Capítulo 3 - Trabalhos Que Pagam O Aluguel

1.3K 128 11
                                    

Eu realmente queria agradecer a todos aqueles que acreditaram no meu potencial. EU CONSEGUI A MERDA DO EMPREGO. Hoje era noitada com os amigos, todas as terças-feiras vamos no bar em que Lizzie trabalha como atendente, sempre após o seu expediente para que ela possa se juntar a nós.

Nossa comida já havia chegado e nossa conversa estava animada, então decidi contar sobre eu ter conseguido a vaga. Todos ficaram animados e felizes, mas surpresos por ser em uma revista de moda.

- Espera, você conseguiu emprego em uma revista de moda? - Perguntou Lizzie me encarando com um sorriso em seus lábios. Eu não havia dito para onde era a entrevista de emprego hoje, portanto era compreensível sua surpresa. Conhecendo-a, com certeza iria me zoar em algum momento. Concordei com um aceno enquanto tomava minha bebida. - Mas como foi? Por telefone?

A encarei indignada com o seu comentário brincalhão. Coloquei minha mão em meu peito fingindo ter sido atingida em meu coração. O que essas pessoas tem contra o meu estilo?

- Au... Não fala assim. - Encarei ela. Lizzie sorriu me abraçando de lado, depositou um beijo em minha bochecha e eu a empurrei de brincadeira fazendo nossos amigos rirem.

- Scarlett Johansson é famosa por ser imprevisível. - Falou Paul dando ênfase na última palavra.

- Me explica, Paul... Como já ouviu falar dela e eu não? – Perguntei arqueando minha sobrancelha o encarando. Ele estava sentado em minha frente. Lizzie na minha esquerda e Natalie à minha direita.

- Na verdade eu sou uma garota. – Respondeu rindo e eu o acompanhei.

- Isso explicaria muita coisa. - Respondeu Natalie com um sorriso brincalhão em seus lábios arrancando risada de todos é um olhar feio de Paul.

- Escuta, uma coisa é séria: Scarlett é muito importante. Eu aposto que milhões de garotas se matariam por esse trabalho. – Falou Paul assim que paramos de rir.

- É? Que bom, só que eu não sou uma delas. Uma pena... – Respondi com sarcasmo bebendo meu vinho. Lizzie sorriu pra mim.

- Bom... Tem que começar em algum lugar, não é? – Natalie disse me olhando. Concordei com um pequeno aceno. - Olha a espelunca onde a Lizzie trabalha. É mesmo, fala sério. Guardanapos de papel? Que isso.

Ela disse levantando o guardanapo pra cima nos fazendo rir ainda mais. Lizzie não pareceu gostar muito já que fechou a cara rapidamente.

- É e Nati, trabalha em uma galeria como... é... você sabe... – Lizzie fingiu pensar. - Ah desculpa o que você faz mesmo lá?

- Haha, engraçadinha. – Natalie jogou o guardanapo na mulher ao meu lado após amassá-lo.

- Bom... sorte minha, porque eu já tenho o meu emprego dos sonhos. - Falou Paul atraindo nossa atenção para ele.

- É um analista corporativo de mercado. - Lizzie e eu falamos rindo juntas.

- É estão certos, é bem chato. – Choramingou Paul.

- Quer saber, vamos brindar. Aos trabalhos que pagam o aluguel. – Falei erguendo minha taça de vinho sendo seguida pelos outros.

- Aos trabalhos que pagam o aluguel. – Brindaram juntos.

Continuamos conversando por mais algumas horas antes de decidirmos ir para casa. Amanhã meu dia seria cheio, já que era meu primeiro dia de trabalho como assistente da Scarlett. Sinceramente, aquela mulher me dá medo.

Lizzie e eu pegamos um táxi para voltarmos em nosso apartamento. Já estava tarde e ela alegava estar com suas pernas doloridas de tanto correr para lá e para cá com os pedidos dos clientes.

- Você precisava ver como as mulheres da Marvel se vestem. Eu não tenho roupa para trabalha naquele lugar. – Falei me jogando no sofá assim que entramos no apartamento. Lizzie riu ligando as luzes, ela veio senta-se ao meu lado.

- Ah, qual é? Você vai atender telefone e buscar café. Precisa de um vestido pra isso? – Perguntou me encarando enquanto sorria.

- Acho que preciso. – Fiz bico. Lizzie riu e puxou meus lábios com os dedos desfazendo o beiço. A loira pousou seu braço direito no encosto do sofá atrás da minha cabeça. Pendeu sua cabeça para o lado levemente e sorriu me olhando. Por algum motivo senti as pontas das minhas orelhas esquentarem.

- Bom... eu acho que você tá sempre linda. – Comentou baixo ainda sorrindo.

- Oraaa, mente tão bem. - Apertei as bochechas de Lizzie que revirou os olhos sorrindo em resposta. – Eu vou dormir, amanhã tenho que encarar a fera. Boa noite, Lizzie.

Beijei sua bochecha e me dirigi para o banheiro fazer minhas higienes antes de me jogar na minha cama e dormir até onde meu despertador permitir.

***

Meu telefone começou a tocar incansavelmente na cômoda ao lado. Abri meus olhos logo fechando-os por conta da claridade que emanava da janela. Tateei a cômoda e peguei meu celular rapidamente atendendo o mesmo ainda de olhos fechados.

- Alô. - Falei, mas saiu mais como um gemido rouco.

- Adelaide, a Scarlett descartou a história da jaqueta de outono pra setembro e passou a sessão de fotos da semana para outubro. Precisa vir para o escritório agora! E traga o café dela, agora! - Brie gritou me assustando. Sentei rapidamente na cama coçando meus olhos.

- Agora? - Perguntei olhando o relógio que marcava 6h e 30.

- Pegue uma caneta e anote. - Falou, mas eu permaneci sentada no mesmo lugar. Espero lembrar de tudo isso. - Eu quero café expresso com leite magro, sem espuma e mais três cafés sem leite, bem quente. Olha, eu disse BEM quente.

***

Enquanto eu corria com a bandeja de café em minhas mãos e tentava não me esbarrar em ninguém, meu celular começou a tocar novamente.

- Alô?

- Cadê você? - Brie perguntou gritando de novo

- Olha, já to chegando. - Falei. Ela nem respondeu e já desligou na minha cara.

A minha sorte era de que a cafeteria ficava a uma quadra do escritório, eu só precisava correr um pouco mais, o problema era o imenso trafego de pessoas pelas calçadas de Nova York, todas apressadas para chegar logo em seus compromissos dessa manhã.

O Diabo Veste PradaOnde histórias criam vida. Descubra agora