Fogos de Artifício

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Assim que sua décima parceira o deixou em paz, depois de a música acabar, Mitchell se apressou para fora da pista de dança, pegou um aperitivo e uma taça de champanhe, dirigindo-se para um espaço vazio entre duas mesas e se recostando contra uma pilastra. Imaginou que, se estivesse comendo, ninguém o importunaria.

Não andava muito animado nos últimos dias. Tinha passado boa parte do tempo com seus irmãos mais novos, essencialmente com Eddie, que andava amedrontado desde que Ryland levara um tiro. Ele sempre ia jantar no quarto de Ryland, parecia querer checar que o irmão estava realmente bem. Além disso, estava organizando junto com sua mãe a viagem para a Província de Suiss, já que ele iria com Lynae.

Tentara discutir isso com sua mãe, porque de jeito nenhum isso seria uma boa ideia.

– Não posso ir pra Suiss com ela, mãe. – disse Mitchell, obstinadamente.

– E por que não? – sua mão perguntou, com as sobrancelhas loiras quase unidas – Ela não pode ir sozinha pra lá, precisa de alguém apoiando ela e, pelo que me parece, vocês dois são íntimos. Então, qual é o problema?

Mitch não podia dizer a verdade que, como ele estava absurdamente apaixonado por ela, não seria uma boa ideia ficar sozinho com Lynae por um mês inteiro. Mas, ao invés disso, ele disse:

– Preciso cuidar de Eddie e Louise.

– Não, não precisa não. Oliver vai estar aqui, eu também e eles tem excelentes babás, vão ficar bem. Você precisa ir para Suiss, cuidar para que Lynae não estrague tudo e ajuda-la quando for necessário.

– E Stevvy? – ele questionou, já que ela não o havia mencionado.

– Ele irá com Ryland para a Península Itálica. Steven parece despertar o melhor no seu irmão e é bom pra ele aprender um pouco de diplomacia.

Mas Mitch não conseguiu decifrar se, na última frase, ela se referia a Ryland ou à Stevvy. Tudo que queria era sair da sala.

Agora, em pé contra aquela pilastra, olhava distraidamente para Lynae dançando com um de seus guardas, aquele que tinha cabelos e olhos escuros. Ela parecia estranhamente animada, talvez soasse assim aos seus olhos porque, depois do incidente da praça, Lynae andava distante de todo mundo, até mesmo dele. Isso era em parte um alívio e em parte frustrante.

De Lynae, seus olhos foram para seu irmão, que estava dançando mais devagar que todos os outros, sem os movimentos bruscos e os giros que os outros dançarinos davam, ele tinha que maneirar. Já era a segunda dança que ele tinha com aquela mulher de vestido verde água, Mitch não precisava se esforçar para descobrir quem era. Alessa. Só esperava que seu irmão não fosse burro o bastante para dançar o dia todo com ela. Interromperia se fosse necessário, mesmo sabendo o quanto aquilo era importante para Ryland.

– Mitchell – Não precisava se virar para saber quem tinha falado, logo ao seu lado. Só conhecia uma pessoa que poderia transformar o nome de alguém em um apelo quase erótico.

– Jonathan – ele saudou, olhando fixamente as bolhas na sua taça de champanhe – Estava tentando irritar Ryland dançando por tanto tempo com sua esposa?

Jonathan tinha dançado umas três ou quatro vezes com Lynae, sempre muito perto, sussurrando contra o ouvido da princesa de uma forma nada decorosa. Mas Lynae não pareceu se importar com a proximidade, ou se não gostou, não demonstrou nada.

– Não, mas parece que eu irritei você. – Jonathan estava com um sorriso sedutor, quando Mitchell ergueu o olhar para olha-lo, com a expressão indiferente. O britânico soltou uma gargalhada ao ver a expressão fria no rosto de Mitch – Não se preocupe, seu segredo está seguro comigo.

A Ascensão do ReiМесто, где живут истории. Откройте их для себя