°•Capítulo 14•°

442 53 30
                                    

°•Casca Vazia•°


   O caminho para a mansão parecia ainda mais desconfortável e longo que o normal. Aquelas coisas que disseram ser Tsuyu e Izuku ainda nos seguem completamente calados, -parecem tão humanas quanto qualquer planta-. A maldita irmã de Hitomi ainda está desacordada, Toshinori a carrega em seus ombros, e os covardes o seguem como cães, e com isso estou me incluindo, já que também não tive coragem de falar sequer uma palavra que soasse mais que um murmuro. Agora estou parecendo o maldito nerd de merda. Ochako parecia a mais assustada e nervosa com tudo isso, já que seus olhos não se fecharam nem uma vez durante todo o caminho, esse a qual ela passou inteiro murmurando palavras desconexas e inaudíveis. Todoroki, surpreendente não estava com seu olhar neutro, no lugar mantinha uma expressão irritada e nervosa ao mesmo tempo, o que chegava a ser curioso, eu imaginava que ele fosse ser o mais 'de boa' com tudo isso...Esse lugar foi tomado por Iida, que parece calmo e completamente bem com toda a situação. Mesmo após toda aquele explicação merda de Toshinori, algo ainda martela na minha cabeça, ele não falou que havia a trazido de volta a vida...Falou que...Se conseguisse a deixaria livre, isso significa que não conseguiu, certo? Então como Kurumi está tão...Humana? Não parece ser... Não, com certeza não é um andarilho, não pode ser. Apesar de ser humana, seus olhos parecem tão vazios quanto os do Deku e da Sapa. Não parecem humanos como deveriam ser...É bizarro na verdade. Nós escutamos um barulho alto e Ochako sem hesitar pegou seu arco e mirou no lugar de onde vinha o barulho, seus olhos estavam arregalados e ela parecia muito aterrorizada. Bom, isso não vem ao caso agora. Fofo estava a espreita e se encolheu ao notar a flecha que era mirada em si, Ochako persistiu com o arco levantado. Dava para ver a criatura se tremer.

   - Abaixe o arco, Ochako. É só Fofo...

   Disse o pavê. Ela não o fez de imediato, pensou antes de finalmente ceder. Fofo agora se aproximava, não de mim, claro, e sim de...da...daquela coisa que se parece com Deku. Ele se espreguiçava e tentava brincar com a coisa, mas ela obviamente não reagia. Nós continuamos nosso caminho para a mansão, logo podemos observar a porteira e a névoa que a cobria que parecia mais sombria que o normal. Eu percebi que muitos hesitaram antes de adentra-la, eu fui um desses. Mas no fim, todos...Sem exceções entraram. Eu realmente levei em consideração simplesmente sair de lá, voltar para a gruta e me juntar aos dragões, mas como poderia? Eu não pude proteger Hitomi, então prometi para mim mesmo que faria o máximo possível por sua irmã. Deku...Eu também não poderia o abandonar. Eu não sei o que ele passou na terra, não faço idéia, nem mesmo sei se ele sentiu minha falta. Mas isso realmente não importa, não agora. Não posso o perder novamente. O inimigo agora é outro...Parece ainda pior que antes. E pensar que a pessoa que sempre esteve ao nosso lado, cuidado e nos ajudando com tudo é na verdade um maldito traidor...Um mentiroso...É tão frustante. A mansão parecia sem vida, ainda mais que antes. Estava quieta, silenciosa e sua brisa soava pesada e triste. Até mesmo o silêncio parecia perturbador. O que iria acontecer agora? Nós iríamos ignorar tudo que ouvimos? Propor algum tipo de acordo? Expulsa-lo? Iríamos embora? Todos seguiram caminhos opostos, Midoriya, Tsuyu e Kurumi estavam ao lado de Toshinori, esse que observava todos se afastarem com um...com um sorriso mínimo no rosto. Eu me virei antes de continuar meu caminho para meu quarto.

   - O que vai fazer?

   - Como assim?

   - O que vai fazer agora que sabemos a verdade? O que vai fazer com...essas...coisas? Vai apagar nossa memória novamente?

   Ele suspirou. Seu sorriso se desfez em instantes.

   - Não. Eu vou deixar as coisas como estão, Bakugou. O que vai acontecer daqui para a frente será decidido por vocês e somente por vocês.

You again //BakuDeku-KatsuDeku//Onde histórias criam vida. Descubra agora