Capítulo 29: Diplomacia é mais difícil do que parece

359 54 6
                                    

Gente do céu, esse capítulo já tá pronto a um tempão, mas eu esqueci de publicar kkkkkkkk

Dean jogou Claire para o alto, sorrindo ao ouvir a filha rir, o pequeno corpinho descendo lentamente pela água até os braços do pai. Estavam em uma das torres do castelo do triângulo, esperando Castiel voltar da reunião em que estava no momento. Teoricamente, Dean também deveria estar lá, mas alguém tinha cuidar da filha do casal.

O loiro pegou a menina, se sentando no muro da varanda com ela, de modo que poderiam ver todo o Triângulo. Ao longe no horizonte, era possível ver os esqueletos de barcos naufragados.

Era estranho pensar que Family's Business estava logo ali em cima, flutuando na superfície. Em outra época, ele se juntaria aos demais, mas agora o barco tinha imunidade.

Dean suspirou, entendiado, apesar de adorar passar tempo com Claire. Ele pensa, com amargura, que com certeza estaria se ocupando com alguma coisa se estivesse no barco.

- Tá' vendo todo esse lugar enorme, Claire? - perguntou, puxando a filha para junto do peito. - É seu. Quando crescer, você provavelmente vai ser pressionada para ficar aqui, resolvendo os problemas de todo mundo ao invés de viver sua própria vida.

A verdade é que Dean estava cansado. Não era acostumado a viver no mar e, agora, tinha de o fazer. Ele sentia falta de muitas coisas em sua vida terrestre. Naufragar navios, fugir ao ser pego roubando, lutar com guardas, mas o principal: ele sentia falta de sentir o balanço do mar debaixo de seus pés no chão do deque.

Dean sente falta de tudo o que o fez ser ele mesmo, mas era só olhar para Claire em seus braços para ter certeza de que tudo estava valendo a pena.

Se deixar de ser um pirata significa que Claire vai ser feliz e estar segura, então ele deixaria de ser um pirata.

- Você vai ser uma boa rainha. - comentou, acariciando o cabelo da pequena.

Nunca tinha pensado que seus filhos seriam reis ou rainhas. Ele tinha desistido de seu título nobre anos e anos atrás, por isso não cogitou que seus filhos teriam tais regalias. Sendo sincero, nunca sequer pensou que teria filhos.

Se perguntou o que estava sendo dito na reunião. Depois da aparição de Poseidon em pessoa na última, Dean já esperava o qualquer coisa.

Quem seria o próximo a dar as caras? Zeus? A Medusa? O minotauro?

Mesmo que os últimos dois estivessem mortos, não parecia impossível.

Dean viu Sam se aproximando e o mais novo se sentou ao seu lado, sorrindo e cumprimentando Claire, que sorriu e escondeu o rostinho contra o peito do pai.

- Você parece cabisbaixo. - Sam comentou, olhando para o irmão.

- Você não deveria estar na reunião?

- Não precisam de mim lá. Eu... Eu não tenho nenhuma experiência com a cultura deles, ou os costumes. Resolvi sair quando percebi que não ia ajudar.

- Você vive aqui a pouco tempo, vai aprender como as coisas são.

Sam concordou com a cabeça e direcionou a atenção para a sombra de Family's Business acima do Triângulo. Sorriu.

- É estranho ver ele parado dessa forma.

- Também acho. - Dean concordou, sem nenhuma vontade de falar sobre.

Percebendo isso, Sam suspirou e optou por ficar em silêncio.

Eram tempos atípicos.

°•

- Nós não podemos iniciar uma guerra sem perguntar o que aconteceu primeiro! - Castiel exclamou, quase gritando para ser ouvido. A visita de Poseidon pareceu ter deixado todos malucos, visto que, de repente, todo mundo queria massacrar o povo das Marianas. - Por mais que eu confie em você, Gabriel, e se não eram eles? A gente entra na casa deles, arranca as pessoas de suas casas e mata todos em uma chacina sem sentido?

- Você não pode querer negociar com eles de novo. - Gabriel apontou, sendo essa sua opinião definitiva. - Castiel, foram eles. Eles tinham motivos, oportunidades...

- Gabriel, eu não vou ser um tirano! - o moreno reclamou, no auge do fim de sua paciência. - O povo deles não tem culpa das ações de seus líderes! Não vamos matar todo mundo por uma suspeita!

- Eu vi eles!

- DOIS DELES! VOCÊ SABE SE VIERAM ESCONDIDOS?! - parou, respirando fundo. - Gabriel, nós nem sabemos se o Bartholomeu tinha conhecimento disso. Não vamos nos tornar tiranos, já temos problemas demais.

- Conseguiu marcar sua reunião com os humanos? - um dos generais perguntou.

- Consegui. Que fique bem claro, não podemos deixa-los saber que os deuses estão nos pressionando. Se souberem que tem o "apoio" do Olimpo eles não vão ceder.

- Qual sua estratégia?

- Ameaça-los. Para eles sim seremos tiranos. Quero pelo menos dois generais e alguns soldados comigo, eles precisam acreditar que vamos dizima-los se não fizerem o que dissermos.

- Os deuses não vão gostar disso, Cassie.

- Por isso temos que fazer os humanos cederem antes que eles interfiram. Depois que tivermos a rendição humana podemos nos ajoelhar, implorar perdão e toda essa baboseira mas, por enquanto, é desobedecer ou ser caçado de novo.

O silêncio que se sucedeu no local foi ensurdecedor. Era verdade que estavam em situação no mínimo apavorante, contra a ponta de duas lanças.

Se obedecessem os deuses, os humanos continuariam os caçando, matando e estuprando. Se desobedecessem, poderiam acabar sendo dizimados antes de sequer tentar argumentar.

O plano de Castiel que dar certo pois, do contrário, seriam destruídos de um jeito ou de outro.

E isso sem contar os rebeldes, que sabe-se lá por qual motivo decidiram que era uma boa ideia sair matando sereianos a torto e a direito.

- Vamos deixar todos com toque de recolher quando sairmos, os guardas que sobrarem vão ficar nas ruas e o povo no castelo, por precaução, até voltarmos. Quero guardas nas ruas o dia todo, todo dia a partir de agora e só quem tiver as conchas de identificação entra no reino depois de dizer o nome e qual a profissão aqui. Fora isso, a entrada de qualquer pessoa fica vetada até segunda ordem. Quais generais vão comigo? - perguntou, prosseguindo após dois deles se manisfestarem. - Separem soldados para ficarem a seu comando amanhã. Quero que saibam que não será uma coisa limpa, talvez... Pode acabar sendo preciso que alguém morra. Não vou pedir uma coisa dessa magnitude a vocês, mas fiquem cientes. Essa reunião está encerrada.

Castiel saiu da sala de reuniões e respirou fundo, sentindo o peso de suas decisões que poderiam salvar ou dizimar seu povo.

Mais uma vez, ele desejou estar em paz no Family's Business com Dean e Claire, fazendo nada além de navegar.

Ele ansiava por tempos mais simples.

•°

- Irmão, eles só estão se defendendo. - Poseidon argumentou com seu irmão, Zeus, sobre seus filhos no Triângulo das Bermudas.

- Então ameaçando meus devotos, Poseidon.

- Seus devotos estavam massacrando os meus e eu não reclamei. - o deus dos mares apontou, o tom de voz aumentando na medida em que ia perdendo a paciência. - Os sereianos só estão tentando conseguir uma vida descente. Não vou repreende-los por isso.

- Irmão, - Zeus disse, se colocando de frente para o outro, o rosto tão sério e tenso quanto rocha. - se meus fiéis forem prejudicados, seus pequenos filhos sofrerão as consequências.

- Se você tocar nos meus filhos, nós vamos ter sérios problemas. - Poseidon retrucou, aprumando a postura, encarando o irmão na mesma altura.

- Bom, vamos ver como as coisas irão se desenrolar. - foi tudo o que Zeus disse ao se afastar um passo e, então, deixar o local.

Poseidon suspirou, desencorajado.

Ele não podia enfrentar Zeus de forma alguma.

O Príncipe Tritão E O Lorde Pirata// Destiel MpregOnde as histórias ganham vida. Descobre agora