3 - A novata

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(Maddie na imagem)

     ~ Tom ~

     E mais uma vez estava eu brigando com meu irmão Matthew. Mesma história de sempre, ele pegou minha caneta sem pedir e deixou jogada no chão do quarto. Se tem uma coisa que odeio mas que o orfanato é alguém pegar minhas coisas sem permitir.

     — Por que você pegou minhas coisas de novo sem pedir?? Mais que inferno Metthew, vai se ferrar seu filho da puta.

     Ele me olha e revira os olhos pouco se importando, fico ainda mais bravo e taco uma almofada na sua cara com toda a força que acerta em cheio.

     — Tom, você está falando palavrão? Que raridade que é que aconteceu para esse milagre?

     Pergunta Draco Malfoy sentado em sua cama. Ele Blásio Zabini, Vicente Crabbe e Gregório Goyle ocupamos um quarto juntos. Meu irmão, graças a Merlin, está em outro quarto com Theodore Nott, Marcus Flint, Davis Bletchley e Gordon Pummell. Draco é meu melhor amigo, e meu irmão claro, mas tem coisas que só conto para Draco. Matthew não é muito sensível, e ainda me enche o saco depois, então nem tento mais.

   —Não me enche Molfoy. - digo fuzilando ele com os olhos, ele ri e me encara de volta.

     — Sabe que está xingando sua própria mãe né? - diz Blásio rindo também, os outros se juntaram a ele. Não dou a mínima e volto encarar meu irmão.

     — Não sei por que você sai da merda do seu quarto para vim pegar minhas coisas.  - Digo ainda furioso. Matthew levanta as mãos na defensiva e finge arregalar os olhos de medo, isso faz meu sangue pulsar mais ainda.

     — A sua caneta é mais bonita. - ele diz e volta a sorrir adorando me irritar dessa forma.

      — Ah. Você tem uma igual, fomos comprar juntos! - digo

     — Mas a sua é melhor maninho. - ele diz e pega um travesseiro para se proteger enquanto pego mais alguma coisa para tacar nele. Uma bota do Crabbe. Ele teve sorte que deixei a varinha na cama.

     — Vai matar ele com isso, pelo fedor. - Draco diz fazendo  todos rir.

     Fico um pouco mais calmo mas ainda quero bater no meu irmão, a gente brigar é muito comum, mas nunca muito sério, o pior que pode acontecer é alguém parar na enfermaria por causa de uma azaração ou um olho roxo uma de vez enquanto. Geralmente o meu porque prefiro azaração e feitiços ou contra feitiços do que socos, mas as vezes também dou um soco nele. Como queria agora.

     Matthew pega seu caderno, ainda rindo da minha cara, escreve alguma coisa com A MINHA CANETA e depois fecha o caderno e me joga a caneta. Pego ela e olho para ele de sobrancelha erguida.

      — Pronto Tom, sua amada caneta, sem um arranhão. - quando ele fala isso sei que ele quebrou mais uma caneta.

     Ele sai do quarto sem dizer nada ainda com sorriso presunçoso no rosto. Odeio quando ele pega para me irritar. Meus amigos nem tentam entrar no meio de nossas brigas, até eles preferem não intervir, as outras pessoas por medo, eles por respeito e um pouco de medo também, mas ninguém se mete com a gente. Quando preciso somos o pesadelo de alguém, o Matthew principalmente, as vezes ele se empolga, só eu consigo fazer ele recuperar o foco.

     Guardo minha caneta, pego um livro e saiu do quarto. Eles ainda conversavam e nem repararam em mim. Pelo menos achei isso. Quando chego na porta Draco diz me fazendo parar:

     — Ei vai aonde?

     — Na sala comunal ler um pouco, vocês não calam a boca. - digo revirando o olho para ele e olhando de olhos serrados para os outros.

     Ele não diz mas nada e nem espero uma resposta. Desço as escadas e vou no meu sofá favorito e me deito abrindo o livro, faltam 20 minutos para começar a aula, tenho um tempo. Antes que eu possa começar a ler uma mão fecha meus olhos e sinto um perfume enjoativo que reconheço de longe. Jessica Cabolt. A menina mais chata que não sai do meu pé e do Matthew desde meu primeiro ano aqui. Nunca fiquei com ela nem queria, já meu irmão direto tá com ela. Nem queria qualquer outra. As garotas dessa escola não me apetecem.... A aluna nova despertou algo em mim, confesso que ela é bonita... Mas isso não importa. Já meu irmão..... Difícil uma que ele não tenha pegado, se não o fez, ele vai tentar.

    — Oi lindo, não tá afim de brincara hoje? - Diz se sentando em cima de mim.

     — Sai de cima Vagabunda. Não me faça ter. De te jogar no chão.

     Ela ri de um jeito safado e se esfrega em mim, ela não me excita nem um pouco e vendo que não deu resultado pareceu ficar desapontada. Me levando quase fazendo ela cair do sofá.

      — Ah, agente poderia se divertir muito amorzinho. Não resista a mim, você vai adorar.- Ela diz se recompondo e aperta os próprios seios quase de fora da mini blusa.

      — Vai atormentar alguns desses carentes que te aceitam. Ou vá para o inferno e me deixa em paz. - digo frio e com desdém. Ela fica sorrindo ainda, deve gostar de ser maltratada. Não me deixa por mais que a humilhe.

     — Ele é meu, pode procurar o que fazer. - ela diz mas nem vejo para quem.

     Que droga. Quero apenas ler meu livro em paz. Saiu de lá furioso largando ela de perna aberta me olhando. Santo Merlin, preciso achar um lugar onde ninguém me ache. Esbarro em alguém que quase caí no chão, e seguro por reflexo. Era a aluna nova, ela me olhava com curiosidade e timidez, deve ter presenciado a cena de Jessica, mas é claro, ela adora fazer isso com plateia.

     — Da para olhar por onde anda? -digo ainda bravo com a situação de antes, ainda mais por ela ter presenciado.

     — Me desculpa eu... estava perdida, acabei de achar o dormitório de novo. - ela diz baixo abaixando o olhar e ficando com o rosto corado.

     Ela é tão linda, no salão já tinha percebido mas pessoalmente era ainda mais. Seu cabelo é até a cintura, todo ondulado e quase preto, e muito sedoso, queria trocá-lo e sentir em minhas mãos a maciez. Seus olhos são tão escuros quanto os cabelos, os cílios grandes e volumosos. Tentei não pensar nesse rosto desde ontem a noite, mas era quase impossível. Tive que ocupar a mente com o livro. E estava prestes a voltar a ler quando meu irmão aparece mexendo nas minhas coisas e começa a briga.

     — Hum. - digo sério e suspiro. Ela continua me olhando esperando eu dizer alguma coisa, mas percebi que estou segurando ela e - Ah!

     Eu a solto e saiu apressado antes que sedo a vontade de ficar mais perto dela. O que deu em mim? Pareço um idiota. Tenho que ficar o mais longe dessa garota, não quero sentir isso, é estranho e me faz sentir fraco em relação a isso pois minha maior vontade é apenas ficar perto dela olhando a e tocando sua pele e cabelo perfeitos.... Droga tenho que ler e ficar longe dela.

"Queridos Riddle" - Tom e Matthew Riddle.Where stories live. Discover now