𝐘𝟕: Slytherin's Locket

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Harry ON

Após muitas sessões de sexo, insisti para que S/A usasse minha camisa, a fim de que se sentisse mais confortável, afirmando que poderia pegar outra para mim, dentro da barraca. Ela não protestou. Quando retornei, nos acomodamos sob uma árvore de caule grosso, de forma que pudéssemos apoiar nossas costas no tronco, e conversamos sobre assuntos bobos até que S/A pegasse no sono.

Ela era linda mesmo dormindo, alheia aos acontecimentos do mundo.

Como eu não podia me dar o luxo de descansar, já que era meu turno de ronda, permaneci envolto por meus próprios pensamentos até o nascer do sol. De vez em quando, eu beijava os cabelos dela, transmitindo amor através dos sonhos, e S/A dava um sorrisinho, sem perceber que estava fazendo isso. Aquecia meu coração.

Eu tinha consciência de que a fizera sofrer muito, e me arrependia. Ron tinha razão: eu deveria manter as pessoas que amava perto de mim, não longe; e estava disposto a demonstrar que me importava, a repor o tempo que tínhamos perdido.

Desde pequeno, tive a consciência de que S/N era a mulher da minha vida; mesmo quando brincávamos nos jardins de casa, nos fins de tarde, pouco antes de Sirius nos chamar para devorar o jantar. Pensamentos do tipo me traziam nostalgia, mas tivemos uma boa infância.

Havia um tempo que eu estava pensando em pedi-la em casamento. No verão, quando escapei da casa dos meus tios para espairecer, sob a Capa da Invisibilidade, andei até uma área comercial em que havia uma joalheria pequena, mas bonita. Na vitrine, um anel de noivado me chamou a atenção: ouro puro envelhecido com pequenos rubis encrustados. Tive a certeza de que era com aquela aliança que eu pediria minha mulher em casamento, e prometi a mim mesmo que voltaria àquela loja no momento em que a guerra terminasse. Caso alguém já a tivesse comprado, eu mandaria fazer outra, ainda melhor. Não me importava que custasse caro, porque S/A merecia.

Eu estava louco para ver a reação dela, quando pusesse os olhos na casa que comprei para nós dois. Eu encomendara um piano de cauda que ficaria num espaço valorizado da sala, mandara montar uma biblioteca particular revestida por mármore escuro e por janelas enormes de vidro, com um lustre de cristais que caíam em formato de cascata, e comprara telas para pintura que ficariam guardadas no escritório de S/A, moldado para também servir como ateliê de arte. Havia um escritório para mim, obviamente, mas eu tinha consciência de que passaria mais tempo no dela que fora dele, para que fizéssemos companhia um ao outro.

Além disso — Remus definitivamente não sabia desse detalhe — , algum tempo atrás, eu havia visitado uma loja de moda feminina famosa e comprado uma coleção inteira de langeries pretas para ela. Ansioso, eu fantasiava com a ideia do que aconteceria depois que S/A descobrisse.

Quando os primeiros raios de sol do dia banharam a clareira, e eu já estava ficando entediado, recolhi uns ramos de árvore e flores coloridas que se encontravam próximas, tomando cuidado para não me mover muito e acordar minha namorada, e comecei a usar a pouca coordenação motora que tinha para unir os gravetos uns aos outros, formando uma circunferência. Demorou mais do que pensei, mas acabou funcionando.

Mais ou menos meia hora depois, quando eu me ocupava em dispor as flores por entre os gravetos, S/A acordou.

Primeiro, ela se mexeu um pouco, apoiando o queixo em meu ombro. Só um tempinho depois que abriu os olhos.

— Bom dia, minha princesa — cumprimentei, dando um beijo no nariz dela.

S/A deu um sorrisinho sonolento. Ela ficava muito fofa assim; eu poderia admirá-la para sempre.

— Esse apelido é novo — observou.

— Foi espontâneo. Qual você prefere?

— "Meu amor". Mas também gosto desse.

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now