3- Formatura

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A felicidade que eu estava sentindo por me formar no Ensino Médio, não estava escrita. Era um sentimento que eu não sabia medir o tamanho e intensidade. Para muitas pessoas podia não significar muita coisa, era só mais uma etapa concluída,mas para alguém como eu que passou por poucas e boas a um tempo atrás, era uma conquista significativa.

Esse evento era tão especial pra mim, que acabei comprando dezessete convites individuais,pra levar as pessoas mais importantes pra mim e que estiveram ao meu lado quando eu mais precisei e também para dividir o momento e a felicidade com todos.

Pedro tinha alguns compromissos no dia, mas prometeu que estaria em casa antes de sairmos para o local da festa. Convidei Melissa para se arrumar comigo na minha casa, sabia que o clima na casa que ela mora não estava dos melhores devido a desavença que tinha com a filha da patroa. Não quis que minha amiga se estressasse nesse dia.

- Débora, se não fosse você naquela escola, eu só daria tchau e ia embora.- Mel disse apertando minha mão.

Quando comecei a estudar, Mel foi a única pessoa que se aproximou de mim e quis ser minha amiga de verdade e ela nem sabia que eu namorava o Pedro. Nenhuma das outras meninas ou meninos conversava comigo. Mel falava com um ou outro mas percebia que ela também não era tão próxima de alguém.

Nos tornamos amigas de verdade com o passar do tempo e mesmo quando ela soube que eu namorava o Pê, nada mudou, absolutamente nada. Continuamos as mesmas, tanto que  ela foi dama de honra no meu casamento e óbvio que após isso, ganhamos vários "colegas", mas sabíamos do interesse por trás.

- Acho que se não fosse por você, eu terminaria o ano sem nenhuma amizade, você foi a primeira e única pessoa que falou comigo, lembra?

- Como esquecer? Você parecia um cachorrinho perdido.- ela sorriu.

- Mel, que comparação legal.- protestei.

- Tá bom, você parecia perdida.

- Mas era porque eu estava perdida mesmo, era um lugar novo, com gente desconhecida.

- Ainda bem mesmo que eu estava lá.- riu de novo.

Estava previsto para minha família chegar por volta da hora do almoço ou até um pouco depois. Meus pais diziam que só eu conseguia tirá-los do sítio, eles não gostam da cidade, por causa do barulho e o ar diferente.

- Na próxima semana vamos marcar um jantar aqui em casa, pra você conhecer o Andreas.- avisei.

- Mentira, você não vai fazer isso por esse motivo.

- Você duvida muito da minha amizade.- fingi estar ofendida.- óbvio que não é só por esse motivo, mas é o principal fator e também para reunir os amigos antes de todos viajarem no natal.

- Ai amiga, nem sei o que dizer, você faz tanto por mim.

- Só obrigada, tá ótimo.

- Obrigada, nem um milhão de agradecimentos serão capazes de demonstrar a minha gratidão.

- Tá tudo bem.

Já tínhamos feito as unhas, com uma profissional que havia sido indicada por Marília, a mulher passou a manhã inteira no meu apartamento, foi um trabalho incrível, uma pena que eu vá tirar assim que voltar da formatura, embora eu ache unhas grandes e decoradas ficarem lindas, não conseguia me acostumar, parecia que meus dedos pesavam uma tonelada, fora que eu não conseguia fazer quase nada.

- Débora, o almoço está pronto, quer que eu coloque na mesa?- Avisou Márcia.

- Sim, por favor.- pedi.

Parte De Nós//  Pedro GuilhermeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora