Capítulo 6

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A neve pisoteada, cobrindo a estrada que dava em direção a aldeia, estava salpicada de marrom e preto por conta do tráfego de carroças e cavalos

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A neve pisoteada, cobrindo a estrada que dava em direção a aldeia, estava salpicada de marrom e preto por conta do tráfego de carroças e cavalos. Elain e Nestha emitiam estalos com a língua e faziam caretas conforme seguíamos pela estrada, desviando das partes especialmente nojentas. Feyre seguia-me, bem ao meu lado, sem se importar com a sujeira que manchava suas botas, ela era nova quando a fortuna se foi, que não teve tempo de se acostumar com ela, pelo menos ela era uma das únicas que não reclamava diretamente para mim, a única que não me olhava como se a culpa fosse minha por estarmos na ruína.

Mas Nestha e Elain, bom, tanto Feyre quanto eu sabíamos o motivo delas terem vindo ambas olhar uma vez para as peles que eu havia dobrado na sacola e logo pegaram as capas para partida. Não me dei o trabalho de falar com elas, na verdade, não me importei. Eu sempre fui quieta, minha mente sempre planejando o dia seguinte, o que eu poderia fazer para as meninas, como as alimentaria, quanto tempo demoraria até ter que sair para a caça novamente. Até as palavras que eu dizia, eram sempre mínimas, o suficiente para colocar Nestha em seu lugar, cortar os sonhos impossíveis de Elain que fazia minha cabeça doer, e dar instruções de vez em quando nas vezes em que Feyre demonstrava interesse na caça.

Claro, eu ainda estava pensativa com aquilo, a cada vez que sentia a fisgada de dor estalar por meu corpo, se concentrando na minha perna e quadril que ainda estavam longe de se curar. Ainda me lembrava de como Feyre foi irresponsável pelos atos que fizera, eu negaria fortemente caso Feyre se oferecesse para ajudar, mas não me negaria a treina-lá até que um dia pudesse de fato me ajudar sem atrapalhar, era difícil saber o que Feyre queria, no pouco tempo que passou, minha mente pensou na possibilidade de Feyre só querer se mostrar útil em algo, ou talvez fosse somente o tédio. Mas, se ela não tivesse tão sorrateiramente pegado a flecha de freixo, o lobo teria morrido de maneira menos dolorosa e rápida, eu também não teria sentido os dentes de uma besta feérica... Era um fato que tudo seria diferente.

Nessa manhã, eu não me dei o trabalho de falar com elas, nenhuma delas tentaram quebrar o silêncio, embora eu tenha visto os olhos semi culpados de Feyre e que  Nestha acordou ao amanhecer para cortar lenha.

Provavelmente Feyre estava esperando que eu a parasse para uma conversa e Nestha porque sabia que eu venderia as peles no mercado naquele dia e voltaria para casa com dinheiro no bolso. Eu soprei o fio de cabelo que caiu em meu rosto, olhando para minha irmã caçula logo em seguida, Feyre tinha as mãos enfiadas dentro dos bolsos do casaco velho.

— Você quer aprender a caçar? — Murmurei baixo, a voz só para a garota do meu lado ouvir.

Feyre não parou de andar, me olhou com seus belos olhos culpados e assentiu, mordendo os lábios. Eu não era uma mulher de muitas palavras e ela sabia.

— Certo — eu disse e ela respirou aliviada, logo continuei: — Mas, se fazer algo parecido novamente, não hesitarei em dar um ferimento parecido ao que tenho agora.

A Quarta Archeron | ᵃᶻʳⁱᵉˡحيث تعيش القصص. اكتشف الآن