Ao se lesionar num dos momentos mais importantes de sua carreira, Maya Bishop retorna à sua cidade natal para fazer sua recuperação, mas dois rostos familiares iriam complicar sua vida a partir dessa decisão. Memórias e inseguranças voltariam à tona...
O despertador tocou às cinco e meia, como eu tinha deixado pronto no dia anterior. Desliguei o toque logo nos primeiros segundos para não acordar a Carina. Ela dormia com o rosto aninhado no meu pescoço, mantendo o corpo colado ao meu. Conseguia sentir a respiração dela contra a minha pele, assim como percebi que sua mão direita descansava na minha nuca.
Era cedo demais para eu acordá-la para pedir que se ajeitasse do outro lado da cama, então aos poucos fui me afastando, tentando achar uma forma que ela não percebesse o movimento. Demorei uns dez minutos até conseguir me desvencilhar da posição - mesmo contra a minha vontade.
A pouca luz que entrava no quarto era suficiente para eu enxergar minha mochila no canto, que eu já tinha deixado pronta no dia anterior. Fui para o banheiro trocar de roupa e fazer a higiene, mas não demorei mais que dez minutos. Quando voltei pro quarto para pegar meu celular, a chave e sair, acabei ficando distraída ao olhar a outra mulher dormir, apoiada numa almofada que coloquei para que tivesse a sensação que eu ainda estava ali. Me sentei na beira da cama, usando as costas dos dedos e o polegar para fazer um carinho leve em sua bochecha, onde deixei um beijo cuidadoso quando me levantei.
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Coloquei o celular dela mais perto da beira da mesa, assim conseguiria alcançar ainda deitada, e saí tentando não fazer barulho. Fui até o saguão do hotel e encontrei com o resto das meninas da equipe de revezamento, que estavam indo tomar café.
- A maior chegou! - Tori falou assim que me viu. - Isso não era pra ser uma piada sobre a sua altura, mas daria pra ser.
- Me ame menos, novata. - revirei os olhos rindo.
- A Maya é nossa chaveirinho, literalmente.
- Daria pra usar ela como identificador de mala. Eu apoiaria essa ideia.
- Vocês são minhas maiores fãs mesmo.
Fui com elas até o restaurante e nos servimos conforme os nutricionistas da equipe nos instruíam. Eu particularmente odiava ter que seguir uma dieta tão rígida, mas era necessário. Ficamos em cinco na mesa, já que Allyson e Gabby se juntaram a mim, Tori e Tianna pouco tempo depois.
Já estávamos saindo para irmos encontrar com os técnicos na saída lateral do hotel quando ouvi Tianna me chamar, correndo até mim.
- O que houve? - perguntei assustada pela pressa que parecia ter em me alcançar.
- Nada. Queria saber de um negócio antes da gente ir.
- Pode falar.
- Qual o nome da mulher que tava na foto que você postou ontem? Era você, a Evans e mais alguém.
- Carina. Por quê?
- Uh, ela é a Carina - falou como se aquilo fosse a chave para algum mistério muito grande, o que me fez estranhar.