Capítulo 7: O desespero e a salvação do povo do mar

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Meses se passaram desde a discussão de Castiel e Dean, meses sem que trocassem nada mais que um rápido olhar.

Durante esses meses, a coroa declarou guerra contra o povo do mar, após terem três de seus navios naufragados. O tráfico do povo do mar se tornou ainda mais comum e o tratamento com tritões e sereias ainda mais violento.

Dean levaria para sempre a memória de um dos piores dias de sua vida quando estava caminhando com Castiel de volta para Family's Business, depois de passar quase uma hora procurando-o quando mais uma vez ele se perdeu na cidade.

Foi quando ouviram um grito desesperado e viram uma sereia ser brutalmente abusada em praça pública. Não se lembrava de muita coisa depois disso, só de puxar Castiel para perto e guia-lo rapidamente de volta para o navio, porque não havia nada que pudessem fazer sem acabar mortos. Ou pior, sem que Castiel acabasse tendo o mesmo destino que sua semelhante.

O tritão estava desesperado quando chegaram ao navio, tendo uma dificuldade absurda para respirar, só se acalmando com a ajuda de Gabriel. Ele não saiu mais do navio desde então

Eram tempos difíceis para o povo do mar. Estavam lutando bravamente, pelo que Dean tinha ouvido, mas estavam perdendo números rapidamente. A cada vitória, a cada navio afundado uma dezena acabava morta. Dean se perguntava por quanto tempo mais seriam capazes de resistir sem acabar completamente aniquilados.

Era angustiante olhar para o mar coberto de espuma. Durante seus estudos após ser resgatado por Castiel, tinha aprendido que quando morriam se tornarvam espuma do mar. Ver toda aquela quantidade de espuma era absurdamente preocupante. Quantas centenas, se não milhares já não tinham morrido? Quantos não estavam sendo vendidos para serem cruelmente abusados?

O que mais o incomodava era pensar que Castiel poderia ter o mesmo destino se não fosse ele a encontra-lo. Ele poderia ter boiado naquele pedaço de madeira para perto de qualquer navio, o navio de alguém que não o veria como mais que um escravo sexual. Era torturante pensar no que poderia acontecer a ele e a seu irmão de alguém de sua tripulação simplesmente decidisse contar a qualquer guarda da coroa o que eles eram.

Dean era poderoso no mar, temido entre outros piratas, respeitado. Porém, se o rei decidisse que queria algo que ele tinha, não importava o que fizesse, não seria capaz de lutar contra. A possibilidade de ter que entregar Castiel a um desgraçado qualquer embrulhava seu estômago.

Mas, pior que o medo de algo acontecer a ele, Dean achava que o pior mesmo era ver ele encarando o mar coberto de espuma com tanta dor na expressão. Era óbvio que o claro sinal de que seu povo estava sendo massacrado o machucaria, mas não achou que se sentia tão mal ao ver toda a absurda dor em seus olhos azuis.

Era como se o próprio estivesse sendo cruelmente esfolado toda vez que olhava para o mar e Dean não podia culpa-lo por ter raiva de si. Tinha a provável solução em seu bolso, mas se recusava a ir atrás porque era muito perigoso.

Mais do que isso, aquele era o navio de Bobby, o navio que o Bobby o encarregou de cuidar antes de se aposentar. Jamais se perdoaria se algo acontecesse com aquele navio, mas sentia tanta falta do oceano...

Fora que, com toda a violência naquela cidade, ficar estava se tornando cada vez mesmo uma opção. Ficava tonto sempre que saia do navio. Claro, piratas são conhecidos por serem bárbaros, cruéis, mas com aqueles que os ofendem, os desrespeitam, não quem está simplesmente vivendo e toda... Toda aquela violência com o povo do mar era demais, pelo menos para Dean, que sempre fora fascinado pela espécie desde seu quase afogamento.

Entrou em sua cabine, suspirando ao ver Castiel sentado na cama, encarando a parede a sua frente. Vinha deixando ele ficar e dormir ali porque do deque, dependendo de uma pequena série de fatores, ele podia ouvir as sereias e os tritões implorando ajuda.

O Príncipe Tritão E O Lorde Pirata// Destiel MpregOnde as histórias ganham vida. Descobre agora