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Senti o hálito de Maki brincar com minhas costas quando ela saiu do carro e me abraçou. Estava bonita e cheirosa, como sempre, mas não que ela precisasse se esforçar.

A Zenin tinha uma jaqueta de couro jogada pelos ombros e uma blusa vinho combinando com sua calça preta. Sempre simples, mas sempre irradiando beleza e todos os adjetivos que se dá para imaginar.

Ela me olhou intensamente nos olhos antes de pronunciar qualquer coisa.

– Você está magnífica, Nobara. Acho que nem se todas as estrelas da galáxia se juntassem elas brilhariam tanto quanto você.

Senti minhas bochechas esquentarem mas consegui soltar um risinho.

– Assim eu fico sem graça... Você está linda, Maki. De verdade parece uma obra de arte.

Com isso a mais velha sorriu, indo abrir a porta para mim e dar a volta no carro.

– E aí, decidiu já me contar para onde vamos?

– Hmm, ainda não. Só segue minhas instruções e, se tudo der certo, você vai saber para onde estamos indo antes de chegarmos de qualquer jeito.

Vi seu sorriso tímido brotar em seus lábios e fiquei feliz também.

Toda a viagem passou com ela tentando descobrir o que eu queria fazer quando chegasse no local e quase me fazendo perder as saídas que precisávamos pegar.

Quando chegamos perto do local a olhei seria e falei:

– Tá, a partir daqui eu dirijo. Encosta ali – disse apontando para o meio-fio e ignorando a expressão de horror em seu rosto.

– Nobara você sabe que eu gosto muito de você mas... Tentar vender meus órgãos é um nível muito alto de relacionamento, vamos com calma.

Revirei os olhos e manejei para ela parar, a qual fez o que eu mandei com muita relutância.

Assim que trocamos de lugar e ela sentou no passageiro tirei uma máscara para olhos para ela.

— Usa isso, quero que tudo seja surpresa!

– Ai meu jesus, só se lembre que pelo menos os rins eu tenho dois, ok?

Ri de sua preocupação e a fiz enfiar a cara na máscara.

Comecei a dirigir e apoiei minha mão em sua coxa, coisa que a fez arrepiar, mas com certeza ela não admitiria em voz alta.

O caminho a partir daquele ponto era curto mas provavelmente pareceria mais longo para a esverdeada. Sorri um pouco ao pensar nas sensações que provavelmente eu estava a causando mas logo voltei a prestar atenção à estrada.

Parei o veículo na frente da garagem prédio alto com iluminação baixa, e esperei meu acesso. Eu já havia informado a placa do carro então não estranhei quando imediatamente o portão se abriu.

Suspirei olhando o caminho com pilastras altas e luzes vindas do chão onde estávamos passando. Era realmente lindo, queria que Maki o visse, mas estragaria a surpresa.

Quando estacionei o carro falei:

– Bom.. Aqui estamos, vou te levar até onde quero ir, ok?

– Ai Nobara, você vai me cegar daqui a pouco. Ok, vamos, traficante de órgãos.

Ri de sua cara mas abri sua porta e a guiei até o elevador. Cliquei no último andar, o térreo e esperamos lado a lado aquela caixa de metal abrir.

Quando pisei para fora junto com ela finalmente disse:

– Agora pode tirar a venda.

Sorrindo, a mesma arrancou rapidamente a máscara que tapava seus olhos e piscou algumas vezes para se acostumar com a luminosidade que estava bem baixinha.

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