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– Talvez, – disse Mahito, me enchendo o saco pela trigésima vez em trinta minutos – você seja só uma orgulhosa filhinha de papai que quer viver uma vida fantasiosa. Já pensou nessa opção?

Lambi meu sorvete e pisquei lentamente. Ele não estava de todo errado mas eu não daria esse gostinho para ele.

– Não vou falar com Maki só porque você me acha superficial. Termina de comer seu sorvete antes que eu me estresse.

– Tá, tá... Mandona – ele resmungou, jogando as mãos para cima e logo depois voltou a comer.

O clima estava agradável o suficiente para estarmos na praça de alimentação aberta do shopping e eu estava cansada demais. Havia passado umas duas horas apenas andando e provando roupas, as vezes ouvindo um ou outro xingamento vindo de Mahito mas nada extraordinário.

Infelizmente, nada tirava minha cabeça do assunto e eu estava quase desistindo de tentar me distrair e só chorar minhas tripas para fora.

Quando a desgraça a minha frente percebeu minha expressão ela logo fez questão de me alfinetar.

– Você não vai chorar, né? Pelo amor, você que terminou, garota. Se dê respeito!

– Nem vem, puta, me deixa sofrer sozinha.

Ele suspirou e com uma cara de repulsa voltou a me encarar.

– Seguinte, Nobara, você têm que falar com ela. Pronto, falei to leve, vai logo mandar uma mensagem pedindo pra vocês se encontrarem, sei lá! Só não fica ai triste no meio da minha sessão de compras, tá estragando meu clima amigável.

– Desde quando você é amigável?

– Quer saber? Se mata!

Ri um pouco com isso e voltei a comer meu sorvetinho.

Talvez ele estivesse certo, mas eu nunca admitiria. De qualquer jeito, pego meu celular como ele disse. Estava nervosa em mandar mensagem e acabar sendo precipitada mas, sinceramente, eu já queria fazer isso a dias.

Escrevi: "Oi Maki. Eu sei que você provavelmente não vai querer ouvir nada de mim agora mas acho que a gente precisa conversar. Podemos nos ver?"

Ainda assim, eu estava a beira de um colapso para mandar essa mensagem.

Mahito me olhou com cara de tédio e rolou os olhos antes de tirar meu celular da minha mão.

– Me dá essa porra aqui!

– Ei! O que foi?!

Ele apertou o botão de enviar sorrindo mas logo depois fez uma expressão surpresa.

– Olha quem está ligando! – meu coração parou nessa hora e com dedos frios peguei o aparelho de volta.

Nervosamente olhei a tela e quando vi "Gêmeo capeta 1" eu não sabia se chorava de alívio ou de mais pânico ainda.

– Hm... Alô? – atendi meio incerta.

Nobara sua filha de uma puta se você não aparecer na frente dessa faculdade pra eu te levar pra minha casa agora eu vou te matar.

– Capetinha para de fingir ser meu pai, já passamos dessa época. Vai pra casa que eu vou direto pra lá. Sua namoradinha mandou um oi!

– Não mandei não – a platinada diz, me fazendo dar língua pra ele – Criança.

Lancei um dedo do meio para ele e quase esqueci de ouvir Sukuna no telefone.

– ... e eu juro por Deus que-

University • nobamaki Where stories live. Discover now