33 - Lean On Me

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POV Carina
Dezembro de 2015.

Acordei com o barulho da porta de casa trancando. Demoraram alguns segundos até eu lembrar da noite e estranhar a Maya não estar ali, mas me lembrei que ela tinha "deixado" de ser uma pessoa que esperava até a manhã para ir embora. Não que eu conhecesse uma Maya pós-sexo, mas a que eu conheci no ensino médio com certeza ficaria pelo menos até a manhã seguinte.

Acendi a luz do abajur e vi que ela tinha me coberto, além de deixar as minhas roupas dobradas na mesa. Me peguei sorrindo com aquilo e me levantei pra ir tomar banho.

Já com o meu pijama vestido novamente, fui até a sala beber água e o Andrea ainda estava acordado, revisando alguma coisa num caderno.

- O que tá fazendo acordado a essa hora? - perguntei enquanto passava por ele.

- Vou ter uma avaliação no hospital e preciso me dar bem.

- Quer ajuda?

- Não, obrigado. Daqui a pouco já vou dormir.

- Ok, então. - me debrucei sobre a mesa para ver o que ele estudava. - Boa sorte aí.

- Obrigado. - eu já voltava para o quarto quando lembrei que tinha algo para perguntar para ele.

- Hm, 'Drea, sabe da Maya?

- Mhm, acabei de deixar ela em casa - levantou o olhar das anotações. - Colocaram os oito anos de atraso em dia?

Eu revirei os olhos e ele começou a gargalhar. Deixei-o rindo sozinho e voltei pra cama, não demorando pra dormir de novo.

Só acordei no dia seguinte com um pouco de dor de cabeça, mas uma aspirina resolveu meu problema. Não tinha nenhuma mensagem da Maya o que poderia significar várias coisas: 1), ela não lembra - e eu não deveria ter oferecido o vinho, 2) ela se arrependeu ou, 3) ela ainda estava dormindo.

Era terça-feira, mas eu não teria plantão naquele dia, então quando levantei o Andrea já não estava em casa. Fiz um café e resolvi que iria aproveitar meu dia de folga para resolver algumas coisas sobre a clínica na Itália, então acabei passando a manhã inteira revisando prontuários e documentos sobre os pacientes.

No fim de semana, a Gabri tinha me ligado para me perguntar se eu poderia adiantar minha ida, mas era quase impossível. Bailey pediu que eu ficasse trabalhando no Grey-Sloan até o fim de janeiro, pois a Montgomery ainda precisaria fazer algumas viagens até a California para finalizar o estudo e eu ficaria com os plantões da obstetrícia quando ela estivesse fora.

O meu irmão me ligou no horário de almoço para avisar que não iria chegar em casa antes das onze da noite por conta dos testes avaliativos dos residentes, mas ele não parecia muito preocupado com isso.

Já que ele não voltaria pra casa tão cedo, liguei para a Gabriella para definirmos os contratos do ano seguinte e digamos que eu resolvi não contar sobre a noite passada pra ela, mas mesmo assim, a italiana percebeu.

- Você tá avoada, por isso percebi.

- Não, não estou.

- Está sim. Eu te conheço, Carina, não adianta mentir pra mim. Ou foi com a Maya ou foi com a pediatra - eu revirava os olhos a cada frase. - Duvido que tenha sido com a pediatra porque você mesma me contou que tava pra terminar com ela.

- Primeiro que eu e ela nunca fomos algo sério então eu não tenho que terminar nada. - eu sequer olhava pra tela da vídeo-chamada, apenas lia os contratos pelo computador.

- Aham, continua.

- E da onde você tirou que foi a Maya?

- Porque você já fica mais desligada quando transa, mas hoje você tá mais que o normal.

Depois de todo esse tempo - MARINAOnde histórias criam vida. Descubra agora