Capítulo 12

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Obriguei meu corpo a não tremer com a sensação violenta do frio, meu corpo treinado e sentidos aguçados já estavam acostumados com a situação

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Obriguei meu corpo a não tremer com a sensação violenta do frio, meu corpo treinado e sentidos aguçados já estavam acostumados com a situação. Porém, eu estava tão fundo na floresta e aqui, cada vez mais perto daquela muralha, o frio parecia quase mortal, pelo menos trouxe algo mais de agasalho em minha bolsa, eu esperava que fosse o suficiente e se não fosse, eu faria dar certo.

Estávamos indo para frente há horas, o fato da floresta ser tão igual em todos os lados não ajudava em nada, não tinha conhecimento se estávamos próximos da muralha, pelo menos esperava estar na direção certa, Nestha me disse quanto tempo essa viagem deveria durar; para uma moça elegante e de carruagem como minha irmã, alguns dias cruciais, para mim, uma mulher com um cavalo e pressa, 3 a 2 dias seriam o suficiente. No entanto, percebi que a noite logo estaria chegando, então, estou ou não estou mais próxima do destino?

Talvez eu pudesse continuar durante a noite, claro que poderia, já fiz isso antes. Mas agora, não existia só eu. Deimos certamente tinha fome e sede, cansaço e sono.

— Vamos parar por aqui — eu disse puxando a rédea.

Ele parou e com um leve esforço desci para chão, me apoiando no imenso corpo de Deimos, olhei em volta, apreciando o fato de ter pelo menos alguns gravetos por perto e árvores baixas para uma possível lenha. O cavalo ficou solto enquanto comecei a me preparar, recolhendo um amontoado de gravetos e logo lascava minhas pedras para iniciar o fogo.

A primeira fagulha de fogo encheu meus olhos cansados, e o primeiro toque quente aqueceu meu rosto me fazendo suspirar de alívio imediato, aproximei minhas mãos, balançando os dedos gelados.

Um graveto se quebrou.

Não era da minha fogueira, tampouco foi sob meus pés, um graveto se quebrou por perto. O som poderia não ser muito característico para outras pessoas, mas eu os ouvia. Me levantei, enfiando meu corpo entre as árvores, com a faca de caça na mão, perseguindo o que quer que estivesse por perto; era como um lobo prestes a dar o primeiro ataque.

— Fique quieta ou ela vai nos achar! — Uma voz familiar sussurrou.

Balancei a cabeça em descrença, quando a menina bateu no irmão e continuou:

— Não sou eu quem está quase gritando!

Minha mão que não teve tempo de ser aquecida o suficiente, tocou o ombro de Gregory. O garoto se engasgou com o ar, e quando me olhou, estava pálido como a morte com minha mão gelada se esgueirando em seu pescoço, mas, minha feição insatisfeita parece ter o assustado mais do que o toque repentino.

— O que estão fazendo aqui? — Perguntou severamente.

As crianças soltaram o ar assustado, um pequeno indício de alívio que acabou ao encarar a verdadeira seriedade presa em meu rosto. 

A Quarta Archeron | ᵃᶻʳⁱᵉˡWhere stories live. Discover now