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Meu sorriso não saia de meus lábios mesmo na aula onde tínhamos que fazer fichas técnicas. Faziam poucos dias desde que eu e Maki oficializamos nosso relacionamento e, sinceramente, a sensação de saber que existia alguém que me esperaria ao final das minhas aulas e me trataria com importância era ótima. Recomendável demais.

Foi isso, inclusive, que falei à Yuuji de tarde, quando sentamos em seu sofá com caixinhas de suco penduradas na boca e controles de console se movendo para todos os lados.

Eu achava que já era hora de admitir que Megumi havia virado uma parte importante do seu dia a dia e que eles deveriam namorar.

Meu melhor amigo, por outro lado, jurava que a relação deles estava com alguns níveis abaixo de namoro.

Nessa situação eu nem poderia falar nada, já que não fui exatamente um exemplo de timing perfeito.

Mas isso não me impedia de suspirar ao olhar, o deixando me bater no jogo por alguns segundos.

– Você deveria se jogar mais em riscos. Cara, Megumi é meio lerdinho com os próprios sentimentos. Vocês vão adiar isso até terem três filhos e dois gatos?

– Biologicamente é meio impossível ter filhos, né. E acho que até adotarmos o mínimo possível é um relacionamento estável.

– Ahá! Então você pensa nos filhos!

– Você é maluca – ele disse, terminando de apertar os botões que me dariam um combo fudido no jogo – E distraída. Precisa parar de perder em jogos que a tática é literalmente apertar todos os botões.

– Eu faço isso. O problema é que você me bloqueia em todos eles.

– Hm, tem razão. Revanche?

Neguei com a cabeça e me levantei espreguiçando os braços.

– Precisamos comer algo. Tô afim de sanduíche de queijo e você? – disse caminhando até a cozinha, vendo pelo canto do olho meu amigo se levantar para me seguir.

– Você é nojenta com isso de queijo. Quero sanduíche de atum.

– Você gosta de atum e quer falar do meu queijo? Nem sabia que você era fresco.

– Não sou. Mas sanduíches de queijo deveriam ter presunto.

– Bom, – falei abrindo a geladeira – não fica tão bom quando um apenas de queijo, portanto não gosto.

Peguei as coisas que iríamos usar e às pus no balcão, separando cada item organizadamente.

– Acho que deveríamos fazer um rolê de casal – comentei passando margarina numa fatia de pão – Ir para uma boate e se embebedar, algo assim.

Itadori franziu as sobrancelhas e retorceu o nariz.

– Acho que você esqueceu o que aconteceu da última vez que você ficou bêbada.

Abaixei a faca e o encarei com uma expressão confusa antes de lembrar. Ah, certo. A ressaca. A escada.

– Bom, para você foi algo ruim, mas para mim foi o melhor erro da minha vida. Se não fosse o álcool eu não teria conhecido Maki, já parou para pensar?

Ele continuou com sua careta enquanto abria a lata de atum processado.

– Não parei para pensar em nada sobre você, na verdade.

– Ei! – disse apontando a faca para ele – Isso é cruel!

– Tá, foi mal. Mas ainda acho que ir para uma boate é uma má ideia.

University • nobamaki Where stories live. Discover now