13- Nascimento

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Nas semana finais de gravidez, fui impedida de fazer muita coisa, principalmente sair de casa, ainda que fosse de carro. Foi-me recomendado repouso absoluto, não que a gestação fosse de risco, mas era porque o bebê estava encaixado só esperando a hora de nascer, me causando um desconforto e caso eu fizesse algo que acelerasse o parto, não seria bom, então minha rotina era essa, dormir, comer e tentar não morrer de tédio.

- Você devia ter ido ao jogo com as meninas.- falei para Melissa.

Minha amiga era minha companhia nos dias que Pedro não poderia estar presente, tudo para se certificar de que eu não faria algum esforço.

- Não devia nada, devia estar aqui e aqui estou.- passou a mão em minha barriga fazendo um carinho.- Tá sentindo algo, tô achando que sua respiração ficou um pouco pesada.

- Só um pressão, mas é normal, sinto todas as noites.

- Certo, mas se sentir qualquer dor fora do comum, você me fala garota.

- Claro.

- Andreas perguntou se eu tenho coragem de viajar para a Inglaterra.- ela comentou toda bobinha.

- E o que você disse?

- Que eu tenho coragem, eu não tenho é dinheiro e nem passaporte.- riu.

Na semana passada fora o aniversário dela de dezoito anos e como presente de aniversário, Pedro e eu demos a festa na nossa casa e também conseguimos fazer o Andreas aparecer antes dele ir de vez para a Inglaterra. Após a festa os dois sumiram e até então eu não fazia ideia do que tinha acontecido entre ambos, mas sei que desde a festa vêem se falando com frequência.

- Pois então tire o passaporte, eu pago.- Se fosse pra fazer esse casal dar certo, eu daria quantos empurrões fossem precisos.

- Toda hora você diz que paga algo pra mim, eu fico com vergonha.

- Não fica, só quero ajudar você e o Andreas, aposto minhas fichas nesse amor.

- Por que a gente só foi acontecer quando ele estava indo embora? Por que ele foi embora?

- Tenho uma parcela de culpa, meio que atrapalhei vocês com o lance da idade, é que na verdade eu fiquei com medo de acontecer com você o que aconteceu comigo, desculpa.

- Você cuidou de mim, coisa que qualquer irmã mais velha faria, nunca vou te culpar por isso, a gente não aconteceu porque não era pra ser mesmo, talvez a nossa história seja pra ser agora, longe daqui.

- Sim, vai dá tudo certo.

- Tomara que sim.

Estávamos vendo o jogo das oitavas de final da copa do Brasil, quer dizer, Mel estava, porque eu só queria cochilar.

- Amiga, não quer ir pro seu quarto?- Mel me balançou de leve.- fico com você lá até o Pedro chegar.

- Que nada, tô vendo o jogo.

- Você nem assistiu o primeiro tempo, Arrasca fez um gol.

- Sério?

- Sim, assistência do seu marido.

- Hmm, ainda bem.- falei meio grogue, tomada pelo sono.

- Vem, vamos pro seu quarto.

- Quero passar no quarto do tutu antes, me sentar um pouco na poltrona de amamentação.

- Tá sentindo algo?

- um pouco de dor na costa.

A poltrona que comprei, além de ser de amamentação também faz massagens e antes mesmo de ter o tutu em meus braços, a uso para aliviar as dores.

Parte De Nós//  Pedro GuilhermeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora