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Vicenzo Rinna
1997
Sicília - Itália

Quando a porta da casa dela se abriu, ela correu, pulou no meu colo e eu a agarrei, agarrei como se minha vida dependesse daquilo.

Ela chorou copiosamente com o rosto enterrado no meu ombro, suas pernas e braços me prendiam como se não fossem mais me soltar, e por Dio, eu queria isso. Não me separar dela.

Foi difícil dizer até logo, pois esse logo não será tão próximo, três malditos anos sem tocar lá. Vai ser o inferno na terra, mas vamos sobreviver. E nos tornarmos mais fortes.

Cheguei na casa dos meus pais às 18:00hs. Consegui dormir um pouco no avião, já que na noite passada não consegui durmir.

Minha mãe vem toda calorosa e me abraça forte, era tudo que eu precisava, mesmo aos 25 anos e temido por todos da máfia, esse é o lugar no mundo todo, que todas minhas barreiras desabam.

Ela me leva para o sofá e me aperta em seu braços. Como fazia todos os dias quando voltava dos dias de treinamento na minha iniciação.

Ela me aperta e ao mesmo tempo acaricia meus cabelos. Como eu amo essa mulher. Ela me solta e começa a beijar meu rosto.

- Mulher solte ele, não vê que ele não é mais um bebê.

- Pra mim, não importa, que ele tenha 20, 30 ou até 70 anos. Ele vai ser sempre o meu bebê.

- O segundo mafioso mais temido do submundo, um bebê. Deixa os nossos inimigos ouvirem isso, já estão falando que ele é um fraco, por não assumir diante "O Concelho" a Milene.

- Milene nunca será assumida perante "O Conselho". Eu não criei meu filho pra se casar com uma mulherzinha fútil como aquela.

- Mas bem que você passa horas com ela. Saem sempre nas revistas como a nora que se dá bem com a sogra.

- Ela não é minha nora, e você sabe muito bem disso Antoni Rinna.

Acho que meu pai dorme no quarto de hóspedes hoje.

- Bom, a conversa entre vocês dois está muito agradável, mas eu tenho que tomar um banho, para ir visitar os clubes hoje.

Subi as escadas, escutando minha mãe discutir sozinha com meu pai. O temido Capo di Tutti Capi, não é nem louco de discutir com a minha mãe. Quem vê ele poderoso, enorme e ela uma baixinha que manda nele. O amor nos deixa trouxa.

Fui tomar banho, a última coisa que eu quero agora é trabalhar, mas vou aos clubes, pra beber e tentar tirar o choro do meu anjo da minha mente.

Fui direto pra Spazio BLUE, uma das boates mais quentes da Sicília. Encontrei Raul Espinosa, ele é dono de um dos bancos onde lavamos dinheiro, acabamos ficando colegas, pois amigo é uma palavra muito forte pra quem vive no meu mundo. Depois de uma garrafa de Whisky, saímos da boate e fomos para o apartamento do Raul com algumas meninas. Eu já não respondia mais por mim.

Eram 5 mulheres, pra mim e Raul. Foi uma loucura, nunca participei de uma orgia, mas eu estava precisando pra esquecer Aurora. Enquanto eu fodia uma, a outra me beijava e outra chapava o grelinho da que eu estava fodendo. As mulheres eram quentes como o inferno. Nem faço ideia de quantas vezes eu gozei.

xxxxx

Meu telefone toca, toca, toca. Minha cabeça vai explodir. Atendo e minha cabeça roda.

- Espero que tenha se divertido bastante essa noite! As revistas de fofoca estão vendendo bastante exemplares hoje.

Olho meu relógio e são 15:00.

Porra apaguei no apartamento de encontros do Raul. Estou sozinho em uma cama enorme.

Me visto e saio do apartamento sem encontrar ninguém.

Quando chego em casa, minha mãe me dá três tapas na cara. Ela nunca me bateu. Ela afunda uma revista em meu peito.

- FOI PRA ISSO QUE EU TI CRIEI VICENZO RINNA, VAGABUNDAS, VAGABUNDAS, VAGABUNDAS.

A minha cabeça latejava, mas não dos tapas e sim dos berros dela, minha mãe nunca elevou sua voz. Uma perfeita dama da sociedade.

- EU AQUI PEOCUPADA COM VOCÊ, DE CORAÇÃO PARTIDO, POR TER QUE FICAR LONGE DA AURORA POR 3 FODIDOS ANOS, E O SENHOR NA FARRA.

Ela me dá outro tapa.

- ME ESCUTA BEM VICENZO, O QUE ACONTECEU ESSA NOITE, NÃO VAI VOLTAR A ACONTECER, OU EU MESMA CASTRO VOCÊ.

- Você já pensou na pobre da Aurora quando vir essa fotos?

Aí que eu vi a revista. Era matéria de capa.

Vicenzo Rinna, o herdeiro do Império Rinna, ontem depois de muita bebida e sabe-se lá mais o que, saiu com seu amigo Raul Espinosa, para seu apartamento, acompanhado de 5 mulheres.

Nunca o querinho dos tabloide foi visto na companhia de outras mulheres, a não ser sua mãe a Senhora Helena Rinna e sua Namorada/Noiva Milene Ricci.

Sabemos que a noite durou até o amanhecer do Sol e o Sr Vicenzo Rinna, foi o último a deixar o apartamento por volta das 15:30

- Sabemos que já foram vendidos mais de 10.000 exemplares só aqui na Itália, imagina se chegar nos Estados Unidos? Se Aurora ver?

- Não pense que eu não notei essa sua aliança no dedo, se eu fosse a mãe dela, cancelava o acordo, pois você não está respeitando a filha dela. Depois do noivado, você tem que ser fiel.

- Como eu vou viver de punheta por três malditos anos?

- Pensasse nisso, antes de reafirmar o compromisso.

- Agora é rezar pra Aurora não ver nenhuma revista.

xxxxx

Aurora Marini
1997
Califórnia -  EUA

Já é sexta-feira e não tenho notícias do Enzo. Realmente, não consigo falar no número dele, nem pela tela do computador, o vazio dentro do meu peito está enorme, não tenho vontade de comer, dormir e nem ballet eu tenho praticado.

Brenda Cárter vem com uma revista na mão toda sorridente.

- Esse aqui não é seu primo italiano?

Assim que pego a revista, sinto um vertigem, o mundo está girando. Começou a ler, quando leio que ele é Namorado/Noivo da tal Milene tudo fica escuro.

xxxxx

Abro os olhos e já estou no meu quarto com mamãe sentada na borda do meu colchão. Ela sorri fraco e aperta minha mão para me confortar. Deito a cabeça em seu colo e me permito chorar. Um libertino, isso que ele é.

Depois de muito chorar, vou para o Studio de ballet na mesma hora dos meus ensaios.

Danço como nunca dancei em minha vida, eu sei que ele está me olhando. Apos 20 minutos dançando sem parar a minha peça favorita, o lago dos cisnes e jogo uma cadeira no grande espelho que fica no centro da sala.

Nunca mais voltarei aqui.

Está ficando cada vez mais difícil passar pano pro Vicenzo.

🤭🤭🤭.

Quem está gostando do livro, levanta a mãos.

Mas centa o dedo na estrelinha. 😉

Capo di Tutti CapiWhere stories live. Discover now