AS MUDANÇAS DO CLIMA E O AVANÇO DA ECO-ANSIEDADE

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 O jornalista Jolivaldo Freitas escreveu um artigo neste Bahia Já falando das atrocidades da guerra da Ucrânia e comentou que especialistas - em sua contumaz frieza de avaliação, o pragmatismo que conceitua quem atua em algumas áreas, como meio-ambiente, por exemplo, vêm a público para dizer que se a economia mundial sofrer e se debilitar com as ações contra a Rússia; os embargos - uma nova consciência passa a dominar o planeta.

O que se preconiza é que o conflito vai trazer nova consciência mundial e chamar a atenção para a necessidade de geração de energia limpa. Mas será que isso vai acontecer num planeta com 7 bilhões e 800 milhões de pessoas muitas das quais ainda cozinhando no fogão à lenha para sobreviverem; e outras tantas numa correria infernal para não perder os horários dos metrôs e dos aviões movidos a eletricidade e a petróleo refinado? É provável que essa conscientização seja limitada, relacionada à uma minoria, que, dificilmente mexerá no conjunto global.

Quando o presidente dos EUA, José Biden, fala da necessidade de boicotar a compra do petróleo bruto, trata-se de uma peça de propaganda, pois, cada país sabe de suas necessidades. Os Estados Unidos tem mais capacidade de produção de petróleo dentro das suas fronteiras do que toda a Europa. Os americanos, sim, podem adotar esse tipo de medido que não haverá reflexo grave na sua economia. Os americanos têm o petróleo e o gás tirados de plataformas e poços, mas possui também a produção de petróleo oriundo do xisto e investe pesado na energia capturada do sol. Fica tudo bem. Mas a Europa depende de energia gerada pelo petróleo e gás russos.

A Europa corre atrás para mudar esse cenário, mas, isso demora anos. Quanto tempo? A Alemanha calcula 25 a 30 anos para reorganizar a sua planta energética - em andamento - e estamos falando do país mais avançado em tecnologia na Europa. Portugal, visto como o de menor tecnologia, demoraria mais tempo, onde ainda funcionam os elétricos e os ascensores implantados no final do século XIX.

Diz Jolivaldo: "A guerra na Ucrânia passou a despertar o sentimento da necessidade de se investir em energia limpa; tudo o que vinha sendo dito por ambientalistas nos encontros de Paris, no Brasil na Índia e tantos outros lugares e palcos. Energia limpa, eólica, solar e outras além de significar saúde para o planeta, tem o caráter até de defesa de um país, pois no futuro não havendo dependência do petróleo, ninguém vai poder usar a energia (o gás, o petróleo como arma para asfixiar o outro".

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E o que está passando na cabeça das pessoas diante dessa guerra onde as velhas tecnologias militares - bombas, tanques, infantaria como na época de Napoleão Bonaparte, etc - e as novas tecnologias militares - aviões Migs, bombas supersônicas e a possibilidade do uso de bombas nucleares - se mesclam; com mais dois elementos postos no cenário permeando as velhas tecnologias - boicote a bens e serviços da Rússia, veto à compra de petróleo e gás - e as novas tecnologias da Web-2 - exclusão da Rússia do Sistema Swift e da rede mundial da internet - em cenário nunca visto, anteriormente?

Verifica-se, assim o avanço de uma nova 'piração' ou distúrbio mental, já posto em análise desde 2017 pela APA, o eco-ansiedade, que tem sido recorrente nos consultórios de psicologia e psiquiatria. Os pacientes têm apresentado os sintomas tradicionais de ansiedade - depressão e síndrome do pânico - como consequência do estresse causado pelas notícias sobre as mudanças climáticas. E a Guerra da Ucrânia, é provável, está influenciando nesse campo, uma vez que 10 milhões de ucranianos deixaram suas casas e 30 milhões de pessoas estão confinadas na própria Ucrânia, a mercê das bombas de Putin.

A Associação Psicanalítica Internacional reconhece a mudança climática como "a maior ameaça à saúde global do século 21″. A gente fica sem saber se, de fato, isso tem procedência, ou não. Já se falou, anteriormente e há pouco tempo, que a depressão seria a doença do século 21. Mas, observe que um século são 100 anos e os procedimentos e as mudanças na sociedade estão se dando, de maneira muito mais rápida do que se imagina.

A Cadeira e o Algoritmo -  A Convivência Entre as Velhas e Novas TecnologiasOnde histórias criam vida. Descubra agora