A Ascensão do Rei

Príncipe Errado?

Ryland estava completamente abalado para voltar para aquele salão e ser obrigado a interagir com outros seres humanos. Sorrir e ser simpático não era uma opção agora.

Ele cambaleou para trás até seu quadril esbarrar em algo duro e doloroso. Foi nesse momento que Ryland começou a reparar no ambiente ao seu redor. Na parede com janelas e quadros intercalados, nas estantes cheias de livros grossos, na mesa que estava atrás de si. Era um escritório, ao que tudo indicava.

Ryland apoiou ambas as mãos no tampo da mesa que estava atrás dele. Seu corpo todo tremia dos pés à cabeça. Ele podia sentir seu coração pulsando na garganta, todo o seu sangue fluir com uma velocidade antinatural pelo seu corpo e o calor subir sua cabeça.

Seu irmão era filho de outro homem. Ryland suspeitou disso no instante em que botara os olhos em Vincenzo e notara a semelhança absurda entre ele e Mitchell. Mas ter a confirmação era algo totalmente diferente.

Sua mãe, era dela que tinha que arrancar verdadeiras respostas. Vince amara ela e eles fizeram um filho, dois meses antes de Emilie conhecer Edward. Será que Emilie não retribuiu o sentimento de Vince? O que exatamente existia entre os dois? Como que Edward se encaixava nessa história toda? Por que Heron não permitiu que Vince fosse o pai de Mitchell?

De repente, a porta se abriu e Ryland deu um pulo de susto.

Ariane deslizou para dentro do escritório e fechou a porta, deixando o ambiente escuro novamente. Ela andou como uma predadora na direção de Ryland, que permaneceu parado, paralisado até, observando-a se aproximar.

– Eu estava te procurando. Por que se escondeu aqui?

Ele não respondeu, continuou olhando pra ela.

A esposa do prefeito de Gênova ficou bem diante do príncipe, exibindo seu decote e um sorriso travesso em seus lábios vermelhos vivos. Ryland só conseguia olhar para os olhos azuis cinzentos da mulher.

Ryland sentiu as mãos dela deslizarem por seu abdômen por cima de sua camisa de linho preta, os dedos dela percorrendo todo seu torço, quentes contra sua pele fervente. Ele não moveu um músculo para impedi-la, tampouco para estimula-la. Ariane se inclinou sobre o príncipe, pressionando seus seios contra o peito dele e beijou o pescoço de Ryland. Seus lábios eram tão macios.

– Você tem um marido – foi só isso que o príncipe conseguiu dizer.

– Eu sei. – ela falou entre um beijo e outro – Mas ele me trai, o tempo todo.

Ariane se afastou um pouco, apenas para olha-lo nos olhos, mas manteve uma mão possessiva na nuca do príncipe, como que para evitar que ele fugisse. Sua outra mão acariciava a bochecha de Ryland, para cima e para baixo, roçando a ponta dos dedos nos cabelos dele.

– Ele é um homem inteligente, gentil até. Eu me apaixonei por ele, embora todos achem que foi por dinheiro. Não foi, na verdade, eu já sou de uma família rica. Acontece que eu sei que ele é um babaca traidor agora, então eu posso fazer o mesmo.

E com isso, Ariane o beijou. Ryland continuou sem se mover, as mãos firmemente apertadas contra o tampo da mesa. Ela raspou as unhas contra o pescoço do príncipe, enquanto sua outra mão acariciava o peito dele. Sutilmente, Ariane deslizou a língua para dentro da boca de Ryland, arrancando seu fôlego.

Ryland não exatamente sentia o que estava acontecendo, era como se estivesse anestesiado ou como se assistisse tudo de fora, em uma experiência extra corpórea.

Enquanto Ariane o beijava, ela se inclinou por sobre ele e apoiou o mão bem em cima do ferimento, enviando um impulso de dor por todo o corpo de Ryland, acordando-o de seu transe momentâneo. Ele tinha quase se esquecido de que havia sido baleado algum dia, já fazia algum tempo que não sentia a dor. Ryland gemeu contra a boca de Ariane, o que ela não entendeu como uma resposta dolorosa, mas sim de excitação, o que a incentivou a continuar.