𝐘𝟓: Expecto Patronum

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Simas se aproximou para pedir desculpas no dia seguinte, quando a entrevista de Harry foi publicada no Pasquim.

Umbridge ficou furiosa quando sua correspondência matinal chegou junto a um exemplar da revista e mandou que fosse avisado que aqueles que portassem o Pasquim seriam expulsos na mesma hora. Entretanto, a notícia espalhou-se rapidamente, e logo todos estavam sabendo. É claro que havia aqueles fanáticos que não acreditavam numa palavra sequer exposta no Pasquim porque a reputação da revista nunca foi das melhores, mas, nos dias que se seguiram, Harry parou de ser taxado pelo Profeta Diário como louco, e o Ministério tampouco se pronunciou a respeito do que quer que pensasse que era certo ou errado.

Talvez fosse por isso que Umbridge tentou humilhar a Profa. Trelawney enquanto a despedia mediante a presença da escola inteira. Porque sua fúria mesquinha atingiu níveis praticamente irrefreáveis.

Era quinta-feira, e o sol começava a se pôr. Harry e eu conversávamos sobre um dos parapeitos das varandas térreas dos jardins do pátio quando uma multidão de alunos e professores se acumulou em torno dos portões de entrada da escola, mas admito que, inicialmente, não ligamos muito porque estávamos imersos naquela nossa pequena bolha particular.

Houve um barulho alto de sapatos arrastando-se ao chão, e Simas e Dino apareceram do nada e pararam diante de nós, sem fôlego, de mãos dadas. Andávamos todos juntos, agora, visto que Simas dissera a Harry que sentia muito mesmo e que acreditava nele assim como sua mãe agora o fazia. Harry apenas sorriu, mas eu sabia que estava muito aliviado, e lembro-me de ter beijado sua bochecha à mesa para trazer-lhe conforto.

Ao perceberem que olhávamos, os meninos rapidamente afastaram suas mãos uma da outra como se percebessem somente naquele instante que se tocavam. Como se um tivesse agarrado os dedos do outro para que corressem até nós mais rápido, e que não quisessem admitir de jeito nenhum que tinham gostado.

— Não querendo interromper o que quer que estejam fazendo, mas a coisa está ficando feia ali adiante — disse Simas, ainda vermelho até as orelhas. Como sua pele era bem clara, dava para perceber há quilômetros de distância.

Harry tirou uma das mãos de meu cabelo, que há momentos antes entremeava-se em meus fios enquanto seus lábios acariciavam os meus. Eu mal raciocinava, estava meio tonta de felicidade.

— É?

— Trelawney está sendo expulsa.

Harry arregalou os olhos.

— Quê? Por quê?

— Veja você mesmo — disse Dino, puxando minha mão com ele. Harry estava tão em choque que nem protestou, mas fiz questão de entrelaçar os dedos de minha mão livre nos dele, naquele calor firme que apenas Harry sabia proporcionar. Simas nos seguiu, mas postou-se ao lado de Harry, como se quisesse manter aquela memória com Dino bem longe da mente dele.

Passamos por algumas pessoas, e lá estava: a professora de Adivinhação usando suas vestes habituais e envolta daquele aroma forte de xarope e perfume barato com lágrimas pesadas sob as pálpebras dos olhos e suas malas abertas jogadas no chão quente coberto de poeira. Era impressionante como o calor de fim de tarde da primavera chegara depressa.

NÃO! — gritava ela. — Não, isso não pode estar acontecendo, não posso aceitar...!

Ao longe, avistei Draco. Seus olhos se voltaram momentaneamente para os meus enquanto balançava a cabeça quase que de forma imperceptível. Como se dissesse que estava tão chocado quanto eu.

— Não preciso que aceite, preciso que cumpra ordens — riu Umbridge com desprezo. Nunca quis tanto esganá-la como naquele momento, mas palavras faltavam em minha boca. — Você não viu que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde? É incapaz até mesmo de prever o tempo de amanhã, e espera que seja digna o bastante para manter sua vaga como professora sem que seja demitida? — outro risinho escapou dos lábios da mulher. — Lamentável, sua situação é realmente lamentável.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now