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Gabriel: ainda nesse momento

Eu não perdi tempo. Eu aproveitei a minha chance. Puxei Yasmin pra perto, colei nossas bocas e desci as minhas mãos por todos os pontos do corpo onde eu queria tocar, onde eu queria apertar. Aos poucos, as minhas mãos molhadas tocando a pele seca dela, sentindo na ponta dos dedos o efeito disso. Os arrepios. O efeito do meu toque nela, do mesmo jeito que o toque dela fazia efeito em mim.

Era isso. Não tinha pra onde correr. A gente era da gente e pronto.

Quando nos faltou o ar, eu desci meus lábios esfregando os dentes pela pele do pescoço e repuxando pra mim. Com os olhos abertos, com Yasmin me empurrando pra trás e a água morna parando de cair em mim pra começar a cair nela, acompanhei o caminho que as gotas faziam. Passando gordas e pesadas pelos seios fartos, se desmanchando quando corriam pela barriga e sumindo da minha vista no início das coxas grossas. Eu podia olhar pra esse corpo um zilhão de vezes, podia pensar na tatuagem perfeita que eu tenho dele na cabeça, e nunca me acostumaria.

Nunca deixaria de me sentir eufórico. Em êxtase.

E foi a força disso que escapou da minha garganta num grunhido quando eu virei ela de uma vez só. - "Agora é você presa contra a parede, meu amor."

Com os olhos fechados, os seios subindo e descendo rápido pela respiração acelerada, ela começou a abrir um sorrisinho tombando a cabeça pra um lado. - "Encurralada por você, huh? Não me sinto presa." - Ela disse, abrindo os olhinhos que brilhavam. Escuros, mas brilhavam.

Dei um passo, me ajeitando e quase grudando nossos corpos, colando as nossas testas pra que ela falasse no meu rosto, na minha cara, isso que tá pensando. Era ela dizer, e seria um caminho sem percurso de volta.

E ela disse. - "Me sinto livre. Encurralada? Significa que você não vai ter pena..." - Junto com um estalar de língua capaz de reviver em segundos na minha cabeça toda e qualquer memória.

Era isso. Foi com força que eu tomei os lábios vermelhos, desenhados e carnudos pra mim de novo. Foi com vontade. Com toda a vontade que corre no meu sangue desde que a vi, e que só sabe aumentar com o passar do tempo.

E água agora já era desperdiçada. Não corria em nenhum de nós. Estávamos os dois colados demais um no outro, prensados demais na parede, pra o que sai do chuveiro nos tocar.

Toque.

Era o que eu mais sentia necessidade de fazer. Com força, com precisão. Apertei os seios, esfreguei os bicos. Apertei a cintura, apertei os quadris, tentei juntar toda a carne da bunda nas minhas mãos, entre os meus dedos, tamanha força. E a resposta sempre vinha do mesmo jeito: uma arfada alta perto do meu ouvido. Um gemidinho baixo, mal contido. A reação só mudou pra um palavrão quando eu passei as pontas dos dedos devagar pra frente das coxas, deslizando pro meio delas.

Foi tiro e queda. Bastou só um toque mais preciso, um escorregão de dedos facilitado pela pele sensível molhada, e ela gritou. E eu sorri.

"Shiu, não pode gritar. Você quer que a nossa família escute?" - Eu sussurrei baixo, escondendo meu rosto no seu pescoço pra morder a pele, pra inclinar a cabeça pra baixo e colocar um dos seios na minha boca.

"Não posso gritar uma ova." - Respondeu meio alto, fechando os olhos com força e abrindo mais as pernas pro meu toque, enquanto dependurava os braços pelos meus ombros pra se apoiar e segurar, me dando um acesso mais livre ainda pros seus peitos.

"Meu amor, o objetivo é fazer um irmão pra Sarah e não acordar ela." - Joguei verde. Era isso, eu queria mais um filho. E tinha que ser dela.

Yasmin misturou um gemido numa risada. - "Você é engraçado, hein Gabriel. Não me fala as malditas palavras que você sente e sabe que sente, mas me pede mais uma criança."

Procuro Alguém - GabigolOnde as histórias ganham vida. Descobre agora