capitulo II

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Vitória

Mamãe me dizia que quando eu nasci eu quebrei o dedo do médico, nasci alguns dias antes e quase morri por conta que não podia respirar sem aparelho.

Por isso que meu nome é Vitória, venci quando nasci e tô perdendo muitas coisas por conta disso. Eu juro que preferia ter morrido quando eu nasci, talvez era bem melhor do que ficar aqui neste mundo sozinha.

Visto uma camiseta apenas, hoje o dia está lindo lá fora. Olhei na previsão e vi que não irá chover e nem fazer frio, mas vou levar uma blusa de moletom prevenida. Prefiro passar calor do que frio.

Coloco a bolsa nas costas e pego o meu celular e a chave de casa que estava encima da mesinha. Abro a porta e saio para fora saindo de casa.

Grunhi irritada quando eu lembro que esqueci do remédio, volto para dentro de casa e pego os remédios de ansiedade,  tomo dois por dia um na parte da manhã e outro a noite. E tenho um remédio contra a anemia que tenho tomar um antes do almoço e antes da janta.

Volto para fora e saio do portão o  fechando e trancando o mesmo, como a creche é perto de casa eu opto a ir à pé e aproveitar o dia já que eu nunca saio quando o dia está assim. -só para trabalhar, é claro- Dou um bom dia para as senhoras que conversavam na esquina, típicas mulheres fofoqueiras. Que amam cuidar da vida dos outros, mas elas são bem gente boa comigo e com todos.

Olho para os lados e atravesso a rua, meu celular toca na minha mão e eu o pego vendo ser a minha melhor amiga/ prefeita. Atendo.

- bom dia Vitória!_ ela fala do outro lado da linha, continuo andando.

- bom dia Débora, tudo bem?_ olho a padaria aberta e vou até ela- me ligando tão cedo, aconteceu algo?

- sim aconteceu!_ fala animada- bom, temos um novo morador, descobri anonimamente. Ele está no final da cidade.

- e o que eu tenho a ver com isso?_ pergunto entrando na padaria e vendo o Arthur e o Paulo já atendendo.

- Nada, mas preciso que você vá até lá e descubra tudo sobre ele! Faça amizade com ele, fiquei sabendo que ele é bem arrogante e grosso com as pessoas. E você é um amor e irá fazer o coração dele amolecer.

- eu não sou fada madrinha não! E nem tenho super poderes para deixar o vilão boazinho!_ aviso- E por que você não vai lá e conversa com ele?_ a questiono.

- estou muito ocupada, agora, terei que desligar!_ e desliga, bufo irritada e caminho até o casal jovem apaixonado.

- mia cara, como você está linda hoje?_ fala Paulo com o seu bom humor que ele tem logo as 6 e meia da manhã.

- assim eu fico tímida!_ coloco uma mecha do cabelo para trás.- O de sempre garotos!_ me sento ali perto deles.

- Você já viu o novo morador da nossa pequena cidade?_ reviro os olhos negando com a cabeça.- Ele é um gostoso que os  Deuses fez.

- Segunda vez que me falam que ele é bonito, mas eu ainda não o vi então não irei babar ovo dele!_ dou de ombros, Arthur balança a cabeça confirmando.

- Concordo com você Vitória, não sei o que tanto vê nesse cada novo da cidade!_ diz com uma pitada de ciúmes na voz, Paulo percebe e tira o sorriso no rosto e beija os lábios do namorado.

- mil perdões baby!_ fala, recebo o meu café e deixo o dinheiro no balcão me levantando.

- beijos para vocês!_ mando beijos- Até de tarde!_ aviso saindo da padaria e indo para a creche, bebo um gole do meu café e logo chego no meu local de trabalho. Abro o portão e entro.

- bom dia, bom dia!_ Falo para as meninas que estavam na sala dos professores. Elas me devolvem com um "bom dia" bem animado. Me sento em uma das cadeiras e termino de beber o café. E logo após bebo já o remédio de ansiedade.

(''')

Saio da creche depois de ter acabado a aula de hoje, suspiro frustrada quando lembro que terei que andar a cidade inteira para ir na casa do mais novo integrante da cidade.

Débora me paga! Pego os meus fones e coloco no ouvido conectando no celular e deixando a minha playlist de Bruno Mars tocar. Amo as músicas dele, ele nunca erra e sempre são boas.

Depois de quase 40 minutos eu estou chegando perto do endereço que Débora me enviou, suspiro cansada e já sentindo novamente minhas costas arderem por conta da mochila e minha barriga roncar por fome.

A casa está um pouco desgastada e é cheio de mato em volta, nunca que eu venho aqui a noite sozinha. Nem fudendo. Caminho até lá e vejo um cachorro grande que me vê e fica me encarando, encarando a minha alma e vendo os meus pecados capitais. Um arrepio sobe pelo o meu corpo me arrependendo de ter vindo até aqui.

Vejo se consigo abrir o portão mas o mesmo está trancado com um cadeado grande, olho em volta e vejo uma abertura perto das grades que tem em volta da casa, sorrio. Não será tão difícil.

Ando até lá e entro me arranhando um pouco por conta dos arames, me xingo mentalmente. O cachorro começa a vir atrás de mim e a única opção é correr o mais rápido que posso até a porta e ter a sorte de encontra-la aberta. Pego no trinco vendo ele rosnar e chegar perto, abro a porta e a encontro destrancada. Dou uma aliviada e entro ficando de frente para a porta e de costas para a casa.

Sinto algo na minha cabeça e congelo, merda, fudeu.

- ergue as mãos e fecha os olhos!_ fico parada com a respiração acelerada e com as mãos tremendo- anda caralho!_ pulo assustada com o seu grito e descido obedece-lo e fazer o que ele mandou.

Ergo as mãos e fecho os olhos relutante. Sinto ele me virar com uma brutalidade e uma força que eu fiquei com um ódio só de ter ele me tocando.

- quem é você e o que faz aqui?_ ele pergunta baixo e roucamente me fazendo morder os lábios.

- sou Vitória, não sabia que alguém morava aqui!_ minto tentando não abrir o olho e ele me matar agora mesmo.

- me fala a verdade garota!_ ele tira a coisa gelada que estava na minha cabeça e eu abro os olhos devagar- eu mandei você abrir a porra dos olhos?_ fecho rapidamente sem poder ver nada no meio segundo que eu tive com os olhos aberto.

- Olha, eu sabia que alguém morava aqui! Mas, eu vim fazer uma visita surpresa para você. Sou amiga da prefeita e ela me pediu vir até aqui para conversar com você!_ finjo ser meiga falando calma e com suavidade.

- Garota vai embora, você invadiu a minha propriedade e ainda me dá essa desculpa esfarrapada, só vai embora!_ fala um pouco alto demais.

- olha aqui seu brutamontes, eu quero mais respeito!_ abro os olhos irritada, e tento não travar quando eu o vi- isso não foi uma desculpa esfarrapada tá?! E vá se danar você e essa sua toca ridícula!_ explodo. - Eu vou ir embora, mas se aquele cachorro me morder eu juro que te mato!_ aponto o dedo no seu rosto e engulo seco quando ele chega mais perto.




































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A besta- Série, Cosa NostraWhere stories live. Discover now