Verdades Dolorosas.

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Vamos ler?

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Ela não teve tempo de entender o que estava acontecendo, tampouco o que Harry tinha pronunciado, ela só pôde ver, quase que em câmera lenta, o lampejo de luz atravessando a distância entre os dois, e acertando Draco em cheio. Malditamente em cheio.

                                        

O loiro caiu imediatamente, seu corpo convulsionado dolorosamente sob o chão encharcado pela água que ainda jorrava dos encanamentos quebrados e mal cuidados, enquanto sua camisa branca começava a se banhar de sangue. O sangue dele. Rubro, sendo derramado sem que ela conseguisse impedir. Sem que soubesse fazer parar.

O ar faltou nos pulmões da leoa, e as lágrimas salgadas de puro desespero começaram a rolar por sua face, sem que ela pudesse controlar… Não conseguia fazer nada além de deixar o pavor lhe dominar. Sua mente tentava se lembrar de algum feitiço para estancar o sangue, para salvar a vida dele, aliviar a dor, e ela tentava mesmo driblar todo o nervosismo e medo, mas simplesmente era pedir demais, mesmo para a garota mais inteligente da sua idade. Seus dedos e seu coração tremulavam num ritmo só, inconstantes e amedrontados.

Em um ato impensado jogou-se de joelhos diante do garoto, e começou a desabotoar a camisa dele, para tentar ter noção dos ferimentos, da profundidade e gravidade, e estes apareciam cada vez mais, tornando o abdômen e tórax de Draco um poço de sangue.

Ela estava passando a blusa pelos braços dele ainda em seu desespero, ainda obrigando-se a pensar em aulas sobre socorros, quando aqueles traços e aquela marca que conhecia e tremia só de pensar, se fizeram visíveis diante de seus olhos âmbar. O choque fez ela sentir um comichão na nuca, e o choro cessou instantaneamente ao tempo que a bile subia pela garganta tão indesejada quanto o restante de sensações e sentimentos.  

Hermione piscou algumas vezes, tentando afastar as lágrimas que tinham ficado em seus olhos, ou quem sabe aquela imagem de sua visão, como se estivesse delirando de tanto pavor, mas ela simplesmente não sumia, e o símbolo daquela maldita pareciam zombar em sua cara, brilhando toda a sua perversidade só para lhe gritar; Ele era um comensal, como Harry insinuou por tanto tempo, e que ela se negou a acreditar.

Encarou o rosto do loiro, talvez para se certificar que se tratava dele mesmo, como se houvesse qualquer possibilidade de ser outra pessoa, e como se buscasse uma explicação dele, entretanto, tudo o que obteve de Draco foram seus gemidos e suas expressões de dor, e sangue, muito sangue. 

E seu coração pareceu se afundar ainda mais dentro do peito, sendo enterrado embaixo do peso daquilo, do que implicava.

Repentinamente, desviando a atenção da castanha por míseros segundos, Snape adentrou o banheiro às pressas, mas ainda assim, sem qualquer expressão além da indiferença, e, como a Granger fizera a pouco, o homem mais velho se abaixou deixando seus joelhos encontrarem o chão para avaliar melhor o garoto, e seus olhos frios foram também diretamente para a marca negra, em seguida, para Hermione.

Ela observou a expressão dele quase vacilar, quase. Mas ele manteve sua pose, e coçou a garganta antes do seu timbre reverberar pelo banheiro quando ele disse friamente:

— Afaste-se.

O choque que se espalhou através de sua pele fez seus pelos se eriçarem e ela se afastou em um ímpeto, respirando pesado sem saber o que fazer, trazendo os joelhos para perto do peito, sentindo-se pequena e inútil. E então, novamente, deixou-se irromper em lágrimas, estas mais doídas do que as anteriores. Olhou para trás, buscando por Harry, ele estava parado há alguns metros, estático, seus olhos verdes vidrados na marca negra no braço de Draco, e tudo o que ela conseguiu entender quando ele olhou em sua direção foi o “Eu sabia”, estampado nos olhos dele, e que foi como uma adaga acertando em cheio seu coração.

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora