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Raras vezes o Yuuji tem razão. Aquela situação era uma delas.

Minha médica tinha me liberado de ir para qualquer lugar, me garantindo que eu não estava mais doente. Minha mãe discordava dela e me falou várias vezes para ficar em casa pelo resto da semana - já que eu tinha sido liberada em uma quinta (o que tecnicamente me faria perder só um dia de aula, já que eu iria para a faculdade só na sexta e depois teria o final de semana) - mas eu não queria ficar presa por mais um dia sequer.

Ir para a faculdade significava ao mesmo tempo relaxar e botar a matéria em dia e... Bem, ficar tensa em qualquer intervalo por medo de encontrar com Maki.

Não estava pronta para ver ela, nem para a sua reação. Isso me matava um pouquinho.

De qualquer forma, eu já cheguei atrasada, o que me deu um deja vú de quando eu conheci ela - me belisquei bem forte depois de ter pensado novamente nela.

Xinguei uns cinquenta palavrões ao passar pela bendita escada e só relaxei completamente ao sentar na cadeira da sala de aula.

Jesus, parecia que eu estava sendo perseguida ou algo do tipo, mas na real eu preferiria ser seguida do que estar paranóica com algo tão pequeno.

O pior era que eu já estava quase superando não ter Maki por perto, mas talvez ir à faculdade tenha piorado minha situação.

Enfim, consegui prestar atenção na aula com muita força de vontade e constantes beliscões que me fizeram voltar à realidade.

Pelo menos ir para a universidade provava que eu não estava mais doente, o que tirava minha mãe do meu pé e me dava passe livre para a casa dos capetinhas - não que eu não fosse mesmo estando doente, né.

Mas, eu deveria ter pensado melhor sobre os intervalos. Itadori estava tão ocupado com trabalhos finais de gastronomia que não conseguia nem ir me ver e eu não tinha amigos de classe. Estar sozinha me desanimou a ponto de eu não querer sair da sala, então decidi passar meu tempo comigo mesma. No caso isso significava ficar jogando candy crush e esperar uma aula.

Isso até uma menina estranha e de cabelo azul sentar ao meu lado.

As mesas da faculdade de moda eram grandes o suficiente para duas pessoas, mas normalmente ficava um para cada aluno já que era uma turma pequena e não tinha necessidade de dividir. Por isso estranhei quando alguém realmente decidiu sentar ao meu lado.

A analisei. Eu a conhecia, o nome dela era algo com M e ela fazia as mesmas aulas que eu nas terças e quintas - não me julguem por não saber o nome dela, eu tenho memória ruim.

Ela parecia nervosa, e estava meio tensa. Apoiei a bochecha no meu punho e a encarei, esperando e abaixando meu celular. Algo me falava que isso seria interessante.

– Você é Nobara, certo? Fazemos algumas aulas juntas...

– Sim, e você é...? Desculpa, sou péssima de memória – repliquei torcendo para não soar rude. Ela parecia ser frágil e delicada, eu que não iria a fazer triste por causa de um nome esquecido.

– Kasumi Miwa! Mas só me chame de Miwa. Está tudo bem, eu nunca gravo nada também. Minha mãe costuma me xingar por isso.

– Okay... E como você está? Quer falar algo comigo? – perguntei tentando ser amigável. Soava estranho não xingar a cada três palavras.

– Hm... Eu tô bem... Quero sim! Na realidade eu tenho algo bem importante pra falar... – suas mãos estavam presas entre as coxas e ela parecia receosa demais. Suspirei amigavelmente e esbocei um sorriso.

– O que é? Pode me falar. – disse tentando não mandar ela falar logo. Sinceramente, todos que me conhecem estavam certos sobre minha impaciência.

University • nobamaki Where stories live. Discover now