Capítulo 28

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   Noah Urrea

Depois daquela noite, eu e Any não nos falamos mais em particular. Apenas quando estávamos com as crianças, ou Josh estava perto. Não queríamos deixar suspeitas para ninguém.

Me doia ver ela assim, machucada, e sem brilho. Eu mal conseguia tirar um sorriso dela, e não consigo imaginar sua dor. Eu estou há exatamente duas semanas sem ver mais seu sorriso, sua felicidade. Até telefonei para Sabina, para ver se ela estava assim com ela também, e ela disse o mesmo.

Então, eu resolvi fazer a única coisa que eu faço de melhor. Beber.

— Amor, vou sair.- Disse para Josh, indo dar um beijo nele.

— Pra onde?

— Ah, o hospital me chamou, acho que teve um acidente de carro, ou algo assim. Só vou passar lá para ver se não é nada na cabeça.- Pisquei e dei-lhe um beijo.

Odiava mentir para ele, mas eu sabia que se eu dissesse a verdade, Josh não me deixaria ir.

— Ok...- Ele disse, e então caminhei até a porta.- Eu te amo.

— Eu também te amo.

Toda vez que eu e Josh brigávamos, não importa o quão bobo ou sério seja, eu sempre fui beber no mesmo bar. Bem pertinho de casa.

— Vodca, por favor.- Pedi ao barman.

Ele assentiu, e foi preparar minha bebida. Passei o olhar, e vi pessoas literalmente bebadas, umas pessoas se pegando nos cantos, e outras até quase transando. Mas, o que me chamou atenção, foi um grupo de caras que pareciam estar usando drogas, em pleno bar, com muitas pessoas vendo. Eles não tem vergonha não?

Rolei os olhos. Afinal, não era da minha conta. Se eles querem se matar, que se matem. A vida não é minha.

— E aquela sua vadia do parque, ein?- Um deles perguntou para o outro. Ele tinha tatuagens e piercings em todo o corpo.

— Ah, ela era uma delícia... a única coisa que eu não gostei naquela vadiazinha foi ela não ter ficado quieta. O resto...- Ele mordeu o próprio lábio, e eu senti nojo.

Como um cara pode ser tão desrespeitoso?

— Ela parecia uma delícia mesmo.- Um outro cara disse.- A gente deixou ela toda roxa, e com a buceta...

Não queria mais ouvir. Eles estavam claramente bebados, e com certeza haviam estuprado alguém. Fechei os punhos, me contendo. Se segura, Noah. Se segura.

Porém, teve apenas uma frase que me fez prestar atenção.

— Mas aqueles cachos horrorosos dela ficavam caindo o tempo inteiro no rosto, e no meu corpo também. Uh, ela mereceu o que teve, depois de me dar um chute bem no saco....

Foi aí que entendi. Vadiazinha do parque, deixou-a toda roxa, cachos... esses filhos da puta estavam falando da Any. Era ele.

E então, não me conti, me levantei naquele exato momento. Não estava nem aí se iria levar uma surra ou não, mas ninguém fala da Any daquele jeito. Não na minha frente.

Aproximei deles, e então dei um soco no cara. Ele caiu, colocando a mão no nariz, que já sangrava.

— Você tá louco!?- Perguntou o cara, e senti todas os olhares para nós.

— Seu filho da puta!- Eu gritei, e então subi em cima dele, e comecei a espancá-lo ainda mais.

Os "amigos" dele, apenas ficaram assistindo. Continuei a distribuir socos, acertando os olhos, nariz, boca... tudo. E isso nem era o começo... eu ia partir esse filho da puta ao meio.

 MINHAS ESTRELAS⇡beaurreanyWhere stories live. Discover now