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Yasmin: dia vinte de agosto de dois mil e vinte dois; à tarde

"Pode descansar, Yá. Ela tá com a vovó, né vovó?" - Agradeci com a cabeça pra Lindalva e beijei o rosto dela depois de dar um cheirinho no pescoço da Sarah. Subi as escadas de dois em dois degraus - parto normal, você é tudo! - Cheguei no quarto da Sarah aqui da casa do Bi procurando pela minha cama de casal que fica aqui.

"Esse berço não pode ficar ali na outra parede não?" - Ouvi Gabriel dizer enquanto apontava pra vários lugares no pequeno cômodo. Olhei pra minha cama revirada e soltei um resmungo que atraiu a atenção do jogador. - "Oi, meu amor."

A equipe da obra focou os olhos em mim e Gabriel fechou a apontando pro corredor enquanto se aproximava e colocava a mão na base da minha coluna me guiando pra sair do quarto da nossa filha e ir pro dele. - "A Sarah tá com a sua mãe e eu pensei em tirar um cochilo, mas não sabia que lá tava em obra."

Ele negou com a cabeça e abriu a porta do próprio quarto me empurrando de leve pra dentro enquanto dizia: - "De qualquer jeito aquela cama lá é só pra emergência, deita aqui, amor." - Ele disse apontando com o queixo pra cama king e indo fechar as cortinas antes de ligar o ar. - "Já venho pra cá." - Gab disse e beijou meu rosto antes de sair do quarto.

O problema foi só que eu não conseguir dormir.

Virei pra um lado, pro outro, fechei e abri os olhos mais de dez vezes e nada. Eu simplesmente não conseguia relaxar.

Não sei quantos minutos depois, Gabriel abriu a porta devagar e entrou pisando leve antes de me olhar e franzir a testa ao ver que eu ainda estava acordada. - "Não consigo dormir, acho que eu tô tensa com alguma coisa." - Eu respondi porque estava sentindo meu corpo elétrico.

Gabriel parou me olhando alguns segundos, encostado na porta enquanto dizia: - "Posso te fazer relaxar, amor?" - A voz baixa e sussurrada me fez arrepiar só pela leve menção do que ele se refere.

Eu estava com saudades. Eu estou com saudades. Eu não tenho a menor ideia de como passei a gravidez inteira com aqueles hormônios loucos resistindo a Gabriel tão perto de mim. - "Eu ainda estou de resguardo." - Foi o único alerta que saiu da minha boca.

"Por menos de dez dias." - A resposta dele veio na ponta da língua.

"Eu quero relaxar." - Eu disse ajoelhando na cama. Gab abriu um sorriso enorme que pra mim misturava tesão com alegria. Ele passou a chave na porta e veio rápido até mim colando nossos lábios com urgência.

Se eu não soubesse que o toque dele sempre foi possessivo, eu ia jurar mil e uma coisas diferentes ao sentir os dedos de suas mãos apalpando cada montinho de carne nas minhas coxas e raspando de leve pra dentro da minha camisola enquanto os dedos da outra mão subiam pra baixar uma das alças da roupa e do sutiã de amamentação.

Por alguns segundos, o medo de não parecer mais atraente veio pra minha cabeça. O que ele ia achar de absorventes para seios?

A resposta veio na urgência seguinte das mãos baixando de uma vez minha camisola pelas alças e abrindo o sutiã.

Congelei e aproveitei que ele tinha soltado a minha boca de vários beijos que se repetiram e olhei pro seu rosto.

Quase sorri quando notei que ele gostava do que via.

Que gostava muito do que via.

Que não estava ligando pra nada. Que inclusive tudo que eu tinha pensado estava longe demais agora, no mínimo em outro canto do quarto. Ele voltou a me beijar e depois desceu selinhos pelo meu maxilar até o meu pescoço, sussurrando no meu ouvido: - "Cada dia mais gostosa."

Música pros meus ouvidos.

Senti suas mãos parando cada uma deibaixo de um peito, massageando, sentindo o peso agora maior, acarinhando, descendo trilhas de beijos por toda a pele mas passando longe dos bicos, embora claramente contra a sua vontade. Deu dois tapinhas na minha coxa me mandando me deitar, e foi o que eu fiz sentindo o resto dos panos embolados sair do meu corpo.

Me senti a mulher mais linda do mundo só por causa do olhar que me desejava. Sorri pra ele e passei um dos pés pelo peitoral tatuado descoberto, até brincar com os dedos nos limites do short e da cueca que aparecia. Ele desceu o meu pé mais pra baixo e quando senti eu abri um sorriso maior. - "Gostoso."

"Tudo pra você, hein?" - Ele guiou com as duas mãos o meu pé pro lado exato onde estava a cabecinha, e eu mexi os dedos admirando a visão dele estremecendo. - "Você vai deixar eu fazer o que eu quiser? O que ele quiser?"

"Eu estou ansiosa pra você fazer." - Não demorou muito tempo e eu estava de joelhos de novo, baixando sua roupa, punhentando com pressão antes de raspar nossos lábios e dizer sussurrada e rouca: - "Com força."

Isso com certeza foi a música pros ouvidos dele porque eu fui colocada de quatro do jeito que eu queria e não demorei a sentir a delícia que era ele na minha pele, se arrastando contra mim até o som desse choque ser alto e misturado com gemidos e arfadas. Suspiros fortes, xingamentos e palavras xulas.

Sentindo investidas cada vez mais fortes que faziam meu corpo chacoalhar, olhei por cima do ombro e aquela cena devia ser a oitava maravilha. A tatuagem 9 sumindo no volume da minha bunda, o lábio inferior vermelhinho e carnudo preso nos dentes, as mãos tomando posse do meu corpo, os tapas sendo estalados na minha pele empinada até arder e o colar de seu pescoço balançando no ritmo que nos mexíamos. Os olhinhos escuros e quase fechados me fazendo revirar os meus próprios olhos.

>> duas da manhã pode.

Procuro Alguém - GabigolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora