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- Any tinha problemas em ter amizades. Ninguém falava com ela por ela ser nerd. No dia do seu aniversário de 16 anos, não tinha absolutamente ninguém em sua festa. Era só ela, o pai e a mãe dela. Ela me disse que havia convidado todo mundo da escola, mas ninguém foi. O dia estava sendo horrível para ela, e pra ajudar, na hora do parabéns dela, a mãe dela teve um mal estar e desmaiou... E foi aí que ela descobriu que a mãe dela tem câncer, e que ela tinha poucos anos de vida!- Joalin dizia, e eu prestava atenção atentamente no que ela dizia.

- Depois daquele dia. Minha amiga passou a odiar seu aniversário, e também passou a frequentar festas. Começou a beber, fumar, beijar e a transar toda sexta feira. Mas não pense que ela não parou de estudar, pois pra ela isso é essencial. Pra você ter noção, os pais dela acha que ela perdeu a virgindade com você...- Escuto sua risada eufórica atrás da linha.- Ah... E no dia do aniversário dela, ela não fala com absolutamente ninguém. É só ela, no canto dela.- Ela finaliza.

Fiquei um pouco espantado por saber desse lado da Any. Não sabia que ela frequentava festas escondidos de seus pais, e também... Transava com meio mundo. Bom, isso não me surpreendeu tanto assim, agora eu sei do que ela é capaz desde o momento em que ela me disse que não era virgem.

Respiro fundo e volto a falar com Joalin.- Obrigado, Joalin...- Digo, indo desligar o celular. Mas antes lembro de algo e volto a falar.- Ah, não conte para Any que eu tive essa conversa com você, tá bom mimosa?!- Lembro do nome de contato dela no celular de Any, me segurando para não rir.

- Espera um pouco, você me chamou de que?!- Ela pergunta.

- Até mais, mimosa!- Desligo o telefone em sua cara e começo a rir.

Se o nome da melhor amiga dela é assim, imagina dos outros contatos...

Espera um pouco...

Vou até ver como o meu está!

[...]

Any Gabrielly•

Eu não sabia distinguir o que eu estava sentindo agora. Eu sinto tanta falta da minha mãe, e pra piorar, deixei meu celular dentro da minha mochila que está lá na sala.

Eu não saio daqui, nem que me tirassem a força. Estou sem forças para nada. Eu só lembro das falas do médico dizendo que minha mãe tinha câncer.

Eu sei que deveria estar feliz, já que hoje ela tem os melhores tratamentos que se podem existir. Mas não posso deixar de falar que eu era excluida, e extremamente inútil naquela época.

Todos me achavam uma esquisita, e me usavam para fazer seus trabalhos que valiam nota sem dizer nada ao professor. Em troca, me convidavam para ir em suas festas, mas sabiam que eu não poderia ir... Já que eu era a santinha e não fazia nada de errado por conta dos meus pais.

Eu achava que todos eram meus amigos, que todos gostavam de mim já que a todo momento vinham até mim quando precisavam de algo. Eu era tão burra. E depois do pior dia da minha vida, percebi que só era um brinquedinho de todos.

Depois daquele dia, eu passei a aceitar os convites de festas que me faziam e em troca fazia as atividades avaliativas dos outros. Mas depois que comecei a frequentar esses tipos de festas, todos começaram a me convidar sem eu precisar fazer trabalho avaliativo algum.

Passei a ser mais valorizada na escola, comecei a perceber que eu não precisava ser apenar nerd e focar nos estudos... Porra, eu preciso me divertir.

Conheci Joalin, comecei a beber mais e a frequentar em mais festas do que o normal. Isso fazia eu me esquecer um pouco dos meus problemas e as minhas inseguranças.

Almas Destinadas | BEAUANYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora