Capítulo 25: Hey Jude

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Claire gargalhou alto de uma brincadeira que Castiel fez com ela, o que arrancou uma risada do tritão também. Ele estava sentado na escadaria do deque do Family's Business, brincando com a filha enquanto Dean fazia a tripulação mover o navio até a ilha onde Bobby vivia.

Apesar de ter comparecido ao casamento, o velho ainda não conhecia a neta. Como os humanos ainda estavam em quarentena e os diplomatas do triângulo estavam em busca dos rebeldes, Castiel e Dean decidiram que não seria ruim levar a filha para conhecer o avô.

Apesar de estar tirando esse pequeno período de "férias", Castiel não consegue conter sua mente, impedi-la de pensar em cada uma das coisas que tinha que resolver. Olhando para sua pequena filha e para seu marido logo diante de si o rei não pode negar que adoraria poder apenas viver uma vida com eles, velejando pelo oceano sem preocupações políticas.

Sorriu para Dean quando ele se sentou no degrau ao seu lado e entendeu as mãos para Claire, que imediatamente tombou em direção ao como do pai. O loiro pegou a filha com um sorriso radiante nos lábios, ainda achando estranha a forma como ela surgiu no mundo, mas totalmente incapaz de não amar o pequeno serzinho.

- Oi, meu amor. Você tá' indo conhecer seu vovô. - Dean comentou com a pequena, usando uma voz extremamente tosca.

Castiel sorriu largamente, pensando que de fato, Bobby era pai de Dean, não John. John nunca chegou a ser pai dele de verdade.

O moreno suspirou e deitou o rosto no ombro do marido, que pareceu imediatamente ter percebido que tinha algo errado.

- Ei, o que foi? - perguntou, colocando Claire sentadinha em suas coxas ao olhar para o marido.

- Eu não tenho dedicado muito tempo a você ultimamente. - o rei respondeu, fazendo o capitão franzir fortemente o cenho. - Desculpe.

- Ah, isso não é verdade. A gente passa tempo junto.

- É, em reuniões diplomáticas ou batalhas sangrentas. Dean, quando foi a última vez que transamos?

Dean riu, apesar da clara insegurança de Castiel a respeito do relacionamento. Ele não queria ter rido, mas foi inevitável.

- Papa tiste... - Claire comentou, esticando a mãozinha na direção do rosto de Castiel, o que arrancou um sorriso de ambos os pais da menina.

- Tá' vendo, Cass? - Dean perguntou, apontando para Claire. - Isso é perfeito. Cada segundo que passo com você é perfeito, não importa qual a situação. Se eu sinto falta de quando a gente só velejava? Com certeza, mas também estou feliz com o que tenho agora.

- Uhm. - o moreno concordou, entrelaçando seus dedos aos de Dean. - Mas eu quero transar, porra. - disse e o loiro riu alto.

- Pola. - Claire repetiu, o que fez o capitão genuinamente gargalhar.

- Claire, não pode falar isso. - o rei tentou reverter o que fez, os olhos arregalados para a possibilidade de ter ensinado um palavrão para a filha.

- Pola!

- Não pode, Claire!

- POLA! POLA! POLA! CAILE FALA POLA!

- Claire! Para de rir, imbecil! - o tritão reclamou com o pirata, que já estava vermelho tamanho eram suas risadas.

- Capitão, um navio se apresentar a estebordo. - Benny, novo primeiro imediato agora que Sam vivia no triângulo, avisou ao se colocar de frente ao casal.

- Navio? - Castiel perguntou, se levantando imediatamente. Era para estarem sozinhos no oceano, visto que os humanos estavam proibidos de entrar no mar.

- É um navio de guerra. - Dean constatou assim que avistou a embarcação. - Parece que os humanos não querem ceder.

- Você da conta? - Castiel perguntou, pegando Claire dos braços de Dean. O pirata revirou os olhos.

- Vai ser como tirar doce de criança. Sem ofensa, bebê. - disse, dando um beijo na testa de Claire após a última frase. - Sabe o que fazer, Sunshine. - falou para Castiel, o dando um selinho nos lábios e, enfim, se afastando.

Castiel desceu as escadas até a pequena prisão onde, uns seis anos atrás, havia sido encarcerado. Era estranho pensar que já conhecia Dean a pelo menos sete anos. Parecia ter sido ontem que estavam discutindo através das grades sobre a guerra que se iniciava.

Aquela prisão era o lugar mais seguro do navio em caso de ataque, sendo assim desde que souberam sobre Claire e transformaram aqui em praticamente uma fortaleza.

Castiel se sentou em uma cadeira que tinha ali para seu próprio uso e colocou Claire de pé em suas coxas, começando a cantar para a filha. Não, ele não a estava hipnotizando. Nunca se perdoaria se fizesse isso.

Ele tinha aprendido a criar uma, digamos, bolha de privação sensorial com base em seu canto. Claire não estava hipnotizada, mas ela só ouvia a voz do pai e não o som alto dos canhões do lado de fora da bolha. Ela não tinha ideia do que acontecia fora daquela masmorra.

A batalha não demorou muito e logo que Benny o avisou que estava acabada, Castiel saiu da masmorra com Claire. O navio inimigo estava atracado ao lado do Family's Business e, através de uma ponte feita por uma tábua, a tripulação de Dean transitava pelos dois barcos, transferindo objetos de valor dos inimigos para seu lado.

A tripulação inimiga estava amarrada aos mastros e Castiel negou gentilmente quando Lisa se ofereceu para pegar Claire.

- Eu disse que estavam proibidos de entrar no mar, não disse?

- Está louco se acha que vamos aceitar isso.

- Não, você está louco se acha que não vão ter consequências para o que fez. Sua morte será vergonhosa e totalmente em vão.

Castiel olhou para Dean e sinalizou com a cabeça, dizendo ao marido que não tinham mais nada a tratar com o outro capitão. O loiro abriu um sorriso de canto e mandou sua tripulação preparar armas.

O rei virou a filha de costas para a cena e voltou a cantar, de modo que ela não viu ou ouviu nada quando os tiros foram dados.

- Hey, Jude... Don't make It bad...



Bobby sorriu largamente e pegou Claire no colo. O coração de Castiel quase parou quando ele jogou a neta para o alto. O suspiro de alívio foi inevitável quando ele pegou ela de volta e a menina riu alto.

Ao lado do marido, Dean sorriu levemente, se lembrando de sua época de criança, quando Bobby o adotou e fez esse tipo de brincadeira consigo. Fora a primeira vez em que recebera tal tipo de carinho.

- O que estão esperando? Vamos, desgraçados! Entrem!

Bobby guiou todos para sua mesa ao ar livre, mantendo Claire nos braços o tempo todo. A criança parecia confortável com ele, apesar de nunca tê-lo visto na vida.

O moreno mais uma vez se vê pensando na decisão do homem de se isolar. Ele entende ao mesmo tempo em que acha extremo. Depois de perder a esposa que amava tal medida é compreensível, mas se isolar de todos?

Por um momento, Castiel se vê pensando em como seria ter uma vida totalmente isolado com Dean, em uma ilha em que obrigações não importam, só o tempo de ambos juntos. É uma boa fantasia, mas apesar das complicações, o rei ama seu povo e ama velejar com Dean e conhecer novos lugares com novas pessoas, mesmo as pessoas sendo odiosas.

Dean estava conversando animadamente com Bobby, contando cada uma das novidades, inclusive o saque que acabara de efetuar.

Ele se levantou repentinamente, pareceu agradecer Bobby por algo e se aproximou de Castiel, estendendo a mão para o marido.

- Bobby se ofereceu para cuidar da Claire. Temos a noite toda. - ofereceu e o tritão sorriu de modo lascivo, imediatamente pegando a mão do pirata .

O Príncipe Tritão E O Lorde Pirata// Destiel MpregOnde as histórias ganham vida. Descobre agora