Capítulo 38: Eufemo

223 34 9
                                    

Castiel desviou de um golpe de Hércules por pouco, ofegante. Estava sendo uma luta difícil para ele. Sua garantia para aquela batalha era sua magia, mas sempre que chegava perto de afogar o primo, Medéia se metia com seus feitiços e ele voltava ao estágio inicial.

Dean estava conseguindo lidar com a bruxa, apesar da dificuldade que estava tendo. A mulher era claramente habilidosa, mas não chegava a ser poderosa. Assim, seus feitiços tinham um alcance limitado e essa era a única vantagem que o loiro tinha.

Mas não estava adiantando muito, porque ele estava ficando cansado e estava cada vez mais difícil evitar levar um feitiço na cara.

Toda maldita vez que ele aproximava dela, toda maldita vez que estava prestes a acerta-la, a maldita usava o feitiço que o arremessava para longe.

Dean sentia o suor escorrendo pelo rosto, pelas costas, ensopando suas mãos. Ele sabia que em breve não conseguiria se mover rápido o suficiente, não teria força o suficiente.

Castiel se colocou a alguns passos de distância de Hércules, o tridente em mãos e analisou rapidamente o cenário ao redor.

Medéia, ele precisa dar um jeito em Média. Quando ela estivesse fora, Hércules seria fácil, Castiel podia afoga-lo sem esforço quando ela não estivesse mais envolvida.

Ele fez um sinal sutil para Dean, correndo para ele, encostando as costas, um protegendo a retaguarda do outro. Tinham que neutralizar Medéia, mas Castiel não achava que conseguiria afoga-la, ela certamente tinha um feitiço de proteção contra isso.

Mas a água com certeza a deixaria ocupada.

Castiel lançou água na direção de Hércules, o envolvendo em uma bolha impenetrável. Antes que a bruxa pudesse reagir, jogou o semideus o mais longe possível no oceano.

Ela fez menção de correr na direção dele, parando quando viu que não tinha como. Hércules demoraria para voltar e ela estava sozinha com Dean e Castiel.

O casal se colocou de frente para ela, um ao lado do outro e Medéia ergueu as mãos. Não para se render, claro que não, mas se preparando para mais feitiços.

Castiel posicionou o tridente, e erguendo uma parede de água atrás dele e de Dean, que ergueu ambas as espadas na frente do corpo.

Foi Medéia quem atacou primeiro, lançando um feitiço no formato de raio.

Ao comando de Castiel, a água imediatamente os protegeu, mas não só isso. Parte da água foi até Medéia, conduzindo a energia do feitiço. Castiel sorriu quando ela gritou e deu passos para trás, interrompendo o feitiço.

Dean fez menção de avançar, se interrompendo quando a bruxa rapidamente se recuperou, rugindo de fúria, magia roxa brilhando nas palmas das mãos.

— Então, você está seguindo ordens de Zeus, liderando Hércules por ele. — Castiel comentou, encarando a bruxa fixamente, que parecia pensar no que fazer.

— Zeus é meu mes... — Medéia gritou quando Castiel a atacou, envolvendo os pulsos dela com água a impedindo de fazer os movimentos necessários para a conjuração de feitiços.

Dean atacou nesse momento, atacando o flanco com uma das espadas. A bruxa berrou em agonia quando Dean a acertou no ombro, decepando imediatamente seu braço.

Ignorando Castiel, ela se virou e tentou acertar Dean. Grande erro. Castiel correu até ela e, rapidamente, a empalou com o tridente, usando toda sua força para levanta-la do chão.

Os olhos da bruxa queimavam em fúria quando ela tentou esticar o braço que sobrara na direção do rei. Magia fraca brilhou nos dedos dela, mas, com um movimento rápido da espada , Dean cortou a cabeça dela para fora do pescoço.

Castiel jogou o corpo no chão com absoluto desinteresse e Dean olhou para cabeça da bruxa com tamanho desprezo que era quase palpável.

Todos conheciam a história dela, como ela tinha assassinado e esquartejado o próprio irmão pequeno, incendiado uma mulher inocente e então torturado e matado os próprios filhos.

Castiel não conseguia entender uma coisa assim. Gabriel o irritava, mas jamais o mataria. Ele daria a vida, sorrindo, por Claire. Sem pensar nem mesmo por um segundo.

Não era possível imaginar o completo arrependimento de Jasão ao se casar com uma pessoa tão absurdamente desprezível.

— Devemos esperar Hércules voltar? — Dean perguntou a Castiel, depois de um breve momento de silêncio.

— Não. Vamos deixar ela como um aviso. Se for arrogante o suficiente, ele irá nos encontrar. — o moreno respondeu. — Quero ir até um lugar alto, para poder ver o sinal de Poseidon facilmente.

— Uma das torres do castelo?

— Não, se Hércules for atrás de nós vai ser pequeno, sem espaço para movimentação e, como ele é mais forte fisicamente... — o rei deixo a frase sem fim, dando uma volta no próprio eixo, observando o local. — Vamos para aquela colina.

— Não é muito longe do oceano?

— O oceano vai até mim se precisar.

Dean seguiu Castiel, pensando que nunca tinha achado o marido tão gostoso. Tinha algo no cabelo bagunçado, as mãos sujas de sangue e o suor que o deixava insanamente atraente. O moreno não recolheu o tridente em nenhum momento, mantendo o cabo firmemente apertado entre os dedos ensanguentados.

O pirata também não abriu mão de suas espadas, ambas as lâminas ensopadas com o sangue da bruxa maculada. Ele gostou disso. Ele era muito novo quando a história de Medéia começou a circular no mundo. Ele era superprotetor com Sammy na época, foi quando começou a entender que amava o irmão como seu próprio filho. Imaginar alguém fazendo tal atrocidade...

Demorou um tempo para chegarem no topo da colina, mas agora tinham uma visão mais ampla.

O casal olhou para o horizonte, para onde ainda podiam assistir a batalha feroz de Zeus e Poseidon. Eles não viram Hércules na água. Ou a correnteza fortíssima o tinha arrastado para o fundo do oceano e ele estava morto, ou ele já havia conseguido sair do mar.

Ambos, Castiel e Dean, apostaram na segunda opção.

— Se qualquer um dos outros Argonautas aparecer, — Castiel disse, desviando o olhar para Dean. — Fuja.

Os Argonautas eram o grupo que Jasão tinha convocado para ajudar a recuperar seu reino, Cólquida. Tinham diversos semideuses no grupo, dentre eles, Hércules.

— Não vou a lugar nenhum.

— Dean...

— Cass, eu sei que não tenho magia como você, mas sou um pirata. Já lutei com mais guardas do coroa ao mesmo tempo do que aquela bruxa maluca poderia considerar. E você é meu marido. Não vou a lugar nenhum.

Castiel sorriu, voltando o olhar para o horizonte.

— Estou surpreso de Hércules não ter trazido Eufemo.

— Quem? — Dean perguntou, as sobrancelhas franzidas fazendo Castiel rir.

— Um dos muitos filhos de Poseidon e um Argonauta. Acho que ele estaria mais apto a lutar comigo do que Medéia. Não entendo porque Hércules não trouxe ele.

— Porque estou do lado de nosso pai. — uma terceira voz se juntou a eles e o casal se virou com as armas a postos. — Olá, irmão.

Castiel o reconheceu imediatamente, mesmo sem a vestimenta características. As poucas vezes que havia encontrado com ele não saiam de sua memória.

Ele era Eufemo, filho de Poseidon, meio irmão de Castiel.

E líder dos sereianos rebeldes.

O Príncipe Tritão E O Lorde Pirata// Destiel MpregOnde as histórias ganham vida. Descobre agora