Se Afogando

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Lars estava deitado de costas no chão, totalmente nu. Ele estava ofegante e seu corpo estava coberto com uma fina camada de suor. Seus olhos estavam fixos na luz acima e sua expressão estava congelada em uma mescla de exaustão e êxtase, com um pequeno sorriso curvando seus lábios.

– Você estava realmente empolgado, Lars – ronronou Jonathan, acima de Lars. Ele estava deitado de bruços em um dos sofás, com um dos braços pendendo para fora, os dedos acariciando o bíceps exposto do príncipe snölês.

– Você é a porra de uma péssima influencia, sabia?

– Sei. Me dá muito orgulho, se você quer saber.

Subitamente, Lars se levantou e começou a recolher as suas roupas. Pegou a cueca e a vestiu, assim como a calça, logo em seguida.

– Onde vai? – perguntou Jonathan, ao se sentar no sofá. Ele estava sentado como se estivesse em um trono, com as pernas cruzadas e um dos braços casualmente apoiado no encosto do sofá. Fora isso, seu queixo estava empinado de forma altiva, típico de realeza.

– Vou para meu quarto e tomar banho. Precisamos ir para o jantar, lembra? – Lars pegou sua camisa e começou a abotoa-la. Xingou baixinho, porque suas mãos ainda estavam tremendo.

Jonathan se levantou com a graça de um felino e caminhou até Lars, com uma confiança e naturalidade impressionantes para quem estava nu. Mas, parando para pensar, Jonathan não tinha a menor razão para ter vergonha de seu corpo; ele tinha um porte esguio, mas seus músculos eram definidos, a barriga chapada, ombros largos e cintura fina. Ele se aproximou de Lars e começou a abotoar sua camisa.

– Como se sente, Lars? – Jonathan perguntou, erguendo os olhos para encara-lo. Sua íris azul parecendo um céu sem nuvens.

– Sinceramente? Meio apavorado agora. Acho que teria sido melhor nunca ter sentido isso, daí eu não sentiria falta.

– Minha mãe costumava me dizer que não devemos nos arrepender de algo que nos faça bem, a menos que machuque alguém. – Jonathan sorriu e se afastou dele, começando a pegar suas roupas no chão. – Agora vai.

Lars sorriu e abriu a porta lentamente. Estranhamente, sentia-se leve.


Louise sempre gostara de fazer jardinagem com a sua instrutora. Ela gostava de enfiar a mão na terra, plantas flores, rega-las e vê-las crescer. Às vezes, suas instrutora deixava que ela ficasse descalça, mas na maioria das vezes ela tinha que usar galochas. O que era uma pena, porque gostava de sentir a grama roçando nas plantas de seus pés, faziam cosquinha.

Na maior parte de seu dia, Louise conseguia se distrair, com seus livros, suas aulas, as lições de piano, seus momentos de jardineira, passeios a cavalo, idas a praia. Às vezes assistia a filmes e programas na televisão, mas eram raras as ocasiões, sua mãe não gostava que ela visse. Mas em uma pequena parte de seu dia Lou sentia-se solitária.

Ela era uma princesa como nos contos de fada, morando em um grande castelo isolada das pessoas. Louise queria ter amigos para brincar. Raramente, algumas pessoas importantes apareciam que tinham filhos com quem ela podia se divertir. Mas na maior parte do tempo era só ela e seus irmãos. Porém, Ryland era muito ocupado, Oliver a detestava, Edward era muito pequeno, Steven brincava com ela, mas também sempre tinha algo a fazer. Mitchell era a pessoa que mais a dedicava atenção, mesmo também não tendo tempo, mas ele sempre estava mais concentrado em Eddie. Lou não ficava chateada, sabia que Eddie era aquele, dentre todos eles, que mais precisava de Mitch.

E agora havia Lynae. Mais uma menina em sua família. Louise não conhecia Lynae muito bem, mas a achava totalmente linda e deslumbrante. Algo ruim tinha deixado Lynae ferida e, mesmo que tivesse sido muito ruim, fizera com que a princesa snölesa passasse mais tempo com ela. Elas até brincaram de boneca. Mas, por algum motivo, Lynae sempre soava um pouco triste aos olhos de Lou. Talvez fosse porque ela estava longe de sua casa e de sua família. Louise não conseguia imaginar.

A Ascensão do ReiWhere stories live. Discover now