Ações e Consequências.

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Roiie! Eu tinha planos de vir aqui só no domingo, mas, como estamos com a atualização atrasada, resolvi postar hoje. 

Eu senti muito esse capítulo e fiz algumas mudanças relevantes no contexto original; espero sinceramente que vocês gostem. 

Obrigada a todo o carinho, a compreensão e o amor. 

Boa leitura!

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Existem momentos que definem a vida de uma pessoa.

Como se fosse uma linha imaginária tecida pelo Destino, que muda os rumos que poderiam -, ou não - estar milimetricamente traçados. Pode denominar o começo de alguém, o recomeço de uma vida, ou até mesmo o fim dela. É um ponto de partida, independente do caminho para onde leva.

Draco Malfoy nunca acreditou em Destino, nunca acreditou que sua vida já estava pré-definida por alguma coisa da qual ele não tivesse o total controle. Para o loiro, suas atitudes e suas escolhas é que diriam que caminhos sua vida iria tomar, quais montanhas iria escalar, e o que ELE faria de sua jornada. No entanto, depois de ter sido praticamente devorado pela sua incapacidade de mudar aquilo que já era predestinado a ele antes mesmo de seu nascimento, Malfoy precisou mudar de ideia e se render perante àquilo que berrava para ele; sua servidão, sua inércia diante de questões que envolviam sua própria vida e as pessoas que deveria amar - e as que deveria odiar também. Draco ainda tentou lutar contra, tentou fugir e negar o que o aguardava, mas as garras das trevas estavam fincadas fundo demais, e forçar só iria fazê-lo romper mais facilmente. Não tinha para onde correr. Esse era o seu destino. Trágico, triste e cruel.

Todavia, enquanto os gritos de Hermione reverberavam aterrorizantes em seus ouvidos, o sonserino mais uma vez na vida duvidava de que estava inerte naquela situação. A voz de sua amada, aquela mesma que estava sendo torturada por sua tia louca, invadia-lhe a mente dizendo a ele "Você não é igual aos outros, Draco.". Mas, o que ele estava fazendo de diferente dos demais? Não era ele quem estava ali vendo a castanha se remoendo com a atrocidade do Cruciatus? Observando, sem mexer um músculo sequer, a garota que ele jurou proteger com todas as suas forças sucumbindo àquela dor excruciante?

Ele conhecia a dor. O quanto ela podia doer, o quanto ela machucava. Já tinha sido torturado, já tinha sentido em sua pele seus maiores medos se tornando realidade bem diante de seus olhos. E, se ele continuasse apenas parado ali no meio de sua sala mostraria que a garota estava errada e que ele era sim apenas mais um maldito Comensal - como seu pai.

O sentimento que nutria por Hermione foi o que retirara a venda de sua cegueira, aquela mesma venda que fazia-o pensar que ele não podia lutar contra o que outras pessoas escolheram para ele. Hermione Granger desmontou com facilidade todo o cerco que o guardava, que o mantinha preso a valores, ideologias e crenças, ainda que ele tenha resistido a isso também. Não fora fácil para Draco decidir que podia amá-la, mas quando fez isso ele se sentiu livre, se sentiu no controle de sua vida outra vez. Ela o libertara. Tinha que fazer o mesmo por ela.

Atacar Bellatrix de repente não parecia mais loucura. Não parecia nada mais senão a coisa certa a se fazer.

E ele fez.

Draco nem estava completamente em si. Estava entorpecido pelo horror que irradiava através dos olhos opacos de Hermione, aquele brilho dourado e aquela vida que ele tanto amava escapando dela vagarosamente. Ele odiou como aquilo ficou impresso na sua mente, como pareceu atingi-lo mais eficaz do que um feitiço direto. Tinha certeza que seus próximos pesadelos seriam aquilo: Hermione sendo torturada na sua frente, na sua sala, na sua casa.

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora