Realmente Sincero?

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Oieee. Vocês acharam que eu não vinha hoje, não é? Pois cá estou. 

Esse capítulo é mais uma explicação de como as coisas ficaram depois, de ambos os lados. Espero que gostem, de verdade. 

Obrigada pelos votos, e por favor COMENTEM isso me ajuda muito e me deixa muito feliz. 

Boa leitura a todos. 

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Os sons que chegavam e ele normalmente eram indistintos. Ruídos inaudíveis e indecifráveis, que ecoavam pela escuridão dos corredores e celas como um bicho-papão prestes a devorar-lhe. E, nos momentos mais tenebrosos, ele rogava para que isso realmente acontecesse. Que algo lhe levasse dali para sempre, para que, quem sabe, aquilo dentro dele perdesse a força, e parasse de doer a cada vez que ele respirava, ou a cada batida de seu coração.

As coisas não tinham ficado bem depois que Granger aparatou, não depois dele ver Lucius lançando na direção de sua garota a maldição da morte, plantando milhões de dúvidas e questionamentos acerca de sua sobrevivência e segurança. Sua mente levava-o para as piores possibilidades, criava alternativas assustadoras e esperava o pior sempre, porque era isso que existia dentro dele; trevas, escuridão e medo. Não havia espaço para pensamentos bons ou positivos. Tudo era um caos sem fim, um tormento sem pausa.

Diante de tal ato, Draco fez o que qualquer pessoa teria feito em seu lugar quando o horror se transformou em ódio; avançou na direção do pai, e quando o primeiro murro acertou a face pálida e tão parecida com a sua, toda a ira que estava reprimida em seu ser explodiu, alcançando todos que estavam à sua volta.

Ignorou os gritos desesperados de sua mãe, ignorou o ódio recíproco de Lucius e seus braços tentando esmurrá-lo também.

E quanto mais seus punhos dilaceravam a carne fraca de Lucius e ele sangrava, mais ele queria dilacerar, mais ele queria ver sangrar.

O loiro nem se recordava de quem o tirou de cima de seu pai, seus sentidos só voltaram a si quando escutou o barulho do ferro rangendo e da grade se fechando em sua cara, enquanto o sangue ia esfriando e as coisas ao redor tomavam forma outra vez, e aquela névoa ia se dissipando de sua visão.

Draco precisou de um momento para entender que não estava no passado, e que o barulho que rangia agora, era porque outra pessoa estava agarrada a grade, do lado de fora.

Que merda você fez, Draco? — a voz de Blásio reverberou pelo local alta e amargurada quando ele parou em frente ao calabouço que servia de cela para o amigo. Draco ergueu seus olhos cinzentos para encará-lo de onde estava, escondido no escuro, perdido tanto na escuridão do calabouço, quanto na que o afogava todos os dias, aquela que fora introduzida junto a marca negra.

Estava sentado no chão frio e sujo do calabouço, a cabeça apoiada nos joelhos, o corpo fervendo de ira, de dor e de dúvidas. Todas elas em relação a Granger, e o que tinha acontecido depois de sumir no meio de sua sala de visitas. Se estava bem, se estava ferida ou até mesmo morta... A visão dela com os olhos sem vida o invadiu sem que ele pudesse evitar, e um nó se formou em sua garganta, não tendo prazo para ir embora.

Talvez Zabine soubesse de alguma coisa, talvez o moreno de olhos negros estivesse ali para dar-lhe algo para se agarrar, para aplacar a sensação de impotência que se adensava dentro dele com mais afinco a cada maldita hora que passava ali, preso.

Levantou-se rapidamente, caminhando em direção a grade, agarrando o metal com força sentindo-a tremer em suas mãos, e mirando dentro dos olhos do único amigo que tinha, buscou por suas respostas.

Zabine tinha sido enviado em uma missão cedo daquele dia, e tinha passado alguns mais para resolver aquilo para o qual fora designado. Não estava lá quando a merda aconteceu. Ele estava sozinho no covil, teve de agir sozinho. E as consequências para suas escolhas poderiam não ter sido as mais recompensadoras. E, ante ao olhar inquisitivo de Blás acerca do porquê ele estar ali encarcerado, o loiro se deu conta de que ele não sabia de nada. Não estava ali para lhe dar informações, estava apenas tentando entender o que raios tinha acontecido há três dias.

Por uma Noite -Dramione [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now