16 - Anyone Else

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POV Maya
Novembro de 2015.

Três dias se passaram desde que encontrei a Carina no hospital. Vic e Andy também falaram com ela quando a viram na emergência do Grey-Sloan, então aqui estamos nós mais uma vez, na casa da Herrera, esperando o Emmett terminar o trabalho dele e ir pra casa para jantarmos todos juntos.

Mesmo sendo sexta-feira, estavam todos cansados e não queriam ir para o Bar do Joe, o que, se for pra ser sincera, me facilitou bastante.

Já era nove da noite quando o meu irmão chegou e decidimos, não que não fosse nosso plano inicial, pedir algumas pizzas. Andrea até tentou convencer a Carina a cozinhar com ele, mas a mulher se negou e disse que só queria aproveitar a noite com a gente.

- A Maya paga! Ela que é a rica do grupo. - joguei a almofada em que eu antes estava apoiada na Victoria.

- Os médicos aqui são os Delucas, eu só corro.
- Eu sou residente, praticamente pago pra trabalhar. A Carina que pague.

- É só a gente dividir que não pesa pra ninguém, vocês parecem crianças - Andy riu, se levantando para pegar mais algumas coisas para bebermos.

Sem almofada, apelei para deitar em cima do Emmett, que estava sentado no meio do sofá. Vic estava praticamente deitada no chão da sala. Carina e Andrea estavam do outro lado do meu irmão e Andy tinha expulsado o Travis da poltrona para se sentar, então o homem se sentava perto da Vic. Ryan, que por coincidência já conhecia os DeLucas, servia de apoio pra Andy deitar a cabeça em algum lugar.

A campainha tocou depois de cerca de uma hora depois de pedirmos a pizza, por volta das dez. Emmett perdeu nos palitinhos e ficou encarregado de buscar. Levantei minha cabeça de suas pernas para que ele pudesse levantar e apoiei a cabeça no joelho do Andrea enquanto tomava coragem para me sentar quando o meu irmão voltasse.

Continuamos a conversar, Vic e Travis estavam lembrando de um dia específico do nosso ensino médio, um dos primeiros dias que almoçamos com os italianos no intervalo. Estar com eles era maravilhoso e eu nunca iria me cansar das dores de barriga de tanto rir com minha verdadeira família.

- Maya! - ouvi o Emmett gritar ainda longe de nós.

- Eu! - gritei de volta, sem fazer o mínimo esforço para me levantar.

- Vem cá. - ainda nos gritos.

- Vem você, tô com fome!

Ele ficou em silêncio e eu pude ouvir a porta de entrada se fechando, provavelmente só tinha sido algum problema com o cartão de crédito - acreditava eu. Voltei a me distrair com a conversa e, quando percebi, a Andy ficou quieta e começou a olhar pro corredor que era caminho até onde o Matt estava.

- May, acho que é pra você. - os outros ficaram quietos, também olhando para a mesma direção que a mais velha de nós.

Quando fui me virar para ver o que era, levantei num impulso e arregalei os olhos.

- Jack, oi - respondi sem nem entender o que o homem fazia ali.

- Oi. Oi pessoal - tirou uma das mãos do bolso para acenar para eles.

- Hm, gente, esse o Jack, que morava comigo em Madrid. Jack, esses são Andrew, Carina e Ryan. O resto você já meio que conhece - apontei para cada um enquanto falava. Me aproximei dele e dei um curto abraço, nada muito longo mas nada muito mal educado também. - O que você tá fazendo aqui? - sussurrei no abraço.

- Se você atendesse minhas ligações, você saberia.

- Jack, a gente pediu pizza, deve estar chegando. Quer ficar pra comer? - Emmett surpreendentemente foi quem o convidou.

- Não, obrigado. Ainda tenho que fazer o check-in no hotel e o fuso horário tá me deixando meio doido. Só vim falar rapidinho com a Bishop mesmo.

- Dorme aqui, Jack, não tem problema. Você tá claramente exausto.

Antes que a Andy continuasse, puxei o homem em direção ao quarto onde eu estava dormindo nos últimos dois meses e meio.

- O que você tá fazendo aqui? - fechei a porta e me encostei nela.

- Bom te ver também, Bishop. De nada por ter vindo - se sentou na beira da cama. - O Cooper teve alguns problemas com a família e eu resolvi tirar o resto do ano de férias, assim eu descanso um pouco também. - fiquei o encarando por alguns segundos, ainda não tinha processado que ele estava ali, do nada, numa sexta-feira qualquer. - Quem é aquele cara lá?

- Que cara? O Ryan? - eu sabia exatamente sobre quem ele falava e onde queria chegar, mas eu não quero nem imaginar que ele ficou com ciúme daquilo.

- Não, o Ryan eu sei que é o policial que namora a Herrera. O do sofá.

- É o Andrew. Na verdade é Andrea, mas agora ele prefere Andrew - sentei ao seu lado. - Ele é um amigo... Um amigo do ensino médio. - merda, Maya, você tinha que gaguejar?

- Você nunca me falou dele antes.

- Ai, Jack, não começa. Eu só quero aproveitar o tempo que ainda tenho aqui porque depois eu tô ferrada. Preciso pegar o ritmo de novo.

- Ok, ok. Vou parar. Enfim, só vim ver como você estava mesmo. Amanhã vou pra Los Angeles ver meus irmãos e vejo se consigo passar aqui antes de voltar pra Espanha - se levantou suspirando baixo, apoiando as mãos nos joelhos.

- Achei que fosse ficar em Seattle.

- Não. Seu irmão iria me bater no segundo ou terceiro dia - soltou um riso nervoso. - E você também não quer que eu fique, eu sei.

- Quem disse? - arqueei uma das sobrancelhas. Ele voltou a rir e abriu a porta. Acompanhei ele até a saída e todos se despediram dele quando o mesmo passou pela sala.

- Manda um abraço pros seus irmãos - falei abrindo a porta -, eles são mais legais que você.

- Me erra, Bishop. - revirou os olhos rindo. - Se cuida, baixinha.

- Você também, Gibson. - deixou um beijo no canto da minha boca e saiu.

Respirei fundo por alguns segundos para deixar de estar corada (de raiva? de surpresa? sei lá) e voltei pra sala.

A pizza já tinha chegado nesse meio tempo então, na hora, ninguém questionou sobre o Jack não ter ficado nem dez minutos lá. Porém eu fiquei um pouco irritada com o ciúme idiota dele. E quando eu fico irritada, eu fico quieta até demais.

Não é a primeira e sei que não vai ser a última vez que o Gibson fica com um ciúme estúpido e sem motivo, eu já estava acostumada.

Quando todos terminamos de comer, me encarreguei da louça e fui lavar rapidamente os pratos, nada que levasse mais que cinco ou dez minutos.

- Você tá bem? - Andrew tinha ido até a cozinha buscar mais bebida. - Mal falou três palavras depois que o namoradinho foi embora.

- Andrea! - joguei um pouco de água nele, que colocou os braços na frente para não se molhar tanto. - Não é nada. O Jack disse que o nosso treinador teve alguns problemas e fiquei preocupada - eu realmente fiquei preocupada com o Cooper, mas não era por causa disso que tinha ficado quieta -, nada demais.

- Se precisar conversar, eu tô aqui, ok? - acenei positivamente com a cabeça, com um sorriso discreto nos lábios. Antes de voltar pra sala, ele encostou levemente no meu ombro como sinal de conforto.

Voltei para onde os outros estavam depois de alguns minutos e tentei me envolver na conversa, mas o ciúme idiota que o Jack tinha sentido não saía da minha cabeça.

Depois de todo esse tempo - MARINAWhere stories live. Discover now