FIM DO DINHEIRO VIVO E A ERA CARTÕES, PIX E CELULARES

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    No capítulo 15 do meu novo livro "A Cadeira e o Algoritmo" que venho publicando no site de literatura Wattpad.com mostrei como a população da cidade de Lisboa, Portugal, convive bem - em harmonia - as novas tecnologias com as velhas, especialmente nos sistemas de transporte, na hotelaria, nas casas de fado e nos restaurantes familiares, alguns dos quais ainda só recebem a conta em dinheiro vivo, efetivo.

  Ao tempo em que, no Mercado da Ribeira, ponto gastronômico mais badalado da capital portuguesa, as contas só podem ser pagas nos cartões. Dinheiro vivo não é aceito. Não vale nada.

  Esta é uma questão que analisamos agora. O dinheiro - papel moeda e as moedas metálicas, conhecidas em inglês como coins - vão desaparecer do mercado internacional na troca de mercadorias e serviços ou vão resistir?

  Uma resposta que ainda não temos, em definito. É provável, assim como aconteceu com a previsão do "O Fim da História e o Último Homem", de Francis Fukuyama - The End of History and the Last Man - livro publicado em 1992 expandindo seu artigo The End of History - e que tantos debates provocaram, resistirá em algumas localidades, mas, desaparecerá por completo - como já está acontecendo - nas transações comerciais e industriais de maior vulto e no comércio e serviços mais simples, como são os casos nos transportes por ônibus e metrôs das cidades internacionais.

  O dinheiro e moedas metálicas são um dos mecanismos de troca dos mais antigos da humanidade - estima-se que no século XI a.C. o cauri, uma concha de praia também chamado de zimbo ou búzio já era usada na compra e venda de mercadorias. Em Angola e na Costa dos Escravos (atuais Benim, Togo e Nigéria) era a moeda mais aceita pelos comerciantes.

  O dinheiro em papel moeda que ainda usamos nos dias atuais teria surgido na China, dinastia Tang (que se estendeu de 618 a 907 d.C.). No Séc. XIII, o navegador veneziano Marco Polo visitou a China e fez as primeiras descrições ocidentais com relação ao papel-moeda em forma monetária.

  E as primeiras moedas, tal como conhecemos hoje, peças representando valores, geralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII a. C. Eram artesanais e feitas em forjas e na base de marteladas, em primitivos cunhos. São bem conhecidas as moedas do Imprério Romano com imagens dos césares.

  Importante salientar, no entanto, é que o dinheiro nas formas de papel moeda e moedas metálicas está desaparecendo e os cartões magnéticos antes usados apenas nas lojas do comércio já são utilizados em todos os locais - hotelaria, restaurantes, transporte, cinemas, museus, cafés, numa infinidade de locais.

  Lembro que, quando iamos para a Europa nas décadas de 1970/1980, no momento em que passávamos pela alfândega nos aeroportos exigiam-se de nós a apresentação do passaporte, o local onde se ficaria hospedado e se tínhamos dinheiro, obrigando-nos a mostrar os valores que levávamos malocados em pochetes presas à barriga e bolsos falsos colados a cueca.

   Dinheiro vivo era uma credencial. Quem não tinha poderia ficar barrado. E ficava. No aeroporto de Madrid e em Heathrow (Londres) eram comuns brasis recambiados de volta porque não mostraram o hotel em que se hospedariam e o dinheiro que levavam para gastar.

   Hoje, isso ainda persiste em alguns locais, porém, o que vale mais é o cartão Visa, de preferência com o indicativo, infinite. Ou seja, com crédito amplo.

   É possível, portanto, se fazer uma viagem Salvador-Lisboa, por exemplo, com pouco dinheiro efetivo, todas as despesas sendo creditadas no cartão desde a compra dos bilhetes - ida e volta - da empresa aérea, reserva de hotel pelo Booking.com um site internacional onde os cidadãos podem reservar acomodações para férias ou viagens, disponível em 43 idiomas, que oferece aproximadamente 1,07 milhão de locais para se hospedar. Booking.com é uma divisão da Booking Holdings.

A Cadeira e o Algoritmo -  A Convivência Entre as Velhas e Novas TecnologiasDonde viven las historias. Descúbrelo ahora