𝐘𝟔: Amortentia

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Enquanto caminhava ao lado de Hermione para o que seria nossa primeira aula de Poções do ano, não pude deixar de repassar mentalmente meus planos para o decorrer da tarde.

Fazia exatamente um ano desde que Harry e eu começamos a namorar, e eu não poderia estar mais empolgada. Organizei um piquenique inteiro para nós dois; planejei o momento no qual iríamos acordar e planejei o que antecederia o pôr-do-sol, quando os últimos passarinhos desapareceriam por trás das nuvens feitas de algodão pesado. Entretanto, as coisas não estavam saindo conforme eu esperava.

Para começar, acabei dormindo com as outras meninas, por causa de uma festa do pijama organizada de última hora, o que resultou numa péssima noite de sono, repleta de reviravoltas e pesadelos. Eu estava começando a me preocupar de verdade com aqueles meus poderes que ninguém sabia de onde vinham. O que aconteceria quando eu não acordasse a tempo de interromper o fluxo das sombras, e perdesse completamente o controle?

De um jeito ou de outro, decidi não contar a Harry. Não por enquanto, pelo menos, porque não queria que ele se preocupasse.

Em segundo lugar, consegui perder meus tênis dentro do meu próprio quarto, o que resultou num mau humor daqueles ainda cedo; e, por fim, frustrei-me porque não tive tempo para passar nas cozinhas e pedir que Monstro preparasse alguma coisa comestível que pudesse ser aproveitada durante meu encontro com meu namorado (apesar de ainda estar chateada com o elfo, eu tinha que reconhecer que ele cozinhava muito bem); então, pelo visto, Harry e eu comeríamos nada senão frutas silvestres, colhidas nos campos de Hogwarts.

É, mais um dia comum na vida não-tão-interessante-assim de S/N Mckinnon Black.

Confesso que me surpreendi quando entrei na sala de Poções ao lado de minha melhor amiga e encontrei o Prof. Slughorn. Milhões de perguntas inundaram minha cabeça, como "onde está Snape?" e "por que não estamos mais nas masmorras do colégio?", e eu não pude deixar de tentar lembrar se minha mãe tinha dito alguma coisa sobre Slughorn ensinar Poções, e não Defesa Contra as Artes das Trevas.

Dirigi-me com Hermione até uma mesa e larguei minha mochila sobre o balcão, olhando em volta. Havia três caldeirões diferentes, e um cheiro maravilhoso flutuava no ar, proveniente de um deles. Quase corei quando percebi de que se tratava, especialmente quando o perfume de bebê suave que Harry usava chegou até minhas narinas.

No canto mais afastado da sala, estavam Draco, Pansy e mais uma outra garota da Sonserina, Astoria Greengrass. Draco parecia extremamente incomodado em tê-las por perto, tagarelando sobre roupas caras e bailes de gala proporcionados por suas respectivas famílias. Confesso que fiquei tentada a tirá-lo da situação, mas ainda estava com raiva dele por ter quebrado o nariz de Harry; e tenho certeza de que acabaria tentando bater nele para revidar, se a conversa saísse dos eixos, o que não seria nada inteligente da minha parte, porque Draco era bem maior do que eu e provavelmente nem sentiria dor.

Outras pessoas foram chegando, mas a turma fora reduzida consideravelmente devido ao processo seletivo dos N.O.M.s, e, quando o sinal tocou, anunciando o início das primeiras aulas do dia, o Prof. Slughorn surgiu diante da soleira da porta.

— Bom dia, bom dia! — desejou ele, olhando para cada um de nós. Seu sorriso tornou-se um pouco maior quando seus olhos estacionaram sobre Hermione, Draco e eu. — Apanhem as balanças e os kits de ingredientes, e não esqueçam do manual de Estudos Avançados no Preparo de Poções...

Sua fala, no entanto, foi interrompida pela entrada de Harry e Ron na sala. Todos olharam para eles, surpresos, especialmente Hermione e eu.

— Senhor — disse Harry, fazendo uma pausa para respirar. Eles com certeza tinham vindo correndo. — Sinto muito pelo atraso. A Profa. Minerva disse que o senhor nos aceitaria em sua aula, mas nós não sabíamos, por isso não chegamos antes...

𝐌𝐀𝐒𝐓𝐄𝐑𝐏𝐈𝐄𝐂𝐄, harry potterWhere stories live. Discover now