Capítulo 3

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Anos depois

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Anos depois.

Eu monitorava os limites dos arbustos a uma hora, meu único ponto de vantagem na concavidade de um galho perdera rapidamente a utilidade. O vento forte soprava montes espessos de neve que varriam as pegadas dos meus pés e ao mesmo tempo, fazia minha pele queimar e desejar descascar ao enfrentar o frio nauseante. A fome de minhas irmãs me trouxe mais fundo na floresta, vagando mais longe da humilde casa do que eu realmente era acostumada, mas, de qualquer maneira, o inverno sempre foi uma época difícil.

Os animais tinham se retirado, se escondendo mais profundamente no bosque, indo para lugares que até mesmo para mim; a caça era a mesma coisa que dormir. Agora, me restava caçar os desgarrados, os tolos que não se esconderam dos meus olhos, um a um, rezando para que durassem até a primavera... Minhas orações nunca foram atendidas.

Meu dedos frios e dormentes esfregaram meus olhos, afastando os flocos de neve que se agarravam aos cílios. Observei que, aqui não havia troncos de árvores sem casca, evidência da passagem de cervos, eles ainda não tinham seguido em frente. Permaneceriam até que as cascas acabassem, e então viajariam para o norte além do território dos lobos, e talvez para as terras feéricas de Prythian, onde nenhum mortal inteligente ousaria pisar, a não ser que tivesse o desejo de morrer.

Desde pequena, aprendi que o medo é vital. Precisamos dele para enfrentar nossas batalhas, eu reconhecia a força desses seres e os odiava profundamente por um dia ter usado essa força contra nós, os humanos. Bom, se algum dia um deles tentar me matar, eu os desejo sorte.

Eu balancei a cabeça espantando os pensamentos de morte precoce, pensamentos que há muitos anos enchiam minha mente como uma praga crescente, mas, nunca de fato aconteciam. Então eu continuei olhando além, era tudo o que eu podia fazer agora, tudo o que eu tinha conseguido fazer havia anos: se concentrar em sobreviver à semana, ao dia, à próxima hora. E agora, com a neve, teria sorte se visse qualquer coisa àquela altura, pelo menos ainda podia ver muita coisa adiante.

Contive um resmungo quando meus braços e pernas enrijecidos protestaram contra o movimento, afrouxei o arco antes de descer da árvore. A neve dura estalou sob minhas botas velhas e desgastadas, eu trinquei os dentes. Visibilidade ruim, barulho desnecessário, muito desnecessário. Eu estava a caminho de mais uma caçada infrutífera. Restavam apenas algumas horas de luz do dia. Se não partisse logo, precisaria encontrar o caminho de casa no escuro, e os avisos dos caçadores da aldeia ainda pareciam frescos na minha mente: lobos gigantes estavam à espreita, e muitos deles. Sem falar dos boatos de um povo estranho avistado na área, alto e sinistro e mortal.

Qualquer coisa, menos feéricos, suplicavam os caçadores a nossos deuses, havia muito esquecidos; e sinceramente, eu deixei de acreditar em qualquer deus que pudesse existir. Ninguém nunca me salvaria, ninguém nunca me salvou, ninguém lutaria por mim.

Eu o fiz por mim mesma e faço pelos outros. Mesmo que isso manche todo meu caminho de sangue.

Nos anos em que morei na aldeia, há dois dias de viagem da fronteira imortal de Prythian, ouvi que já tinhamos sido poupados se um ataque, embora caixeiros-viajantes às vezes contassem histórias de aldeias afastadas da fronteira reduzidas a lascas e ossos e cinzas. Esses relatos, certa vez raros o bastante para serem ignorados pelos anciões da aldeia como boatos, tinham, mais recentemente, se tornado sussurros constantes em todos os dias de feira.

A Quarta Archeron | ᵃᶻʳⁱᵉˡΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα