem tanta certeza? – ele diz me puxando para irmos embora. Seu carro esta a alguns metros daqui.

– Porque eu sei – digo me agarrando em um poste – por favor Héctor... Eu sempre quis vir aqui.

– Definitivamente não – ele tenta me tirar do poste – não sou acostumado com tanta gente desconhecida. – ele olha preocupadamente para todos os lados

– Esta desfazendo mesmo o meu desafio? – arqueio a sobrancelha – e senhoras e senhores, Hector Adams acabou de perder o desafio de uma simples... Escrava – sussurro – por medo de ser reconhecido.

– Fala baixo – ele sussurra de volta – e não estou com medo de ser reconhecido.

– Eu acabo de ter uma ideia. – digo colocando o dedo indicador no queixo

– Mas que ideia?

– Ué... Vamos montar um look pra você ne, olhe ao seu redor Hector... As pessoas não está de terno. Pelo menos hoje e uma vez na vida, esqueça a vida que você tem, e tente ser quem você não é.

– Você é maluca... – ele sorri

– Eu faço isso o tempo todo, e não sou maluca.

Hector me encara revira os olhos e passa os dedos entre os cabelos, faço biquinho de por favor e ele finalmente assente.

– Ok, ok – ele diz – mas tem umas condições.

– Qual?

– Se é pra mudar minhas roupa, e pra fingir que eu não sou eu... Finja que meu nome não é Hector também, não quero que ninguém me descubra.

– Tudo bem... – digo – seu nome agora será... Hã deixa eu ver.

– Não pode ser tão ruim assim escolher um nome pra mim. – ele cruza os braços

– Tá, será... – penso – Enzo.

– Quê? Não – ele faz cara feia – outro.

– Francisco?

– Piorou!

– Miguel?

– Hã... É pode ser. – ele diz – o seu será...

– Lia – digo o interrompendo – ninguém vai saber que sou eu. – levanto os ombros

– Não... Lia é muito bonitinho – ele diz – sera Dora.

– Dora aventureira? – abaixo as sombrancelhas

– Tudo bem... Lia então. – ele revira os olhos

– Agora vamos montar um look pra você. – digo puxando ele pelo braço andando entre as lojas da rua

– Olha lá o que vai escolher em. – ele fala preocupado – não gosto de nada estravagan...

– Ah meu Deus, é essa loja mesmo!

Entramos em uma loja masculina não muito grande. Corro para uma blusa amarela de pokemon e mostro para Hector

– Nem pensar! – ele diz incrédulo

– Posso ajudar? – a moça diz vindo ate nos e Hector abaixa a cabeça tentando disfarçar – espera... Adams? – ela grita – ah meu Deus eu não acredito que o Hector Adams tá aqui na minha loj...

– Shiii! – digo colocando a mão na boca da mulher. Ela aparenta ter uns 40 anos, é baixa, gordinha, pele negra e cabelo estilo black power – precisamos de roupas – digo – mas isso só vai ser possível se não gritar para todo mundo o nome dele.

– Me desculpe eu... Ai que emoção! – ela diz sacudindo os braços – depois vocês podem tirar uma foto comigo? E na loja? Eu vou ganhar muitos clientes, nossa eu nunca pensei que receberia vocês aqui é uma honra, eu sou muito fã de vocês, vocês formam um casal lindo, meu Deus se descobrirem que é mesmo o senhor Héctor as pessoas vão...

– Senhora, eu entendi – Hector diz colocando as mãos no ombro da mulher e ela morde os lábios com isso – só precisamos de roupas ok? Prometo tirar fotos, autógrafos... Por tanto que nos deixem escolher as roupas.

– Tudo bem venha por aqui. – a moça diz empolgada

– Sozinhos. – digo e sorrio para ela – queremos escolher as roupas sozinhos.

– Tudo bem. – ela diz indo feliz da vida pra trás do balcão – fiquem a vontade.

– Não vou usar essa blusa – Hector diz – eu odeio amarelo.

– Ah qual é... Esse é o seu desafio!

– Desafio super recusado. – ele coloca as mãos no bolso

– Então ok – digo andando pela loja – você disse que sua cor preferida é preto né? Ah isso! – digo indo ate uma blusa preta de rock, logo depois vôo ate uma jaqueta de couro preto e uma calça jeans preta também – Hect... Digo... Miguel rockeiro estilo tumbrl vai lá.

Hector pega as roupas suspirando alto e vai para o provador. Enquanto ele troca de roupa tiro uma série de fotos com a mulher que não parava de nos encarar

– Já esta pronto? – digo para Hector

– Sim... Pode vim. – ele diz e eu abro uma fresta do provador para espia–lo mas ele ainda esta sem camisa

– Você é um engraçadinho não é mesmo? – digo e ele sorri.

Fito através do espelho sua barriga definida, se ele estivesse pelado agora mesmo eu juro que eu não iria ligar. Hector veste a camisa de rock e por ultimo a jaqueta preta.

– Não ficou tão ruim. – ele diz

– Ficou ótimo! – digo indo até um óculos escuro que avistei de longe e coloco no seu rosto– só faltou isso.

Hector se encara através do espelho e parece ter gostado do visual, e eu... Adorei.



– Quanto deu? – Hector pergunta para a mulher atrás do balcão

– Tudo deu R$350 senhor Adams.

– O que? – ele diz assustado – só isso? Tem certeza que a conta esta certa?

– Hector! – o belisco de leve

– O que? – ele me encara – ata... Aqui esta. – ele diz entregando R$ 400 em dinheiro para a mulher – pode ficar com o troco.

– Obrigada senhor Adams, você é um homem... Maravilhoso! – ela morde os lábios – pode tirar uma foto comigo?

– É claro. – ele diz gentilmente

As poses de Hector são sempre muito sérias. O admiro discretamente e ele percebe isso fingindo que não.

– Vamos? – digo e ele assente

– Voltem mais chuchuzinhos. – a mulher diz – foi um prazer receber vocês aqui.

– Ate mais. – digo e saímos da loja

– Hora de montar você. – Hector diz animado e eu fico surpresa por isso

– Espera... Oi? – sorrio enquanto sigo ele que entra em uma loja – não estou me lembrando dessa parte do contrato viu!

– Ah não? – ele diz enquanto entramos em uma loja – Cecília tumbler 2017 – ele diz pegando uma jaqueta jeans enorme, um boné e um óculos de grau – é assim que fale né? – ele estreita os olhos

– Nao... E essas coisas que você esta pegando não tem nada a ver comigo! – cruzo os braços

– Pra quem gosta de beethoven e tá usando uma camisa de rock... – ele sorri

– Que isso?

– Música clássica tola. – ele me da um peteleco na testa – agora vá ande.

Héctor pega mais algumas roupas e me entrega. Depois de alguns instantes vestindo, percebo que não ficou tão ruim.

– E então? Como eu estou?

Hector me encara e por um instante parece que ele está olhando para Verônica porque o seu olhar é...Diferente. Mas ele logo desfaz isso.

– Você esta linda. – ele diz e eu jogo o cabelo fazendo poses – tirando essa bota que eu escolhi porque não tem nada a ver com você.



– Pra mim é essa legging vermelha. – digo – mas tudo bem... Melhor do que aquela. – digo apontando para uma calça jeans rosa e laranjado toda rasgada nas pernas

– Porra não tinha visto isso – ele gargalha um pouco alto – poderia ter escolhido aquela.

– Acho que essa é a primeira vez que eu te vejo sorrindo dessa forma! – balanço a cabeça

Depois de pagarmos saímos da loja. Fomos em várias lojas de roupas, de livros e ate de celulares, Hector ficou bobo com as piratarias.

– Vamos entrar nessa? – ele diz me puxando para uma loja de perfume

Hector passa uma amostra grátis de perfume no pulso e fecha os olhos ao sentir o cheio

– Shalini – ele diz – porém... Falsificado.

– Deixa eu ver? – digo pegando o pulso de Hector – hum... O cheiro é muito bom.

– Sim, vou levar. – ele diz

– É sério? – pergunto surpresa

– Sim... Por que não?

– Você parece meio chato com as coisas.

– Isso é verdade. – ele diz – mas tem o mesmo cheiro então... É bom que eu não preciso gastar muito dinheiro. – ele revira os olhos

– Ata! Hector Adams não querendo gastar dinheiro? É sério isso produção? – digo fazendo um microfone com a mão

– Sabe como é temos que improvisar – ele diz – as condições hoje em dia não estão nada boa.

– Agora sim você falou igual uma pessoa humilde! – digo e gargalhadas juntos

Depois de pagar o perfume continuamos andando um do lado do outro. Héctor entrelaça seus dedos nos meus e ele parece não ter percebido isso, ficar do lado dele pela primeira vez esta sendo bom, ele as vezes demostra ser quem não é, pelo dinheiro, riquezas, poder... Se ele for do jeito que eu estou vendo agora... De fato ele é uma ótima pessoa.

– Que cheiro é esse? – ele franze a festa

– Hum... Pastel! – digo fechando os olhos e passando a língua nos lábios – já comeu?

Eu sei que Hector é muito ocupado, e ele só mora aqui há dois anos então...

– Nunca – ele diz – são muito calóricos, é de mais pro meu corpo fitness . – ele sorri

– Dizem que os pasteis de são Paulo são os melhores já que foi aqui que foi inventado, vem – digo puxando ele para uma pastelaria – sei que com certeza essa vai ser a melhor coisa que você vai comer na vida!

– Vamos ver se é melhor do que o meu champagnat – ele diz e eu reviro os olhos

– Ei... Pode me dar quatro pasteis por favor? – digo para o moço atrás do balcão – eu quero dois de frango com catupiry e dois de presunto e mussarela, e ah... Duas caldas de canas por favor.

– Comidas típicas de Cecília Adams. – Hector puxa uma cadeira para mim me sentar enquanto estou com um sorriso ate as orelhas – já imaginou se a gente se conhecesse em uma pastelaria?

– Seria legal!

– Oi, prazer meu nome é Miguel – ele diz se sentando na mesinha de madeira de frente para mim – eu estava ali te observando e pensei, caramba... Que mulher linda.

– Ah... Me desculpe mas... Eu tenho namorado valeu. – digo virando minha atenção para o cardápio

– E agora o que faço? – ele me olha nervoso – não sou acostumado a ganhar foras desse jeito.

– Primeiro que nenhum homem daqui chega assim. – espremo os lábios

– Então como chega?

– E ai gatinho queria bater uns assunto com você? Pode colar na grade?

Hector dar uma gargalhada sem fim e nessa mesma hora o pastel com o caldo de cana chega

– Eu daria tudo para ver uma cena dessa! – ele diz

Espero atenciosamente Héctor morder o seu pastel de frango e ele arregala os olhos assim que morde

– Porra! – ele diz – meu Deus o que tem nisso?

– Eu disse, eu disse! – digo mordendo o meu pastel. Com certeza é o melhor que já comi.

– De verdade... Isso é... Muito bom! – ele diz e vira sua atenção para o homem atrás do balcão – amigão, pode trazer mais quatro desse por favor?

– Hector... – digo em meio a gargalhada alta – eu sabia que ia gostar.

– Caramba isso é muito bom! – ele diz de boca cheia – isso é calda de cana né?

– Sim!

– É perfeito!

– Me agradeça! – digo estendendo a mão e ele da um beijo

– Obrigada por me mostrar a 2° maravilha do mundo.

– 2°? – me esguio – quem é a primeira?

– Hora... Você! – ele diz e morde um pedaço enorme do seu pastel – sem você como eu conheceria o famoso pastel dá... Como é mesmo o nome dessa loja?

– Pastelaria. – digo e novamente gargalhamos alto

– Pela primeira vez eu estou comendo uma coisa, pensando nos outros que estão esperando.

– Eu nunca pensei que me diria uma coisa dessas. – sorrio

– Eu sei. – ele diz e entrelaça seus dedos nos meia encima da mesa – obrigada.

– Obrigada por que? Se o dia esta só começando?








Capítulo 18 – Bipolaridade

– ... Mas você só tem gravatas preta! – digo para Hector. Estamos em uma lojinha de terno, ele comprou três de uma vez, agora estamos escolhendo gravatas

– Mas laranjada? – ele sorri – acho que vou levar essa roxa.

– Tudo bem. – afirmo

Ficamos horas andando na 25 de março. O relógio bate as 16:30 da tarde.

– Estou faminto. – ele diz – o que mais tem no seu cardápio de hoje senhorita Adams?

– Já sei – digo indo ate uma loja de salgados mais a frente – enrolado de presunto e mussarela, o que acha?

– Parece bom. – ele diz animado

Entramos em uma lojinha não muito grande de salgados

– Espera aqui ok? – ele diz e eu assento

Estou observando Héctor de longe por enquanto que ele escolhe algum salgado da vitrine, ele parece indeciso e eu rio pra ele

– Oi. – um homem alto dos cabelos encaracolados disse se aproximando. Seus olhos é de um folha seca, e ele é um gato!

– Oi. – digo gentilmente

– Tá sozinha? – ele diz e da um sorriso encantador de lado – me desculpa... Fiquei te olhando ali e tomei coragem para vir falar com você.

– Ah... Trabalha aqui? – pergunto fugindo da pergunta que ele fez

– Não, mas venho sempre aqui, os salgados são os melhores.

– O cheiro é muito bom! – digo enquanto vejo Héctor nos olhar de longe

– Eu acho que já te vi em algum lugar, na televisão ou... Não sei bem...

– Quê? – sorrio piscando algumas vezes – Deve ter se enganado.

– Tem celular?

– Tenho, anota ai.

Pela primeira vez eu estou mesmo flertando com alguém, pela primeira vez eu me sinto bonita e segura disso, e também... Quero vê se Hector se irrita com isso.

– Oi. – Hector diz sério se aproximando com duas sacolas de salgado na mão. Eu nunca imaginei que o veria desse jeito.

– Hã... Oi – o cara diz meio sem graça – você é?

– O marido dela. – ele fala e eu coloco a mão na testa discretamente

Ixi...

– Marido? – ele assusta – Ata... Não pensei que ela era comprometida já que estava quase passando o número do telefone – ele se afasta – me desculpa.

Não! Volta aqui garoto dos cabelos encaracolados!

– O que foi isso? – Hector me pergunta

– Ué... Eu estava... Flertando? – reviro os olhos

– Flertando? – ele abaixa as sobrancelhas – eu te dou um dia de confiança e intimidade e você acha que pode fazer o que quer?

– Eu não disse isso... – estendo o dedo indicador – eu só queria...

– Vamos embora. – ele me puxa pelo braço – cansei disso, estou fazendo um papel ridículo, você é uma escrava, certamente se meu vô me visse ele me acharia um idiota por estar desse jeito com você!

– O que seu avô tem a ver com as coisas que você faz ou deixa de fazer? – altero meu tom de voz tentando me soltar das suas mãos que aperta meu braço – Hector... Você está me machucando!

– E não é pra machucar? – ele fixa seus olhos nos meus – a partir de hoje esta proibida de me pedir esses tipos de coisa, se quer sair o único lugar que sairá é pra onde eu vou e custumo ir!

– Ei... – um homem mais velho diz se aproximando – ele esta me machucando moça? – ele pergunta para mim

– O que? – Hector pergunta estreitando os olhos

– Parece que você está machucando ela! – o homem diz e atrás dele junta mais quatro homens mais velho – não tolero homem que machuca mulher! Você tolera Élio?

– Não! – Élio diz dando um soco na mão e cerrando os punhos

– Tá de brincadeira? – Hector buffa – vamos embora! – ele diz pra mim

Passamos pelos homens mas um deles segura o braço se Hector

– Eu não quero machucar você. – Hector diz ainda paciente

Eu não ligaria se esses caras desse uma surra em Hector, mas eu também sei que depois ele descontaria em mim.

– Você bate em mulher seu filho da puta? – o homem empurra Hector – é isso?

– Cara... – Hector fecha os olhos tentando se conter e o homem continua empurrando Hector. Todos que estão perto se aglomeram e Hector solta meu braço. – não quero confusão.

– Não quer confusão? – ele continua empurrar Hector com força – então porque estava maltratando a moça!

– Ela é minha esposa, e se eu fosse você não matéria em assunto que não tem a ver com você. – Hector diz até calmo de mais e eu cruzo os braços de nervosismo. Eles vão machucar Hector, eu sei que vão.

O homem se prepara para dar um soco na cara de Héctor mas ele pega a sua mão e dobra o seu pulso para cima quase quebrando. O homem praticamente grita de dor enquanto outros dois homens se aproximam indo para cima de Hector com tudo, Hector chuta um deles com força que acaba caindo encima do outro enquanto o cara que ele torce o pulso continua gemendo de dor. Tinha me esquecido que Hector é bom em tudo e seria inútil se ele não soubesse se proteger.

Os seguranças de Héctor se aproxima e acabam com isso. Os homens se afastam com medo e Hector novamente agarra meu braço me puxando em direção ao carro.

– Deveria ficar de castigo – Hector altera seu tom de voz– olha só as coisas que você me provoca!

– Entenda, que nunca vai enfiar na minha cabeça que vou me render a ti por completo, nunca Hector! – cerro os dentes

Hector pega seu celular no bolso e faz uma ligação para alguém. Sinto sua raiva e ignorância nos seus olhos

– Alô? – ele diz através do celular – Yoto pode cancelar o vôo de Judite por favor?

– O que? – sussurro

– É mudei de ideia, acho que Cecília não está com saudades da irmã. – Hector diz fixando seus olhos nos meus – se a irmã dela precisa saber disso? Mas é claro!

– Hector! – digo o sacudindo pela gola da sua jaqueta – por favor não faz isso!

– Tudo bem, ate mais. Thau. – ele coloca o celular no bolso e as mãos no colo

– Você é um mostro! – digo sentindo minhas lágrimas escorrer igual chama dos meus olhos – eu odeio você, eu poderia ter deixado você morrer aquele dia!

Ele me encara com a testa franzida revira os olhos e vira a cara olhando para o outro lado. Ele não se importa com isso, não se importa comigo e nem com os meus sentimentos, ele realmente é um mostro, por um momento achei que não mas... Sim... Ele é.

.... .... . .. .... .... .... .... ...

Já cheguei em casa, digo... Na casa de Hector. Hoje se passaram dois dias e ainda estou muito cansada da viagem. O relógio marca as 10:30 da manhã e eu não desci para o café. Hector e eu não estamos nos falando. Sua atitude ontem cobriu tudo de bom que ele fez na 25 de março, o que adianta ele ser bom se quando ele é ruim fica cada vez pior?

– Oi – Hector diz da porta do quarto e eu contínuo deitada de costa – tô viajando Pro EUA, tenho que estar presente em uma reunião da Apple e passar na Windows.

– Vai ver Judite? – pergunto mais para mim do que para ele. Eu queria manter minha dignidade, mas eu também preciso saber de Judite, não tenho notícias dela a muito tempo.

– Não, não vou ter tempo. – ele fala e eu permaneço calada – o doutor Carlos vai vir hoje para tirar os pontos da sua mão, Maria vai estar na cozinha se quiser pedir ela para preparar algo...

– Não tenho permissões para usar a cozinha.

– Agora tem. – ele diz – Hall cuidará de você, não pretendo demorar.

– Não queto Hall atrás de mim, eu sei que ela fica me filmando pra você, eu só quero privacidade.

– Eu sinto muito. – ele diz – A casa vai estar trancada você não vai poder sair e nem entrar, eu ativei um sensor que se você ultrapassar os limites como jardim, piscina ou os quartos que não te dei permissão de entrada um alarme vai acionar e eu vou ficar sabendo, espero que eu não receba ligações no meio de uma reunião importante. E ah, alguns paparazzi nos fotografou ontem na 25 de março, estamos dentro dos casais mais bonitos em 2° lugar, foi ótimo por um lado ter me levado lá.

Por um lado?

– Mais algum coisa Hector? – pergunto grossa

– Sim. Seu celular esta na sala encima da mesa, vou precisar de ligar para você então fique com ele ok? É só isso. – ele diz – thau.

Escuto passos de Hector afastar da porta e de Hall se aproximar

– Hora de levantar senhorita Adams. – Hall diz entrando no quarto e eu suspiro alto

A minha vida é um inferno!

... .... .. .... ...


Estou sentada na sala olhando pros vários nada, queria alguma distração mas a única pessoa que esta aqui é Hall, não tenho permissões pra isso, não tenho permissões pra aquilo... Tudo é um saco! Eu só queria Judite agora comigo, sinto saudades da sua doçura e ingenuidade, sinto saudades da minha irmã e... Melhor amiga.

– Oi família! – Will diz entrando na sala e eu corro ate ele. Assim que chego de frente pra ele me pergunto porque fiz isso – o que foi? – ele contem o riso do meu desespero

– Estou sozinha aqui, por um momento me senti que eu estava em cativeiro e que você veio me salvar.

Will usa uma blusa de frio cinza que parece um vestido, calça clara rasgada e um tênis vermelho

– Ah Moleque... 10 pontos pra você Will. – ele diz e me puxa para sentar no sofá – que foi Hall?

– Nada Will, deseja alguma coisa? – Hall pergunta

– Desejo que você nos dê privacidade. – ele suspira

– Vixi... – reviro os olhos

– Não tenho permissões para essa afirmação. – ela diz

– Ok então quero suco. – ele diz

– Vou pegar senhor Will, só um minuto. – ela diz indo em direção a cozinha

– Uffa! Pensei que não ia ter privacidade – olho par aos lados – apesar que você está aqui.

– Héctor esta viajando né? – ele diz – por isso estou aqui, porque quero falar com você.

– Falar comigo? Sobre o que? – franzo a testa

– Eu sei quem você é. – ele fixa seus olhos nos meus. Pela primeira vez ele esta sério.

– Hã? – pergunto confusa – o que eu sou?

– Uma escrava. – ele diz e eu congelo – calma... Não pretendo contar para ninguém ou te ameaçar. Quero te ajudar.

– Como? – sorrio – ninguém pode me ajudar! E como descobriu isso?

– Vasculhei as coisas de Héctor e achei um xerox da sua escravidão. – ele diz – me deixa ajudar você?

– Como eu poderia negar uma coisa dessas Will? – susurro

Ele se aproxima de mim e agarra meus cabelos carinhosamente

– Vou tentar tirar você dessa. – ele fixa seus olhos nos meus – eu prometo.

– Eu levo muito a sério uma promessa. – sussurro de volta

– Ótimo! – ele diz e eu encosto seus lábios nos meus.



TUDO POR UM CONTRATO - Vol 1 - +18Where stories live. Discover now