006 : ᴏɴᴅᴇ ᴇsᴛᴀ́ ᴘᴇᴛᴇʀ, ʙᴏʙʙʏ?

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DEZOITO ANOS ANTES

Peter se considerava um bom lobisomem. Na verdade, ele se considerava o melhor. Sempre conseguiu se controlar antes dos outros, seus sentidos sempre foram os melhores e sua capacidade de manipular uma pessoa junto com seus instintos. Eles eram fenomenais!

Ele não entendia como a situação tinha se desenvolvido daquela maneira, não sabia bem como acabou tapado apenas com lençol, enquanto a mulher com quem estava dormindo o mês todo tinha uma besta em suas mãos e um olhar feroz.

Por Talia! Ele não deveria se sentir quente com isso!

— Anna, abaixa isso, querida...

Pediu, a mão esquerda erguida na frente do corpo, como uma forma de proteção bem ruim.

Como ele podia ter sido tão idiota? Ele convivia com Havanna, deveria ter acreditado em seus sentidos, ter desconfiado da besta presa na parede, da arma no armário. Ele teve todos os pré-requisitos de um caçador esfregado em sua cara e, mesmo assim, resolveu acreditar na palavra da mulher, sobre serem de seu pai.

— Não me chame de querida! — bradou irritada, a mão meio trêmula.

Havanna não era realmente a filha que deixava seu querido pai mais orgulhoso. Ela tinha praticamente abandonado a tradição da família, se recusou a assumir a liderança dos Gilbert depois da morte de sua mãe e, ainda por cima, deixou alguém de fora tomar as decisões. Por Deus! Anthony Gilbert a odiava, mas nada superaria seu horror, do que descobrir que sua princesa tinha se deitado com um lobisomem.

— Anna...

— Havanna, cachorro! — vociferou, a voz mais baixa no xingamento.

Peter rosnou, antes de conseguir escutar o coração acelerado da mulher. Eles estavam nessa brincadeira de se encontrarem e dormir juntos a um mês, sabia quando a mulher estava desconfortável com algo, quando estava fingindo. Foi desse jeito que eles se conheceram, ele a livrando de um encontro de merda com um babaca qualquer.

— Abaixe isso, Havanna. — ele viu uma pequena careta se formar nas feições bonitas da mulher — Nem você gosta do seu nome, Anna...

A mulher bufou, relaxando a postura, baixando levemente a besta, fazendo o homem apertar seus lábios para não sorrir. Ela realmente não gostava de seu nome, parecia tão diferente, fora que ainda conseguia lembrar dos gritos de seu pai, proferindo o nome com nojo, quando ela se opôs a assumir os Gilbert e seus seguidores contra as matilhas.

— Me chame de Gilbert!

Peter não queria demonstrar a surpresa, porém, Havanna e ele estavam passando os últimos trinta dias juntos. A mulher sabia reconhecer aquela feição. E ela tinha sido tão boa em esconder seu sobrenome, não por conta de ser um lobisomem, ela nem ao menos imaginava a genética lupina do homem se não fosse seu deslize a meia hora. Peter tinha brilhado os olhos para ela.

— Você não é uma Gilbert. — Ele tentou dar um passo a frente, apenas para congelar assim que ela voltou a mirá-lo — Eu saberia se fosse uma Gilbert!

— Saberia? — debochou, os olhos verdes cheios de ira. Ela odiava que nunca tivesse percebido que o homem com quem estava era um lobisomem.

— Abaixa essa porra, Havanna!

A mulher engoliu em seco, negando levemente com a cabeça, a besta ainda em suas mãos.

Peter não pensou com precisão como seria seu ataque, ele simplesmente jogou o corpo para a frente para tomar a besta das mãos da caçadora e torceu para que ela perdesse a mira em surpresa.

ᴍᴏɴsᴛᴇʀs ʜʏᴘᴏᴄʀɪsʏ | 𝓣𝓮𝓮𝓷 𝓦𝓸𝓵𝓯Where stories live. Discover now