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Vicenzo Rinna
2000
Sicília - Itália

Aurora sai correndo do meu apartamento, quando consigo chegar a porta, o elevador fecha.

Só pego uma camiseta e o par de tênis que fica perto da porta e desço a escada de emergência correndo. Quando saio do prédio não a vejo mais.

Merda.

Já ligo pro meu pai informando o que aconteceu, ele já bota todos da nossa confiança atrás dela junto comigo.

xxxxx

Cada hora que passa, mais desesperado eu fico, temos um traidor, e essa altura, todos já sabem que minha noiva está na Sicília, pois meu noivado está marcado pra amanhã.

Já estou perto da casa dos meus pais, meu telefone toca, é da segurança do condomínio.

- Ela apareceu aqui Senhor, seu pai já a levou pra dentro.

Eu solto o ar pesadamente. Dirijo o mais rápido que posso, já desço do carro em frete a casa do meu pai.

Eu escuto os gritos de Aurora com minha sogra. E assim que eu entro, dá um tapa em Aurora.

- Se tocar na minha mulher outra vez, vai se ver comigo.

- CHEGA!

Meu pai grita. Ele nunca perde o controle, mas aqui ele não é o Capo, mas sim meu pai.

- Aurora, me acompanhe até meu escritório.

Assim ela faz, com a mão ainda no rosto. Os dois somente no corredor que dá acesso ao escritório da casa.

- Meu filho, o que você falou pra ela ter fugido?

- A verdade.

- Você não tinha o direito, eu falei que conversaria com ela.

- Sogrinha, você teve 18 anos pra contar pra ela, quando pretendia contar? Na manhã da nossa noite de núpcias, pra explicar o porquê da minha mãe ir verificar os lençóis? Ou será que a verificação dos lençóis não vai acontecer?

- Seu muleque insolente, você ainda não é Capo, mais respeito comigo. Você fez essa merda toda, quando resolveu esfregar na cara da Aurora, todas sua vida devassa.

- Eu lhe alertei Vicenzo, mas você não quis me ouvir.

- Até você mãe, vai ficar contra mim?

- Eu estou sempre ao seu favor, até quando você estiver errado, mas te falei pra ser discreto.

- A merda da máfia é assim a séculos, agora tudo a culpa é minha.

- Por que Aurora me acusou de tê-la vendido?

- Eu contei, sobre quem banca a vida de vocês na Califórnia.

- VICENZO!

Minha mãe me repreende.

- Meu filho, não percebe, como ela deve ter se sentido humilhada?

- Você não tinha esse direito.

- Ela queria saber a verdade, eu falei. Ela não deixou eu terminar de contar as coisas e fugiu de mim.

- Não se preocupem, Antoni é um ótimo diplomata.

- Vou lá ver o jantar das crianças, pois já está na hora.

Alessandro guia Antonella pra um dos sofás. Ele a abraça forte e nesse instante ela desaba. Chora copiosamente em seus braços, que a apertam enquanto ele acaricia seus cabelos.

- Eu não aguento mais, tantas mentiras, tantas omissões, já não estou suportando essa carga que carrego a anos, tudo por conta dessa máfia maldita.

Eu saio da sala e vou para o segundo andar, lá vejo minha mãe com Michelle no colo e a Babá com Pandora.

Me estico pra pegar Pandora e ela vem. Como é linda, me remete as fotos de Aurora quando criança, a semelhança é grande, tirando pelos olhos que são uma mistura incrível.

Descemos a escada e fomos pra sala de jantar, onde a mesa já estava posta e com grandes cadeiras pra alimentação das crianças.

Ajudo minha mãe e vou alimentando Michelle, que toda hora olha pra Pandora.

- É outro bebê na casa garotão, vocês vão poder brincar juntos, sempre que você estiver aqui.

- Titio, ela é muito ninda.

- Sim, ela é. Igual a irmã dela. Eu vou me casar com a irmã dela.

- Eu poto me cala com ela?

- Vamos ver quando vocês estiverem grandes.

Terminamos de dar o jantar as crianças e voltamos pra sala. Nessa hora Aurora, sai do corredor e já corre em prantos escada acima.

Eu só olho pro meu pai, que balança a cabeça negativamente, mas eu nem ligo, subo as escadas correndo atrás dela. Ela bate a porta com força.

Respiro fundo antes de entrar, e o que vejo parte meu coração. Ela chorando de soluçar abraçada ao travesseiro, me sento ao seu lado e acaricio sua cabeça.

– Eu não quis te humilhar, te diminuir ou até mesmo te comprar, como pareceu. Eu me encantei, quando você abriu seus olhos no dia que você nasceu.

- Eu não sei explicar, mas eu sabia que você era pra mim. Como se fosse a coisa certa a se fazer eu não podia deixar você ir. E até hoje eu não sei porque.

- Eu te juro, que se eu soubesse que fazer aquela promessa lhe faria sofrer tanto, eu não teria feito, teria te deixado ter uma vida mundana, longe da máfia, longe de mim. Mas infelizmente tudo já foi feito, o que posso hoje te oferecer, sou seu de corpo inteiro. Quero que sejamos no mínimo amigos e que você me dê uma chance de fazer esse casamento dar certo.

- Me diz que você não sente nada por mim, que eu falo com meu pai agora e te livro da promessa, te livro da máfia, te livro de mim.

Ela já parou de chorar, eu me levanto, ela segura a minha mão e me puxa pra ela.

Eu sento, ela senta no meu colo e coloca seu rosto na curva do meu pescoço. Eu a afago.

- Me dá uma chance meu Anjo, é só o que te peço, de ser pra você o homem que você merece.

Ficamos assim em silêncio até que percebo que ela dormiu. A coloco deitada na cama, tiro suas sandálias, os meus tênis e meias e me deito ao seu lado a trazendo pro meu peito. Depois deixo os sono me levar.

 Depois deixo os sono me levar

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Capo di Tutti CapiWhere stories live. Discover now