000 : ᴏ ɪɴɪ́ᴄɪᴏ ᴅᴏ ғɪᴍ

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Quando Noah resolveu entrar na polícia, ele colocou algumas regras no uso de sua arma.

Ele não a ergueria para inocentes. Por conta disso, precisou aumentar sua vigia, se tornar uma pessoa mais cuidadosa e, olhando para sua atual situação, ele acredita que as coisas podem terem mudado com a idade.

Sempre escutou de seus colegas que seu faro para criminosos era incrível. Sempre sabia como conduzir uma conversa e tirar cada pequena informação necessária e influente. Ele se considera uma pessoa influente.

Se o perguntassem como acabou naquela situação, não saberia responder. As coisas apenas aconteceram, foi uma conversa aqui, uma bebida ali. A amizade se formou devagar, lentamente, e seu faro não apitou como sempre.

Ele deveria ter apitado. Seu senso de justiça, honra, tudo. Deveria ter o avisado que a mulher a suas costas não era confiável, que ela o trairia e o colocaria numa situação como essa.

As cordas em seus pulsos incomodava, faziam a pele arder, queimar pela fricção. A mulher atrás de Noah empurrou o cano da arma contra as costas do sheriff, deixando o corpo do homem rígido.

— Por que eu?

Noah perguntou a pessoa atrás dele.

O celular que estava no seu bolso pesava, em situações normais, ele não teria reparado nisso. Mas, naquele momento, era a única coisa que importava.

Ele precisava apenas de trinta segundos...

— Fica em silêncio.

— Não. — Ele não mediu o tom que usava antes de girar nos calcanhares, sentindo o joelho incomodar e encarar a mulher que chamava de amiga — Estamos caminhando para dentro da reserva, estou amarrado, você com uma arma na mão. Não é muito difícil saber o meu destino, então, ao menos, me dê a honra de saber o porquê fui o escolhido.

Noah aparentava tranquilidade, o que preocupava a mulher, a irmã do grande Leonard Mullivan Schopenhauer, não era acostumada com presas tão... dóceis?

Os longos anos caçando sobrenaturais de diversos tipos e qualidade haviam endurecido seu coração, a fazendo não sentir pena do homem a sua frente e, sim, desprezo por ceder a tentação do pecado de se envolver com seres como lobisomens, kanimas, coiotes, kitsune, chimera, sem contar o cão do inferno.

Noah Stilinski deveria sentir vergonha por ainda estar falando com ela.

— Continue a andar. — mandou, sinalizando com a arma o breu, que mesmo com a lanterna de caça que estava suportada no ombro da mulher, ainda parecia um imenso perigo ao homem.

Stilinski puxou o ar com força, os olhos verdes fechados, como se buscasse paciência. Mas, na verdade, a única coisa que passava em sua cabeça era a imagem do filho. Mieczyslaw estava em Los Angeles, vivendo seu sonho, fazendo ligações diárias com o pai e, segundo ele, mantendo contato seguido com os membros da pack.

Noah sentia orgulho dele.

Do grande homem que havia se tornado.

Mesmo sabendo que metade de suas palavras sobre os amigos era inventada. Stiles não mantinha contato com os outros, não como antes. Ele havia se afastado da maioria, deixado aquela fase de sua vida para trás. O que era uma pena.

— Anda! — a mulher apressou novamente, dessa vez, dando um passo a frente.

O homem não pensou muito, por seu filho, ele ainda tinha que lutar. Não poderia apenas ser enganado, capturado e, possivelmente, morto sem que reagisse.

Por esse motivo, impulsionou o corpo para a frente, derrubando a arma destravada, fazendo um tiro disparar no ar, não pegando no seu próprio corpo, devido a tamanha sorte.

ᴍᴏɴsᴛᴇʀs ʜʏᴘᴏᴄʀɪsʏ | 𝓣𝓮𝓮𝓷 𝓦𝓸𝓵𝓯Where stories live. Discover now