Capítulo 10 - Medo

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Girei a maçaneta devagar. Não queria fazer muito alarde para a minha entrada, além do mais, rezo para que Lizzie esteja dormindo, assim pouparemos uma a outra de mais brigas.

Ao entrar no apartamento percebo uma sombra deitada no sofá. Lizzie estava dormindo toda torta, era visível seu rosto inchado. Suspirei indo até o seu quarto e pegando uma coberta de seu guarda-roupa. Voltei para a sala e estendi a coberta sobre o corpo adormecido de Lizzie. Ela se mexeu um pouco, mas não acordou. Decidi ir dormir também, então me direcionei para o meu quarto, coloquei uma roupa mais confortável e me joguei na cama.

***

Eu não via meu pai já fazia uns bons meses, senti muita falta dele e hoje finalmente eu estava jantando com ele. Estávamos em um bom restaurante da cidade lendo o cardápio nos decidindo o que comer.

- Toma... – Meu pai disse me entregando um envelope.

- O que é isso? – Peguei o envelope olhando confusa para o mesmo e depois para o meu pai.

- Eu não quero que atrase o aluguel... – Deixou sua frase no ar. Abri o envelope e me deparei com um pequeno maço de dinheiro.

- Mamãe vai matar o senhor. Mas muito obrigada... – Agradeci sorrindo sincera. Meu pai segurou minha mão sorrindo. - É muito bom te ver, pai.

- Bom te ver também. – Sorriu.

- Então... quer passar as críticas da mãe agora ou vamos esperar depois do jantar? – Perguntei voltando minha atenção ao cardápio. Ele riu fazendo o mesmo.

- Ah, eu achei que deveria deixar você comer um pãozinho antes.

- Nah... pode mandar. – O encarei sorrindo fraco. Ele não havia falado nada sobre a mamãe e eu já sabia que viria bomba.

- Só estamos preocupados, filha. Até nós recebemos e-mail do seu trabalho as 2h da manhã. Te pagam pouco e não está escrevendo nada. – Seu olhar ficou sério me encarando.

- Hey, não é justo. – Sorri sem graça. - Eu escrevo e-mails.

- Só estamos tentando entender porque alguém que foi aceita na universidade de Stanford desiste pra fazer jornalismo e agora não está nem nessa área.

Estava demorando tocar nesse assunto. Eu cursava direito antes, mas no meio do caminho percebi que isso era algo que minha mãe queria e não eu.

- Vocês têm que confiarem em mim. Ser assistente da Scarlett vai me abrir muitas portas. A Brie vai para Paris com Scarlett por alguns meses, ela vai se encontrar com editores e escritores de muitas revistas importantes e... no ano que vem pode ser eu. É sério, eu vou conseguir, essa é a minha chance... – Meu celular começou a vibrar com mensagens no bolso da minha calça. Peguei o mesmo arregalando meus olhos. - Essa é... a minha chefe?

 a minha chefe?

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O Diabo Veste PradaWhere stories live. Discover now