"Eu volto amanhã"

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Wow

Ele é verdadeiramente belo. Eu já sabia que ele era bonito só de o observar ao longe, apenas iluminado pela luz da lua, a referir frases desconexas que eu sempre tento entender mas sempre me acabo por perder.

Mas finalmente posso ver de perto aqueles tao lindos olhos negros. O nariz um pouco desproporcional tao seu rosto, mas que lhe acenta tao bem. A pele tao clara em contraste com o negro dos seus cabelos. O piercing na sobrancelha lhe dá um ar de rebelde. E os lábios, tao finos e convidativos que sempre me vejo louco para os provar. Ele tem uma pintinha embaixo deles? Nunca tinha conseguido ver.

Sorrio com os meus pensamentos, ainda olhando para a sua boca e subindo até aos seu olhos negros. Ele é realmente muito bonito.

- Oi? - saio do meu transe com ele a chamar por mim. Me assusto e tento entrar o mais rápido possível na água, mas sinto um toque em meu braço que faz com que o meu corpo todo se arrepie e com que algo bom corra por dentro dele.

Me virei de novo para ele e me vi hipnotizado, outra vez, por aquela beleza, mas agora eu estava com uma reação um pouco assustada. Ele estava segurando o meu braço, me impedindo de ir embora. Porquê?

Será que afinal ele é mau? Então a beleza dele não corresponde com a bondade que que deveria ter? Eu me enganei?

- O meu nome é Jungkook. Você está bem? - ele parece um pouco assustado, bastante chocado e um pouco preocupado.

Não o julgo, não é todos os dias que se vê um ser que se acreditava que apenas existissem em livros de fantasia ou nos contos e mitologias ou até mesmo nos sonhos.

Jungkook. Até o nome dele é lindo.

Mas, merda.

Ele me viu. Preciso de ir embora.

Ele ainda está a tocar o meu braço. Saio do seu aperto e vou para a água. Mas antes de finalmente desaparecer, eu talvez faça a maior cagada que alguma vez já fiz.

- Eu volto amanhã.

(...)

- "Eu volto amanhã"? Mas que porra você foi dizer Park Jimin! - tento dar um sermão a mim mesmo, já me arrependendo daquilo que disse. - Você nem o conhece seu idiota. Nem sabe se ele realmente é bom ou se pode contar para alguém. Merda!

Depois que fiz aquela enorme cagada vim nadando o mais rápido possível até ao palácio e como sempre tenho o máximo de cuidado para não ser visto por nenhum guarda real. Vou direto para o meu quarto tentando me acalmar e não ter um ataque de pânico, mas está complicado.

- E se o meu pai descobre? Eu não acredito que vou ficar a minha vida toda preso aqui em baixo! - me desespero e começo a chorar, cansado de ficar a nadar de um lado para o outro me deito na cama e me cubro, tentando me acalmar.

- Está tudo bem filho? - ouço o meu pai no meu quarto e me sento na cama, eu estava sem reação. Ele ouviu tudo o que eu disse?

- Oi pai, está sim apenas foi um pesadelo, você sabe eu ainda estou mal com a partida da mamãe. - tecnicamente eu não menti. Eu realmente ainda me sinto bem triste com a morte da minha mãe, embora já tenha sido á alguns meses ela ainda me faz falta.

- Oh meu filho, ela não foi embora, ela está aqui. - aponta para o meu peito. - Ela sempre está com você, sempre que você não se sentir bem ou se você não se sentir confortável em conversar comigo, fale com ela, eu sei que ela te irá ouvir e compreender meu bem.

A verdade é que minha mãe sempre me entendeu, antes da lua, era ela a minha confidente. Mas ela me deixou por culpa daquela maldita doença, ela realmente não merecia e eu realmente não merecia ficar sem ela.

- Tenta dormir meu bem. Amanhã é outro dia e você precisa de estar bem para aprender mais sobre o que um dia irá ser seu. - o meu pai me dá um beijo na testa e sai. Reviro os olhos com a última frase.

E assim depois de lutar contra a minha mente acabo por me entregar ao sono. Acabo por adormecer pensando nele. Nele e na minha provavelmente estúpida escolha.

My little mermaid  - jikookWhere stories live. Discover now