𝐘𝟔: Back to Hogwarts

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— Cuidem-se, tudo bem? — instruiu Remus, abraçando Harry e eu. — Não andem sozinhos pelos corredores, não falem com estranhos, e tomem muito cuidado quando forem até Hogsmeade. São tempos difíceis, não podemos confiar em ninguém senão nós mesmos.

Três semanas haviam se passado desde que saímos da Toca e voltamos para a casa de minha mãe. Os dias foram-se voando, muito mais rapidamente que quando Harry não estava conosco, e, desde que aconteceu, a intensidade de meus pesadelos diminuiu bastante. Parece que minha névoa escura simplesmente d̶e̶s̶a̶p̶a̶r̶e̶c̶e̶u̶.

Como nossa família quase nunca estava em casa, Harry e eu podíamos fazer tudo o que quiséssemos. Normalmente cozinhávamos juntos enquanto jogávamos conversa fora, ou assistíamos a um filme, ou líamos nossos respectivos livros. E, bem, às vezes nos beijávamos no grande sofá da sala, ou no quarto de Harry. Ou em literalmente qualquer lugar. Sempre acabávamos nos exaltando, e eu deixava que Harry percorresse meu corpo com as mãos enquanto eu beijava seu pescoço, mas por algum motivo nunca acabávamos sem roupas na cama um do outro porque sempre acontecia algo para nos impedir. Da última vez, Edwiges resolveu aparecer com a correspondência horas mais cedo que o habitual, e nos lançou um olhar de desagrado quando saiu voando para caçar o jantar, momentos depois.

— Fique tranquilo, Remus — falei. — Vai dar tudo certo. Prometo que não vou explodir o escritório de nenhum professor este ano.

Remus arregalou os olhos.

— E você por acaso já fez isso?

— É claro que já, mas eu tinha bons motivos.

— Bons motivos, como o quê?

— ... Umbridge...?

Houve uma pausa, na qual Remus olhou para mim sem saber o que dizer.

— Foi uma explosão excelente — acrescentou Harry, tentando me ajudar. — Com fogos de artifício e tal.

Remus desviou o olhar de mim para meu namorado, erguendo as sobrancelhas. Ele raramente brigava conosco, mas ambos tínhamos medo de meu padrasto quando isso acontecia.

— Onde você arrumou fogos de artifício, S/N?

— Nossa, faltam dez minutos para o Expresso de Hogwarts começar a se mover, eu nem tinha percebido... — falei, mudando de assunto e puxando Harry pela mão. — É uma pena mesmo, Remus, acho que essa história vai ficar para outro dia...

Eu podia jurar que um fantasma de sorriso preencheu os cantos dos lábios dele.

— Tudo bem — disse ele. — Mas não pensem que vão se livrar dessa conversa tão cedo.

Nos despedimos dele e embarcamos. Os corredores da locomotiva estavam lotados, todos guardando suas bagagens e conversando do lado de fora de suas respectivas cabines. Como tínhamos combinado que encontraríamos Ron e Hermione após a reunião dos monitores, seguimos por entre a multidão, atrás de um compartimento vazio.

Conforme andávamos, os diálogos constantes iam cessando, e os pares de olhos de dezenas de estudantes voltavam-se para nós. Não de um jeito que nos incriminasse, mas como se Harry e eu fôssemos celebridades extremamente interessantes e desejáveis. Várias meninas olhavam para meu namorado de forma maliciosa, comendo-o com os olhos, e eu sabia que isso estava deixando Harry incomodado porque, apesar de sociável, ele era tímido. Achava que nunca iria se acostumar àquela atenção excessiva que recebia.

Muitas pessoas olhavam para mim, também. Garotas e garotos. Umas com inveja, outras desejosas e cheias de interesse. Infelizmente acabamos esbarrando com uma delas.

— Ora, ora, ora — cantarolou Córmaco. — Veja se não é S/N Mckinnon Black — ele passou um dedo nos lábios enquanto percorria meu corpo com os olhos. Senti vontade de vomitar. — Vi você no Beco Diagonal, há algumas semanas. Encantadora, como sempre, querida.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now